quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Livro: "O Futuro da América". Autor: Simon Michael Schama. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "O futuro da América" do autor Simon Michael Schama, um acadêmico e escritor britânico, professor de História e História  da arte na Universidade de Columbia, é sem dúvida um livro que certamente agregará uma  quantidade enorme de informações históricas  sobre a América do norte a quem se dispor a le-lo.

De forma habilidosa o autor conduz o leitor em uma prazerosa "viagem" que desmistifica algumas ideias pré estabelecidas sobre à  América. Ao traçar um paralelo entre os fatos hoje vivenciados pelos norte americanos e a história do país, o autor consegue deixar plenamente claro que conquistas em nossa evolução como sociedade, não acontecem de forma espontânea, precisam sempre de situações descorruptivas, e isso só é efetivamente possível quando pessoas com espírito descorruptivo resolvem por em prática suas inquietações e liderar o processo  necessário para que as mudanças aconteçam.

Mudanças como consciência ambiental, igualdade e equidade racial, aceitação do outro e suas escolhas, são metas muitas vezes tidas como utópicas e inatingíveis, mas se observarmos com atenção a história da humanidade, veremos que avanços foram conquistados, na maioria das vezes à duras penas, mas a evolução é assim, são as dores do crescimento. A história serve entre outras coisas, para que possamos olhar para ela e depois de analisa-la encurtarmos o caminho para as mudanças. 


Descrição da editora 

A ameaça da mais grave crise econômica desde a Depressão de 1929 e a possibilidade inédita de ver na presidência um negro ou uma mulher tornaram a campanha presidencial americana de 2008 não só a mais importante em pelo menos cinquenta anos, como uma oportunidade excepcional para a nação examinar sua própria história.

E é isto que faz Simon Schama neste primoroso O futuro da América : captura, no calor dos fatos, o ambiente social da fase de eleições primárias de 2008, quando Hillary Clinton e Barack Obama disputavam voto a voto a preferência dos democratas e vários aspirantes lutavam para se sobressair entre os republicanos, e o contrasta com histórias de personagens importantes do passado americano em alguns dos momentos mais decisivos da trajetória nacional - a Guerra Civil, a Grande Depressão, a presidência de Theodore Roosevelt, os períodos de expansão geográfica que configuraram o território atual, o movimento pelos direitos civis nas décadas de 1950 e 1960, entre outros.

Em todas essas situações, estava presente o dilema entre ideias defendidas por pares de antagonistas como Mark Twain e Theodore Roosevelt, Montgomery Meigs e Robert Lee, John Ross e Andrew Jackson.

Todos esses personagens e eventos estão agrupados em quatro capítulos, cujos temas, segundo Schama, são os traços definidores da cultura americana: a guerra, o fervor, a identidade nacional e a riqueza material.

O resultado é uma galeria de personagens de qualidades extraordinárias e um conjunto de análises lúcidas e instigantes sobre os traços determinantes do caráter coletivo do povo americano, que há mais de um século tornaram os Estados Unidos um ator fundamental no destino do mundo inteiro.

Crítica especializada: " O futuro da América , como todos os trabalhos de Schama, floresce em paradoxos. Ele adora subverter clichês e corroer arquétipos." - The Independent.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Livro: A planta de ferro. Autor: George Orwell. Análise ( opinião ) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "A planta de ferro" do autor George Orwell,  é uma obra que nos convida a refletir sobre o poder que o dinheiro tem em determinar a nossa trajetória como pessoa física, e o mais preocupante, como comanda o nosso psicológico e controla as nossas decisões e os nossos relacionamentos. 

Ao mostrar a resistência de seu personagem principal, em se submeter as regras do capitalismo e consequentemente ao dinheiro,  convida o leitor a refletir como as vezes somos levados a tomar decisões, não pelo que acreditamos, mas por imposição de regras determinadas pela consciência  coletiva. 

O autor usa também de forma habilidosa a metáfora com a planta aspidistra (A planta de ferro) que da nome ao livro, para demonstrar como a sociedade subdivide-se em castas, e símbolos são criados para identifica--las.

O livro é mais "leve" se comparado com outras obras do autor, principalmente em relação a posicionamentos político ideológicos , mas é sem dúvida um excelente livro. 

Descrição da editora 

Ambientado em Londres, em 1930, tem como tema principal a ambição romântica de Gordon Comstock de desafiar a adoração do deus do dinheiro e do status. A Planta de Ferro referência à aspidistra não é tão agressivamente político quanto as obras mais famosas de Orwell. O romance está mais preocupado com as relações interpessoais, mas ainda aborda as questões maiores do capitalismo, do socialismo e a divisão de classes de forma sombriamente humorística. O olhar nada sentimental aos detalhes reveladores com seu humor seco e sereno, seu fascínio pelas loucuras e sua corajosa recusa em aceitar o conforto de respostas fáceis é o que faz com que o livro seja quase sempre engraçado, sem nuances de amargor.

Sobre o Autor

George Orwell nasceu Eric Arthur Blair em 25 de junho de 1903, em Bengala, Índia, onde seu pai trabalhava para o Departamento de Ópio do Serviço Público Indiano da Grã-Bretanha. Estudou em instituições de elite e foi ele próprio durante cinco anos agente da polícia imperial na Birmânia. Viveu com os miseráveis de Paris e Londres no final dos anos 1920 e lutou pela causa republicana na Guerra Civil Espanhola ao lado de uma milícia minoritária com inspiração anarquista e trotskista, quando levou um tiro na garganta que quase lhe tirou a vida. Morreu de tuberculose no dia 21 de janeiro de 1950, um ano depois de concluir 1984. Tinha 46 anos.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Livro: "Preto no Branco". Autor: George Pelecanos. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 A obra "Preto no Branco" do autor inglês George Pelecanos é um romance policial em sua plenitude, os elementos principais que compõe um romance policial estão claramente presentes, o inigma, o culpado, a vítima,  as pistas deixadas pelo criminoso e o detetive, elementos esses usados com muita habidade pelo autor.

Com uma narrativa dinâmica, criativa, e muito bem amarrada o autor conduz o leitor em uma "viagem" intensa e cativante por uma trama dença é empolgante.

O detalhamento com que o autor monta as cenas de sua história, faz com que o leitor imagine de forma fácil os ambientes onde a trama se desenrola. Outro fator que me chamou a atenção foi que nos dois últimos capítulos o autor usou diálogos dinâmicos entre os personagens para de forma inteligente fazer um apanhado dos fatos mais importantes da trama, isso ao meu entender facilita o leitor na compreensão   da trama. Reavivando fatos ocorridos no início do livro faz com que o leitor conclua a sua leitura de forma mais aprazível. 

Outro aspecto relevante que nos chama a atenção, é a abordagem que o autor faz sobre o racismo estrutural, e a dificuldade que a sociedade tem em lidar com o tema.

É sem dúvida um bom livro. 

Descrição da editora 

A agência de investigações de Derek Strange não costuma aceitar casos de assassinato - tarefa da polícia, acredita o detetive. A morte de Chris Wilson é uma exceção. Flagrado ao apontar a arma para um branco, Wilson, um negro, é morto a tiros. O autor dos disparos é Terry Quinn, um policial branco. Ele não ouviu o outro gritar que era da polícia. Houve preconceito, ou Quinn só cumpriu seu dever? Para Strange, não há dúvida de que Chris Wilson morreu por ser negro. Quatro décadas depois da morte de Martin Luther King e dos distúrbios relatados em Revolução difícil, as tensões raciais continuam vivas logo abaixo da superfície. Inclusive na improvável aliança entre Strange e Quinn na busca da verdade. Nessa trama impecável, vibrante, caracterizada pelo equilíbrio delicado entre o cômico e o tenebroso, o leitor freqüenta uma Washington insuspeitada, em que vivem crápulas, viciados, homens violentos e policiais corruptos, num clima de total intolerância. "Provavelmente o maior autor policial vivo." - Dennis Lehane, autor de Sobre meninos e lobos "Gostaria de ter criado os personagens desse livro." - Elmore Leonard, autor de Nada a perde.

Sobre o autor:

George Pelecanos é um autor americano. Muitos de seus 20 livros estão no gênero de ficção policial e se passam principalmente em sua cidade natal, Washington, D.C. Ele também é produtor de cinema e televisão e escritor de televisão.


Editora‎Companhia das Letras; 1ª edição (22 fevereiro 2006) Idioma‎ Português Capa comum‎ 360 paginas 

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Livro: "Prazo Final ". Autora: Stella Rimington. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Prazo Final" da autora Stella Rimington, e uma obra de aventura e espionagem, sou apreciador dessa  vertente literária, mas confesso que a narrativa do livro não me empolgou, com um início lento e monótono, transforma a leitura em algo cansativo, do meio para o final o rítimo melhora mas não o bastante para tornar a leitura agradável. Ressalto sempre que é apenas a minha opinião, é não quero que sirva como pretexto para que o livro deixe de ser lido, até porque sou também da opinião que todo o livro tem o direito de ser lido. Porque com certeza, o simples fato de lermos e formarmos uma opinião sobre o mesmo, já contribuiu muito para a nossa formação. 

Descrição da editora 

Após anos de conflito entre Israel e Síria, finalmente surge uma esperança de paz no Oriente Médio. Representantes de ambos os países se encontrarão na conferência de Gleneagles, onde discutirão a possibilidade de um acordo. No entanto, esse não parece ser o desejo de todos. Através de fontes confiáveis, a agente do MI5 Liz Carlyle recebe a informação de que dois indivíduos planejam impedir que a conferência ocorra. Assim, mais uma vez a agente Liz entra em ação para impedir que uma catástrofe aconteça.

Editora Record, 368 paginas 

domingo, 9 de outubro de 2022

Livro: "Livro do Desassossego". Autor: Fernando Pessoa. Análise (opinião) literária. Incentivo a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Descrição do livro 

Os fragmentos que compõem esta complexa obra representam a inquietude, os sentimentos, as dúvidas e o amplo conhecimento de mundo daquele que segurava a caneta para escrever tão profundas palavras e ao fim assinar sob o semi-heterônimo de Bernardo Soares. Escrita em forma de diário, Livro do desassossego é a obra de Fernando Pessoa que mais se assemelha a um romance, revelando os mais íntimos pensamentos e impressões do autor.

A obra "Livro do desassossego" de Fernando  Pessoa e por demais desafiadora, e como todo o desafio no início nos incômoda, temos a impressa que não conseguiremos suplanta-lo,  até por isso ele é para nós considerado um desafio. Mas ao mesmo tempo que nos incômoda, nos instiga e nos tira da zona de conforto, embaralha nossos sentidos e destrói verdades que considerava-mos indiscutíveis, mesmo sabendo que não existem verdades absolutas, isso o autor em fragmento do livro aborda, é joga luz sobre a questão, ou melhor joga dúvidas, porque na minha opinião, Fernando Pessoa ao escrever essa obra não tinha a menor intenção em clarear sentimentos ou emoções por nós sentidas, pelo contrário, ele deixava bem claro a todo momento o conflito de sentimentos que o seu semi-heterônimo Bernardo Soares nutria e o atormentava, ele tinha uma alma desassossegada. 


domingo, 28 de agosto de 2022

Livro: "Os Anos de Chumbo ". Autor: Luiz Octávio de Lima. Análise (Opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 



O livro " Os Anos de Chumbo" de Luiz Octávio de Lima é sem dúvida alguma uma obra muito bem elaborada, é a materialização de técnicas de como escrever um livro sobre  história, porque é isso que ele é, um ótimo livro de história. O bom livro de história se atém aos fatos, sempre tentando ao máximo se aproximar da verdade, e isso o autor faz com maestria.

O livro é excessivamente importante para o momento político pelo qual o país atravessa,  onde valores antes consagrados como imutáveis hoje são questionados, honra e ética são relativizados.

Termo como "Pós verdade" foi criado para justificar postura de pessoas que abrem mão da verdade é dos fatos, para salvaguardar suas convicções ideológicas, ou seja, criam verdades convenientes.

Mas o que eu considero de mais importante na obra, é que ela joga luz em fatos históricos  que a grande maioria dos integrantes da nova geração não tem conhecimento, ou têm uma visão distorcida dos acontecimentos.  

Para se ter opinião formada sobre algo, é essencial que se tenha uma visão do todo, sem manipulação de fatos, e muito menos análises tendenciosas.

Super recomendo a leitura do livro, e uma obra que resgata a verdade sobre os fatos, cabe depois ao leitor tirar as suas conclusões.  

Resenha da Editora

A partir de entrevistas com personagens da época e uma profunda revisão bibliográfica, Luis Octavio de Lima apresenta, de forma cronológica, o que levou ao golpe de 1964, como a repressão e a censura afetaram o Brasil e o cotidiano das pessoas e o que foi feito para levar o Brasil à redemocratização.

Por meio de uma análise minuciosa, o autor reconstitui o contexto político, social e histórico do país desde o governo de Jânio Quadros até a instauração da ditadura militar. Com materiais inéditos, Luiz Octavio revela os principais acontecimentos que resultaram no Golpe de 64 e dedica a obra, ainda, às gerações futuras, como forma de denunciar os horrores cometidos nos chamados anos de chumbo. 

Sobre o Autor

Jornalista formado pela PUC-RJ e com MBA em Economia pela Unicamp, Luiz Octavio de Lima trabalhou nas principais redações do país. Tendo começado como repórter em O Globo, atuou nas revistas Veja, Época e Exame, jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Foi finalista do Prêmio Jabuti com o livro Pimenta Neves: uma reportagem. Publicou três livros de História pela Editora Planeta: A guerra do Paraguai, 21 batalhas que mudaram o Brasil e 1932: São Paulo em chamas. Faleceu logo depois de concluir este quarto livro, Os Anos de Chumbo, que a Planeta publica em sua homenagem.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Livro: "Estado Profundo". Autor: Ian fitzgerald. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Estado Profundo " de Ian fitzgerald é uma obra que deve ser lida com o nosso senso crítico em estado de alerta. Quando digo isso não quero que seja entendido como uma crítica,  mas sim como uma provocação, para que as pessoas que se desafiarem a fazer a leitura, não se distraiam com o grande número de informações históricas que recebem (Que por sinal são muito relevantes) e deixem de prestar atenção à coerência dos fatos contados com a narrativa do autor. 

O livro se propõe a examinar o que realmente é um estado profundo e como eles surgiram em vários lugares do mundo e ao longo da história. Começando com as elites oligárquicas da Grécia Antiga e da Guarda Pretoriana, na Roma Antiga, passando pelo estado policial da Alemanha Oriental na década de 1950 até os narcoestados da América Latina na década de 1970 e a corrupção institucional da Nigéria do século 21, ele explora as muitas maneiras pelas quais as pessoas tentaram tomar o aparato de poder para si mesmas, permanecendo fora do controle.

Fica difícil para o leitor fazer juízo de valor de tudo que lhe é narrado, porque para isso, teria o mesmo que ter conhecimento histórico abrangente, o que na maioria das vezes não é o caso. Aconselho então ao leitor, que se detenha com mais atenção a trechos do livro em que o mesmo tenha algum conhecimento do que está sendo narrado, e aí sim, faça uma análise se o autor está sendo fiel aos fatos, ou se por ventura tenta de alguma forma convencer-te daquilo que ele gostaria que tivesse acontecido. 

Eu em especial me ative com mais atenção ao capítulo que fala da América do Sul, em especial ao Brasil, que foi para mim mais confortável elaborar uma opinião sobre o que o autor escrevia. 

Confesso que não gostei do que li, percebi por parte do autor um contorcionismo criativo para impor ao leitor aquilo que ele pensava sobre o assunto, até aí tudo bem, porque o escritor deve mesmo tentar convencer o leitor de suas convicções através  de suas análises, o problema é que como eu também vivenciei o período por ele narrado, identifiquei várias incoerências e interpretações equivocadas. A partir daí, confesso que a leitura do livro tornou-se mais difícil e carregada, pois aflorou de vez o meu ceticismo sobre a obra. 

Contudo é um livro que deve ser lido,  até para  que vocês desenvolvam as suas próprias opiniões. 

Abaixo resenha da editora:

Resenha da Editora

Sob a aparência externa de um governo legítimo e funcionários responsáveis, espreitam agendas ocultas, personalidades sombrias e grupos de interesses especiais que buscam assumir o controle da nação para seus próprios fins. Esses 'estados dentro de um estado', livres de normas legais e despreocupados com a opinião pública, são conhecidos como 'estados profundos'.

Neste relato fascinante, Ian Fitzgerald examina o que realmente é um estado profundo e como eles surgiram em vários lugares do mundo e ao longo da história. Desde o estado policial da Alemanha Oriental na década de 1950 até os narcoestados da América Latina na década de 1970 e a corrupção institucional da Nigéria do século 21, ele explora as muitas maneiras pelas quais as pessoas tentaram tomar o aparato de poder para si mesmas, permanecendo fora do controle. Agora que surge o tema das teorias da conspiração modernas em todo o mundo como uma tendência preocupante em direção ao poder não eleito, este livro é mais oportuno do que nunca e ajuda a separar o fato da ficção.

Examina as conspirações de estado profundo em todo o mundo, incluindo:

- os narco-estados da Colômbia e do México - onde instituições legítimas foram corrompidas pelo poder e riqueza do comércio ilegal de drogas

- o paraíso fiscal ilícito do Panamá e os Panama Papers de 2016, maior vazamento de dados da história

- o envolvimento da United Fruit Company no golpe de estado de 1954 na Guatemala

- os ladrões da América do final do século 19 e início do século 20

- o papel dos serviços de inteligência como a CIA, FBI e NSA no Estado profundo dos EUA, em casa e no exterior a medida em que sites de mídia social como o Facebook influenciam os eleitores

Sobre o Autor

Ian Fitzgerald tem mais de 20 anos de experiência como editor e escritor. Ele trabalhou para History Today, John Blake Books e Atlas Editions. Ele cobriu assuntos tão amplos quanto a história da Grécia e Roma antigas, a filosofia de Friedrich Nietzsche e a vida nas prisões modernas.


sexta-feira, 29 de julho de 2022

Livro: "Força Estranha". Autor: Marcos Malvezzi Leal. Análise (opinião ) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Força estranha" é uma obra de ficção científica, mesmo que o autor tente durante a narrativa da história dar-lhe um ar que  transcenda essa percepção. Para os leitores que admiram esse tipo de leitura, o livro merece uma oportunidade, no entanto não deve o leitor ter grandes expectativas, pois a narrativa não trás grandes surpresas, tornando-se em alguns momentos até previsível. Contudo o livro dentro do que se propõe entregar, merece ser lido. 

Resenha da editora

Em "Força Estranha" o autor Marcos Malvezzi Leal nos retrata mais uma historia em que o leitor acompanhara o desenrolar de uma trama que escapa aos limites da ficcao cientifica e e permeada de um suspense que transcende o proprio fim da historia, fazendo o leitor pensar bastante.

Biografia do autor 

Marcos Malvezzi Leal é professor, tradutor e dedica-se à pesquisa ufológica há mais de 13 anos. É coordenador de traduções da Revista UFO e responsável pela seção Memórias da Ufologia, além de consultor do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), de Curitiba (PR), e intérprete dos palestrantes de língua inglesa convidados pelo Núcleo a se apresentarem no Brasil. Malvezzi é autor do livro Seres – Fantástica Realidade [Editora 21, 2003] e já traduziu quase 200 obras de diversos assuntos, incluindo o livro de Roger Leir Implantes Alienígenas [Código LIV-011 da seção Shopping UFO], Perigo Alienígena no Brasil [Código LIV-014 da seção Shopping UFO], de Bob Pratt, e De Rerum Divinarum Scientia Nova [A Nova Ciência Divina, NPU, 2005], de Giorgio Bongiovanni. Atualmente, trabalha para as editoras Madras e Verus, e para o Instituto Integral da Consciência.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Livro: "Os sertões". Autor: Euclides da Cunha. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 A obra "Os sertões" de Euclides da Cunha, é um livro desafiador, por isso quem se propuser a enfrentar tal desafio, deve fazê-lo com a "coluna ereta", ousando em trocar uma leitura que muitas vezes é mais cômoda, quando à linguagem usada pelo autor nos é mais palatável, por uma linguagem mais culta, com todas as influências da época em que a obra foi escrita, que foi no início do século xx.

O estilo de linguagem é  denominado por outros escritores como sendo um “Barroco Científico”. Para conseguir mais realismo à descrição e análise do conflito em Canudos, Euclides dividiu sua obra em três partes: A Terra, O Homem e A Luta.

O livro que ilustra essa postagem e da Editora‎ Principis; Integral com questões de vestibular comentadas edição (20 março 2020) Idioma‎ Português, capa comum‎ 368 páginas.

Abaixo a resenha da editora:

Resenha da Editora

Os sertões é dividido em seções. A primeira parte, ''A terra'', são considerações técnicas e científicas a respeito do solo, do clima e do espaço geográfico do sertão baiano.A segunda parte, ''O homem'', traz características antropológicas a respeito do sertanejo, com todos os seus conflitos sociais, políticos e psicológicos. A última parte, ''A luta'' narra a Guerra de Canudos desde o início. A verossimilhança da obra é marcada pela rica apresentação de características do espaço, tempo, personagens, como Antônio Conselheiro, e contexto histórico pelo narrador-observador.

Sobre o Autor

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha foi um escritor, engenheiro, professor e jornalista brasileiro. Nasceu em 20 de janeiro de 1866 em Cantagalo, RJ, e morreu em 15 de agosto de 1909 no Rio de Janeiro, RJ. Ficou órfão aos 3 anos de idade, e passou a ser criado pelos tios e avós. Aos 19 anos, cursou Engenharia Civil na Escola Politécnica, e por um breve período foi militar. Em 1889, mudou-se para São Paulo, onde passou a publicar artigos para o jornal A Província de São Paulo (O Estado de São Paulo). Em 1897, foi escalado para ser correspondente da Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro, na Bahia. A cobertura desse evento deu origem à obra Os sertões, que aborda essa guerra sob um panorama geográfico, sociológico, antropológico e documental. Além deste livro, Euclides publicou Contrastes e confrontos (1907), Peru versus Bolívia (1907), À margem da história (1909) e Amazônia (1909).

domingo, 26 de junho de 2022

Livro: "Vidas Partidas". Autor: William C Gordon. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Vidas Partidas" de William C Gordon é  uma obra para quem gosta de histórias de aventura e espionagem, confesso que no início da leitura a narrativa não me empolgou muito, mas a partir do primeiro terço da leitura a história começa a ganhar ritmo, e consegue prender à minha atenção.

Em termos de informação histórica, o livro é mais acertivo, e passa para o leitor um panorama sobre o conflito entre Israel e a Palestina, e os problemas geopolíticos do Oriente médio. 

Na minha opinião é um livro que não consegue empolgar, mas faço questão de enfatizar que essa é a minha opinião.

Mas contudo recomendo muito a leitura do livro, porque para termos opinião sobre algo, se faz necessário experimentarmos. 

Por isso leiam e curtam essa experiência. 

Descrição da editora 

Na cidade de São Francisco, em 1963, a natureza de um crime choca as autoridades locais: um corpo é encontrado na sede da Prefeitura, maculando com um rastro de sangue os degraus da escadaria de mármore do edifício histórico. Quando o jornalista Samuel Hamilton chega ao local e o detetive Bruno Bernardi é chamado para conduzir as investigações, eles não imaginam que estão prestes a se envolver em uma rede internacional de intrigas. O crime revela-se apenas mais uma peça no complexo quebra-cabeça da conturbada geopolítica do Oriente Médio após a Segunda Guerra Mundial, e os dois iniciarão uma caçada implacável em busca do cruel assassino.

O Autor

Gordon teve uma vida bastante conturbada—órfão de pai aos 6 anos de idade, viveu com sua mãe e irmãos em um gueto mexicano em Los Angeles. Isolado, seu refugio foi a biblioteca pública de seu bairro. Mais tarde cursou literatura inglesa na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Serviu o exército e em seguida realizou seu sonho: formou-se em Direito no Hastings College of Law. Como advogado, defendeu trabalhadores latinos do estado da Califórnia do ano de 1965 até inicio de 2002. Em 1987, após dois casamentos fracassados, encontra a escritora chilena Isabel Allende.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Livro:"O fogo invisível". Autor: Javier Sierra. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "O fogo invisível" do autor Javier Sierra tem uma narrativa em primeira pessoa, e baseia-se em fontes históricas e literárias documentadas, para elaborar uma história ficcional de aventura e suspense, pelo menos era em um primeiro momento o que eu esperava, confesso que no início da leitura da obra não me senti empolgado com a trama contada, porém ao longo da leitura meu ceticismo foi sendo aplacado por uma narrativa mais dinâmica e criativa, que de alguma forma aguçou a minha curiosidade. 

Mesmo utilizando-se de um tema que já foi amplamente explorado pelo mundo literário, que é o misticismo do "Santo Graal", o autor consegue em boa parte do tempo prender a nossa atenção. Talvez não tenha sido a trama que mais me empolgou, mas sem sombra de dúvida, é um livro que deve ser lido. 

Citação do autor ao final do livro:

"Todas as fontes literárias e históricas mencionadas neste romance estão documentadas, assim como as referências ao graal e suas distintas localizações e hipóteses. Ao mesmo tempo, as alusões ao "fogo" e seus inimigos" tampouco são mera fantasia do autor. De fato, ele confia como David Salas, no relato --- que o leitor empreenda sua própria busca, agora que já sabe de tal existência"

Descrição da editora:
Qual é a verdadeira origem da arte? O jovem e promissor linguista David Salas não esperava tirar férias de um dia para o outro e ir à Madri – menos ainda encontrar-se lá com Lady Victoria Goodman, uma velha amiga de seus avós que não via havia mais de vinte anos. De repente, os planos para suas férias mudam de maneira drástica e ele se vê em uma corrida surpreendente para desvendar o que aconteceu com um aluno de Lady Goodman, que ela diz ter sido assassinado. Para sua surpresa, a resposta parece estar escondida no mito do Graal e sua ligação com a Espanha. Entre igrejas romanas remotas nos Pirineus, coleções de arte em Barcelona, livros antigos e códigos estranhos, David e seus companheiros nos levam a um enredo cheio de intrigas e mistérios, que nos fazem questionar sobre a origem da inspiração, da literatura e da verdadeira arte.

Sobre o autor:
Javier Sierra é o primeiro escritor espanhol (e até agora o único) que entrou no Top Ten da lista dos mais vendidos no Estados Unidos, elaborada pelo The New York Times. 
Licenciado em Ciências da Informação pela Universidade Complutense de Madri. Foi conselheiro editorial da revista  Más allá de la Ciencia e atualmente participa em diversos espaços radiofônicos e televisivos.

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Livro: "A verdade é teimosa". Autora: Miriam Leitão. Análise (opinião) literária. Indicação de leitura. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Mirian Leitão "A verdade é teimosa", é um compilado de textos por ela escritos que traçam um panorama do ambiente econômico no Brasil, no período de 2010 à 2016.
A análise feita pela autora dos problemas econômicos tem o poder de em um segundo momento, também fazer um retrato político do país nesse período. 
Fica latente como economia e política estão intrinsecamente ligadas e são indissociáveis, e que o governante que desprezar tal conexão,  estará fadado à derrocada política.     
Com textos elaborados de forma técnica e crítica, a autora faz análises precisas, que ao longo do tempo se mostraram proféticas. 
É um livro para se ler sem paixões político  ideológicas, e se ater simplesmente aos fatos. Uma excelente escolha de leitura. 

Resenha da Editora

Não há governo que pare de pé quando o governante provoca uma grave crise econômica. Nos últimos dois anos, o Brasil passou por uma recessão severa, com um rombo inédito nas contas públicas. Depois de mais de vinte anos, a inflação voltou a visitar o patamar de dois dígitos. Em agosto de 2016, quando o Congresso afastou definitivamente a presidente Dilma Rousseff, o desemprego abatia mais de 12 milhões de brasileiros. Para a jornalista Míriam Leitão, a crise estava anunciada havia muito tempo, pois o governo fechou os ouvidos a todos os alertas e a todas as críticas, enquanto fazia escolhas desastrosas.O colunismo diário obriga o jornalista ao esforço de tentar ver além dos acontecimentos imediatos. Em A verdade é teimosa, encontram-se 118 textos produzidos desde 2010, quando falar em crise econômica parecia um verdadeiro atrevimento, até novembro de 2016, quando o governo Temer atravessava momentos de grande instabilidade política. Em linguagem clara, Míriam examina os antecedentes que levaram à recessão, à desordem fiscal e à inflação, bem como aos momentos mais agudos da crise em si. O passar do tempo demonstra que não adianta brigar com os fatos, porque a verdade é teimosa e aparece mesmo depois de ser encoberta por malabarismos estatísticos ou retóricos. O texto de Míriam joga luz sobre o passado recente do país, sem perder a esperança no futuro.Com 25 anos de colunismo diário no jornal O Globo, Míriam Leitão é a mais consagrada jornalista de economia do Brasil.Leitura obrigatória para quem deseja compreender em profundidade a situação econômica e política atual.“Míriam nos força a refletir sobre as mazelas da sociedade brasileira.”Edmar Bacha, em O Globo

Sobre o Autor

Miriam Leitão é de Caratinga (MG). História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI é seu terceiro livro de não ficção. Também é autora do romance Tempos extremos, publicado pela Intrínseca em 2014, e de três obras infantis. É jornalista de TV, rádio, jornal e mídia digital. Em quarenta anos de profissão, recebeu diversos prêmios, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia, de Nova York. Ganhou o Jabuti de 9Livro do Ano de Não Ficção em 2012 por Saga brasileira.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Livro: Porcelain. Autor: Richard Melville Hall (Moby). Análise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 A obra autobiográfica Porcelain de Richard Melville Hall, mais conhecido por Moby, é um livro prazeroso e de fácil leitura. O autor se utiliza de fluida narrativa para conduzir o leitor pela sua história de vida, e ao mesmo tempo o coloca na cena dos fatos narrados de maneira habilidosa, sendo detalhista e contextualista. As autobiográfias correm sempre o risco de se tornarem massantes e arrastadas em duas situações, quando o biografado não é tão interessante quanto imagina ser, ou quando a narrativa é excessivamente piegas floreando os fatos contados, que são facilmente percebidos pelo leitor. Por isso a boa autobiografia e a que se atém à verdade, mesmo que a verdade não favoreça ao biografado. 

O que posso garantir com relação ao livro de Moby é que ele não comete esses pecados. 

Resenha da Editora

De um dos músicos mais icônicos e fascinantes de nosso tempo, o relato terno, divertido e angustiante de uma trajetória que vai da pobreza e da alienação ao improvável sucesso mundial.

Havia diversas razões para Moby jamais deslanchar como DJ e músico na cena club nova-iorquina. Aquela era a Nova York das boates Palladium, Mars, Limelight e Twilo, a cidade do hedonismo desenfreado regado a drogas, e lá estava Richard Melville Hall, descendente distante do autor de Moby Dick, um garoto branco, pobre e magrelo de Connecticut, cristão devoto, vegano e totalmente careta.

Moby testemunhou em Nova York um submundo cultural atrevido e festivo. Ele encontrou seu espaço e alcançou o sucesso, que logo se mostrou efêmero e cheio de complicações. No desfecho da década de 1990, frente a um fim iminente, acabou criando o álbum que viria a ser o início de uma nova fase espetacular: Play, que vendeu milhões de cópias no mundo todo.

Francas e sem remorsos, as memórias descritas em Porcelain cobrem dez anos da carreira de Moby, da fita demo que o colocou no comando das pickups do porão da recém-inaugurada Mars ao auge retumbante do sucesso. Com uma voz que ressoa honestidade e uma paixão inabalável por sua música, o que Moby faz é tanto uma crônica sobre uma cidade e uma época quanto uma exploração profundamente íntima da busca pelo sucesso. Mais que uma autobiografia, Porcelain é o retrato de um jovem imerso em uma cena cultural extremamente instigante, narrado com o ritmo e a fluidez de um romance da melhor qualidade.

Inclui dois encartes com fotos.

Porcelain, título do livro, é também nome de uma das músicas mais emblemáticas do álbum Play, o grande ponto de virada da carreira de Moby.

Lançado no Brasil apenas uma semana após o lançamento nos EUA, o livro contará com campanhas alinhadas entre editora e gravadora.


“A escrita de Moby é formidável, avivada por um humor impassível e enigmático.” Salman Rushdie


Sobre o Autor


Moby é cantor, compositor, músico, DJ e fotógrafo, e já vendeu mais de vinte milhões de discos no mundo inteiro. Mora em Los Angeles.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Livro: Você foi enganado. Autores:Cristina Tardáguila e Chico Otavio. Análise (opinião ) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro Você foi enganado, de autoria da jornalista Cristina Tardáguila e do jornalista Chico Otavio é uma obra de pesquisa jornalista, que chama a atenção dos leitores eleitores, para as mentiras a que somos submetidos em época de campanhas eleitorais.

Nós alerta para o fato, de que tal atitude não é modus operandi de um único viés ideológico, mas sim uma prática usual e frequente, da classe política brasileira de modo geral, com possíveis raras exceções. 

A cronologia histórica de mentiras proferidas por nossos políticos, habilmente elaborada pelos autores, nos chama á razão de forma irremediável e definitiva.

Por isso é fundamental o papel desse tipo de narrativa, em que a história é revisada de forma analitica, pois só assim é possível comparamos o que foi dito no passado e o que realmente ocorreu, ou seja,  detectarmos as mentiras a que fomos submetidos. 

Livro altamente recomendado, de leitura agradável. 

Resenha da Editora

Um breve inventário de diversas mentiras contadas pelos políticos brasileiros: o livro para se ter nas mãos em ano de eleição. Sim. Você foi enganado. Ao longo da história do Brasil, candidatos à Presidência da República, vice-presidentes e presidentes eleitos faltaram com a verdade na hora de se dirigir à população. Independentemente de partido, se não mentiram, muitas vezes optaram por omitir dados ou induzir os cidadãos a conclusões equivocadas sobre o cenário político. Em Você foi enganado, os jornalistas Cristina Tardáguila e Chico Otavio apresentam uma seleção de casos que marcaram nossa história, desde 1920 até os dias atuais. Estão no livro episódios emblemáticos envolvendo quinze presidentes: documentos forjados para sugerir uma ameaça comunista; fotos posadas para omitir o grave estado de saúde de governantes; e presidentes que, eleitos, fizeram o oposto do que prometeram veementemente durante o processo eleitoral. Como os autores fazem questão de mostrar, essa característica não é exclusiva da política nacional, mas está presente em diversos países e em diferentes momentos ao longo da história.


Sobre o Autor


Cristina Tardáguila passou pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo e pela revista Piauí, como repórter e editora.

Chico Otavio é jornalista desde 1985, tendo passado pela redação da Última Hora e pela sucursal de O Estado de S. Paulo antes de ingressar no Globo, em 1997.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Livro "A coragem de ser imperfeito": Autora: Brené Brown. Análise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 

O livro A coragem de ser imperfeito, da autora  Brené Brown, pode no início de sua leitura nos parecer um livro tradicionalmente de auto-ajuda, não que no final e ao cabo, não tenha a capacidade de ajudar o leitor a solucionar possíveis conflitos internos e interpessoais, mas a maneira com que a autora, através de intensa pesquisa e de análise criteriosa e de extrema competência dos dados coletados, faz com que aqueles que se dispõem a ler a obra, se distanciem rapidamente da percepção de estarem lendo um livro de auto-ajuda, e os conscientiza que na realidade é uma obra bem elaborada e muito bem embasada, que joga luz sobre questões que afligem por demais as pessoas,  e consequentemente a sociedade de modo geral. 
Na minha opinião é um bom livro, e merece que dedique-mos parte de nosso tempo em sua leitura.
Abaixo uma descrição do livro e curiosidades de sua autora.
PRIMEIRO LUGAR NA LISTA DO THE NEW YORK TIMES.
Como aceitar a própria vulnerabilidade, vencer a vergonha e ousar ser quem você é.
Brené Brown ousou tocar em assuntos que costumam ser evitados por causarem grande desconforto. Sua palestra a respeito de vulnerabilidade, medo, vergonha e imperfeição já teve mais de 25 milhões de visualizações.
Viver é experimentar incertezas, riscos e se expor emocionalmente. Mas isso não precisa ser ruim. Como mostra Brené Brown, a vulnerabilidade não é uma medida de fraqueza, mas a melhor definição de coragem.
Quando fugimos de emoções como medo, mágoa e decepção, também nos fechamos para o amor, a aceitação e a criatividade. Por isso, as pessoas que se defendem a todo custo do erro e do fracasso acabam se frustrando e se distanciando das experiências marcantes que dão significado à vida.
Por outro lado, as que se expõem e se abrem para coisas novas são mais autênticas e realizadas, ainda que se tornem alvo de críticas e de inveja. É preciso lidar com os dois lados da moeda para se ter uma vida plena. Em sua pesquisa pioneira sobre vulnerabilidade, Brené Brown concluiu que fazemos uso de um verdadeiro arsenal contra a vergonha de nos expor e a sensação de não sermos bons o bastante, e que existem estratégias eficazes para serem usadas nesse “desarmamento”.
Neste livro, ela apresenta suas descobertas e estratégias bem-sucedidas, toca em feridas delicadas e provoca grandes insights, desafiando-nos a mudar a maneira como vivemos e nos relacionamos.
Sobre Brené Brown:
A Dra. Brené Brown, professora e pesquisadora na Universidade de Houston, há 16 anos estuda a coragem, a vulnerabilidade, a vergonha e a empatia. Ela também é autora de A coragem de ser imperfeito e Mais forte do que nunca, livros que ocuparam o primeiro lugar na lista do The New York Times. Brené é fundadora e CEO da organização Brave Leaders, Inc., que leva a equipes, líderes, empreendedores e promotores de mudanças programas baseados em evidências para fomentar a coragem.

Sua palestra “O poder da vulnerabilidade” é uma das mais vistas de toda a série de conferências TED, tendo sido assistida por mais de 37 milhões de pessoas.

sábado, 5 de março de 2022

O caminho de Istambul: Autor Jorge winheim. Anlise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O Caminho de Istambul é um livro para pessoas que gostam de utilizar a leitura para viajarem literalmente, o autor faz de sua obra um veículo para transportar o leitor por lugares fascinantes, e ao mesmo tempo os presenteia com muita informação dos locais visitados.

Jorge Wilheim nasceu em 1928, na cidade italiana de Trieste e aos 12 anos mudou com a família para o Brasil. Faleceu em fevereiro de 2014, aos 85 anos, 60 dos quais dedicados à arquitetura, ao urbanismo, à administração pública, à produção intelectual e às artes. 

O livro é muito interessante e com certeza proporcionará ao leitor, uma experiência literária inesquecível 

Abaixo uma pequena descrição 

"Este é um diário de bordo de muitas viagens, de muitos encontros. As cidades que o autor foi descobrindo: Zanzibar, Lalibela, Asmara, Katmandu, Nairóbi, Marrakesh, Istambul; e as paisagens que o deslumbrou: a savana queniana, os lagos nórdicos, a vastidão siberiana, os bosques coreanos, a cordilheira andina, a fantasmagórica Capadócia e o Bósforo. Viagem também ao passado, do panteão das divindades hindus ao helenismo egeu e aos mundos bizantino, islâmico e otomano. E de encontros marcantes a pontuar o trajeto: dos cautelosamente diplomáticos aos afetuosamente informais.


E viagem ao palco e às coxias das Nações Unidas, desvendando passo a passo a montagem e a operação da conferência mundial sobre o futuro das cidades, que atraiu em 1996, 20 mil pessoas para Istambul, a primeira em que governos aceitaram a presença oficial das ONGs e dos prefeitos, levando o leitor a um mundo no qual coexistem idealismo e oportunismo, política e politicagem, grandeza e mesquinhez".

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Antalogia da política: Autor Augusto Frederico Schmidt. Organizador: José Mário Pereira. Análise (opinião ) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 O livro antologia politica de Augusto Frederico Schmidt é um excelente trabalho de pesquisa e organização, feito por José Mário Pereira. Esta antologia reúne os melhores artigos políticos de Schmidt, públicados entre 1947 e 1965 a maioria deles em O Globo mas também no Correio da Manhã e em A Tarde da Bahia entre outros.

Esse é o tipo de obra que você pode até não concordar com aquilo que é dito, e pior ser irremediavelmente antagônico a posição do autor, mas devemos também aceitar que mesmo nessa circunstância, a obra é fundamental para entendermos o panorama político brasileiro no período que os artigos foram escritos 

No entanto quem se propõe a fazer essa leitura, vai necessariamente ser obrigado, até para facilitar a compreensão da obra, conhecer um pouco da trajetória de Augusto Frederico Schmidt, isso é obrigatório porque por ser a obra composta por artigos publicados em jornais da época, e por um longo período, em certo momento necessitamos desse contexto histórico e biográfico para que consigamos amarrar de forma coerente e compreensível os textos. 

Por isso abaixo coloco uma pequena biografia de Augusto Frederico Schmidt, em um primeiro momento pode o leitor achar cansativo e tedioso ler tal biografia, mas garanto que isso facilitará em muita a compreensão da obra.

CPDOC | FGV • Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil

Praia de Botafogo, 190, Rio de Janeiro - RJ - 22253-900 • Tels. (21) 3799.5676 / 3799.5677

Horário da sala de consulta: de segunda a sexta, de 9h às 16h30

Nome: SCHMIDT, Augusto Frederico

Nome Completo: SCHMIDT, AUGUSTO FREDERICO

Tipo: BIOGRAFICO

Texto Completo:

SCHMIDT, Augusto Frederico

*ass. Pres. Rep. 1956-1961.

Augusto Frederico Schmidt nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 18 de abril de 1906, filho de Gustavo Schmidt e de Anita de Azevedo Schmidt. Seu pai, também nascido no Rio de Janeiro, pertencia a família abastada, tendo estudado na Inglaterra. A mãe, baiana, culta e inteligente, incumbiu-se de dar orientação literária aos filhos. Seu avô paterno, o visconde Frederico Augusto Schmidt, tinha uma casa de tecidos no Rio de Janeiro. Seu avô materno, João José de Azevedo, era contador na loja comercial de seu avô paterno.

Schmidt fez os primeiros estudos no Colégio dos Andradas, em sua cidade natal. Devido ao estado de saúde de sua mãe, viajou em 1913 para a Suíça em companhia da família — os pais e duas irmãs —, tornando-se interno do Colégio Champs Soleil, em Lausanne. Com o falecimento do pai em Montreux, também na Suíça, sua mãe deixou o sanatório onde se internara e regressou com os filhos ao Brasil em 1916 para continuar o tratamento em Campos do Jordão (SP). Desde então, Schmidt passou por diversos colégios da capital federal, sem conseguir interessar-se pelos estudos. Em Juiz de Fora (MG) freqüentou o Colégio Granbery, em cujo grêmio literário pôde desenvolver sua inclinação pelas letras. Em 1922, de volta ao Rio de Janeiro, começou a preparar-se para os exames finais que se faziam no Colégio Pedro II, sendo porém reprovado em geografia. Nessa época escreveu alguns poemas e crônicas, publicados em um pequeno jornal, O Beira-Mar, que se editava em Copacabana. Com a morte da mãe, abandonou definitivamente os estudos e empregou-se, pela primeira vez, como ajudante de caixeiro na Casa Barbosa Freitas, passando em seguida a trabalhar na firma Costa Pereira & Cia. segundo ele “sua universidade”, aí permanecendo algum tempo.

Lendo intensamente durante esse período, assistiu entusiasmado à conferência feita em 1924 por Graça Aranha na Academia Brasileira de Letras sobre “O espírito moderno”, em que este criticava justamente o academicismo. Mais tarde afirmaria: “Creio que data daí o meu dinamismo literário e a minha alergia antiacadêmica.”

Durante algum tempo dirigiu a biblioteca do Centro Dom Vital, associação civil para estudo, discussão e apostolado subordinada à Igreja Católica, fundada no Rio de Janeiro em maio de 1922 por Jackson de Figueiredo. Sofreria grande influência desse líder católico, ao lado do qual fundou uma nova revista, Pelo Brasil, de curta duração. Por intermédio de Jackson conheceu também Alceu Amoroso Lima, consagrado crítico literário do O Jornal, do Rio de Janeiro, que se assinava Tristão de Ataíde. Entre ambos cresceu uma grande amizade

Ainda em 1924, aos 18 anos de idade, seguiu para São Paulo, onde se empregou numa firma na rua da Quitanda. Ao sair do escritório, dirigia-se às livrarias Garreaux e Gazeam, nas quais adquiria livros que ia ler à noite em seu quarto de pensão. De 1924 a 1928 permaneceu em São Paulo, ligando-se às figuras mais expressivas, do movimento modernista, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Rui Ribeiro Couto e, especialmente, Plínio Salgado, todos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo. Deste último leu, ainda em provas, O estrangeiro, seu primeiro romance social, que seria publicado em 1926 como um dos sucessos literários do modernismo.

Continuando a trabalhar no comércio, Schmidt foi caixeiro-viajante em São Paulo, vendendo aguardente e madeira. De volta ao Rio de Janeiro, tornou-se gerente da Serraria Coccozza, em Nova Iguaçu, onde, silenciadas as serras, lia e escrevia poemas.

No decorrer de 1928, ano de morte de Jackson de Figueiredo e da conversão de Alceu Amoroso Lima ao catolicismo, Schmidt manteve com este, em tom confidencial e íntimo, intensa correspondência. Nessas cartas anunciava o lançamento de seu primeiro livro de poesias, Canto do brasileiro Augusto Frederico Schmidt, cuja publicação, nesse mesmo ano, seria saudada por Alceu como um grande acontecimento literário, “uma voz que se insurgia contra os mandamentos estéticos do modernismo” e que representava, ao lado de José Américo de Almeida e de Jorge de Lima — que lançavam, também em 1928, o primeiro, A bagaceira, e o outro, Esta nega fulô —, “a abertura de uma nova frente literária”. Romântico e nostálgico, na opinião de Alceu, Schmidt seguiu seus predecessores Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu, “voltando-se para os grandes temas clássicos da saudade, do amor, da lua, do mar e da morte, tudo que parecia exilado pelo sarcasmo inicial da nova escola”. Dizendo-se, no entanto, decepcionado com os meios literários, que julgava “mais infelizes que os comerciais”, Schmidt confessou a Alceu: “Eu, Augusto Frederico Schmidt, escrevo por vaidade. Eu não posso viver mais no meio de serradores e madeireiros.” Sentia-se solitário em Nova Iguaçu.

Aproximou-se então do padre Leonel Franca e leu a encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII. Em 1929 lançou dois volumes de poesias que o consagraram como poeta, Canto do liberto Augusto Frederico Schmidt e Navio perdido. A partir dessa época passou a colaborar em jornais cariocas, tornando-se crítico literário do Diário de Notícias. Por volta de 1930 adquiriu e passou a dirigir a Livraria Católica, no Rio de Janeiro, que pertencia a Jackson de Figueiredo e onde se reunia um grupo de intelectuais católicos liderados por Amoroso Lima, Heráclito Sobral Pinto e Hamilton Nogueira.

Em outubro de 1930 irrompeu a revolução que conduziu Getúlio Vargas ao poder. Schmidt foi contra o movimento, que, segundo ele, vinha quebrar a “legalidade” e a “ordem” no Brasil. “O horror à revolução, eis uma constante em meu espírito”, diria. Alceu afirmaria que ele e Schmidt permaneceram “unidos por algum tempo, no mesmo espírito contra-revolucionário que Schmidt possivelmente alimentara em seu convívio com Plínio Salgado e eu com o de Jackson no Rio”, mas acrescentaria que “essa afinidade política foi efêmera, pois pouco a pouco Schmidt se encaminhou para a direita e eu para uma ‘esquerda católica’ que ele não admitia”.

De fato, Schmidt participou no Rio de Janeiro de um grupo de intelectuais e estudantes, muitos dos quais freqüentadores da Livraria Católica, que se reuniram em torno de Plínio Salgado. Em 1932 Plínio fundaria a Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento que despertou as simpatias dos meios católicos, mas no qual Schmidt não chegou a militar.

A editora Schmidt e a Coleção Azul

Após a vitória da Revolução de 1930, o Brasil e o próprio movimento revolucionário foram objeto de estudos diversos que refletiam o dilema político-ideológico da época: fascismo ou comunismo.

Em 1931, funcionando inicialmente nos fundos da Livraria Católica que dirigia, Schmidt fundou uma editora — a Schmidt Editora —, responsável pelo lançamento de muitos nomes que se tornariam famosos nas letras nacionais. Também nesse ano lançou a revista As Novidades Literárias, que mais tarde reapareceria sob o título Literatura. Sua editora lançou ainda a Coleção Azul, que, entre outubro de 1932 e junho do ano seguinte, editou cinco livros que ficaram famosos como um esforço de reflexão sobre a realidade brasileira: Brasil errado, de Martins de Almeida, Introdução à realidade brasileira, de Afonso Arinos de Melo Franco, O sentido do tenentismo, de Virgínio Santa Rosa, A gênese da desordem, de Alcindo Sodré, e Psicologia da revolução, de Plínio Salgado.

Entre os autores publicados pela Editora Schmidt figuraram Otávio de Faria (Maquiavel e o Brasil), Jorge Amado (O país do carnaval), Marques Rebelo (Oscarina), Raquel de Queirós (João Miguel), Graciliano Ramos (Caetés), Gilberto Freire (Casa grande e senzala), Leonel Franca (Ensino religioso e ensino leigo e Catolicismo e protestantismo), Virgílio de Melo Franco (Outubro de 1930) e Alceu Amoroso Lima (Problema da burguesia, Preparação à sociologia, Debates pedagógicos e Estudos, 4ª série).

Schmidt editou também vários autores integralistas: Plínio Salgado (Doutrina do sigma, O que é o integralismo), Olbiano de Melo (Razões do integralismo, concepção do estado integralista), Osvaldo Gouveia (Brasil integral), Olímpio Mourão (Do liberalismo ao integralismo), Miguel Reale (Atualidade brasileira) e Gustavo Barroso (O integralismo em marcha).

Em 1934 Schmidt casou-se com Ieda Ovalle Lemos, sobrinha do poeta e compositor Jaime Ovalle, e a ela dedicou seu livro de maior repercussão, Canto da noite. Em 1940 voltou à poesia com A estrela solitária. Já famoso, daí por diante produziu diversas obras poéticas.

Sempre ligado à atividade literária, participou, em janeiro de 1945, como delegado do Distrito Federal, do I Congresso Brasileiro de Escritores, reunido em São Paulo sob os auspícios da Associação Brasileira de Escritores e que assumiu o caráter de uma manifestação coletiva da intelectualidade contra a ditadura do Estado Novo.

O homem de negócios

Schmidt acentuou certa vez que antes de ser poeta já vivia do comércio. Fundou diversas empresas, que dirigia paralelamente à sua atividade jornalística, escrevendo sobre tudo acerca de problemas políticos e econômicos do Brasil na imprensa diária do Rio de Janeiro.

Prosperou sempre e, a seguir, ingressou nos ramos do cimento, dos pneumáticos e na indústria de alimentos, lutando pelo que chamou “tese do enriquecimento nacional”. Apontado como testa-de-ferro de interesses multinacionais no Brasil, atribuía tais acusações a “um preconceito típico dos países subdesenvolvidos, de formação católica”, que consistia na “recusa em aceitar que um poeta pudesse abastardar essa condição, acrescentando-lhe a de homem de negócios”.

Em 1951, por ocasião da visita ao Brasil do norte-americano Eugene Black, presidente do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), Schmidt defendeu nas colunas do Correio da Manhã a idéia de que o auxílio norte-americano era necessário ao desenvolvimento econômico do Brasil “para evitar que o país resvale para a desordem, para a asificação e para uma trágica proletarização propícia à sujeição comunista”. Considerava a riqueza e os grandes empresários que a detinham como a alavanca do progresso e veículos do desenvolvimento, recusando-se a tomá-los a priori como instrumentos ou agentes de fraude e corrupção. Ao sustentar com desenvoltura essas e outras opiniões, Schmidt foi acusado de indiferença para com o problema específico da corrupção administrativa, quando não de beneficiário dela.

Os interesses multinacionais e associados iriam crescer de maneira rápida e estável no país, estimulados pela política de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek. Segundo Renê Dreyfuss, uma das formas organizacionais básicas através das quais o bloco de multinacionais expressaria seus interesses comuns foi a criação de escritórios de consultaria tecno-empresarial. Uma dessas agências mais importantes pertenceu a Augusto Frederico Schmidt, sob o nome de Estudos Técnicos Europa-Brasil, que operava com empresas em geral ligadas à indústria química.

A atividade empresarial de Schmidt foi intensa e vária: promoveu a instalação dos Supermercados Disco, no Rio de Janeiro, foi sócio, presidente e diretor da Sociedade de Expansão Comercial (Sepa), da Meridional Companhia de Seguros de Acidentes de Trabalho, da Comércio e Importação de Produtos Americanos (Sacipa), da Instaladora de Frio, da Brasil-Canadá Comércio e Indústria, da Orquima e outras, tendo empreendido várias viagens de negócios aos Estados Unidos e à Europa.

Assessor de Kubitschek

Schmidt aproximou-se de Juscelino Kubitschek por intermédio de Paulo Bittencourt, proprietário e diretor do Correio da Manhã, matutino carioca em que escrevia e que apoiou o candidato pessedista à presidência da República no curso de sua tumultuada campanha, contra a qual se opuseram os udenistas e os setores militares a eles ligados.

Schmidt empenhou-se na luta ao lado de Kubitschek, aproximando-o do empresariado a fim de obter recursos para financiar a campanha. Por outro lado procurou neutralizar as resistências ao candidato surgidas na área internacional, sobretudo após a inclusão na chapa presidencial do vice João Goulart, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e considerado o herdeiro político de Vargas. O apoio dos comunistas a Kubitschek criou sérias dificuldades no país e no exterior, onde, também pela interferência de Schmidt, acabaram sendo contornadas. Vitoriosa a chapa Juscelino-Goulart nas eleições de outubro de 1955, a União Democrática Nacional (UDN), lançando mão de seus últimos recursos, tentou impedir a posse dos eleitos, mas foi barrada pelo Movimento do 11 de Novembro de 1955, liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. A posse ocorreu afinal em 31 de janeiro de 1956.

Em abril desse mesmo ano, sob a presidência do deputado mineiro Gabriel Passos, da UDN, instalou-se na Câmara dos Deputados uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para proceder às investigações sobre o problema de energia atômica no Brasil. Na qualidade de membro da diretoria da Orquima, empresa que operava no Brasil na industrialização e exportação do tório, mineral de alto valor estratégico, Schmidt foi chamado a depor. A CPI encontrou, em quase todos os documentos relativos aos acordos de exportação de tório, referências às gestões da Orquima. Não pôde, no entanto, apurar a identidade dos acionistas da empresa, pois Schmidt negou-se a revelá-la.

Em seu depoimento, Schmidt preconizou a revogação da Lei nº 1.310, de 15 de janeiro de 1951, que estabeleceu o monopólio estatal do comércio externo dos principais minérios atômicos, urânio e tório, e fixou severas restrições à sua venda. Criticou também as “teorias suicidas de que o Brasil não pode exportar”. Apesar de tais restrições, a Orquima expandira notavelmente suas instalações, tendo sua diretoria lutado sempre contra as resistências opostas à exportação do tório. O relatório final da CPI sobre energia atômica, redigido pelo deputado Dagoberto Sales, foi aprovado em março de 1958.

No âmbito do governo Kubitschek, Schmidt foi um dos mais prestigiados assessores, cabendo-lhe o comando ostensivo da Operação Pan-Americana (OPA), iniciativa brasileira em cuja promoção se empenhou, tentando atrair investimentos norte-americanos para um programa de desenvolvimento econômico e social da América Latina sob a liderança do Brasil. A OPA teve como ponto de partida carta datada de 28 de maio de 1958, enviada pelo presidente Kubitschek ao presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, após as manifestações hostis ao vice-presidente Richard Nixon por ocasião de sua visita aos países sul americanos. Da carta-resposta de Eisenhower datada de 5 de junho, declarando-se favorável à idéia geral proposta pelo Brasil, nasceria a OPA.

No dia 20 de junho de 1958, Kubitschek pronunciou o primeiro de uma série de discursos tratando da OPA, perante os chefes das missões diplomáticas no Rio de Janeiro, com a presença das mais altas autoridades federais. Em julho, insistia em que, de acordo com os objetivos fundamentais da OPA, a luta contra o subdesenvolvimento da América Latina implicaria a segurança do continente e uma ligação política com os Estados Unidos para um programa estratégico de defesa do hemisfério.

Em agosto, o governo lançou oficialmente a OPA, transmitindo às repúblicas americanas, através de suas embaixadas no Rio de Janeiro, um memorando em que esclarecia a definição, as características e os objetivos da operação ao lado de sugestões para o seu processamento. Nesse mesmo documento, tornado público poucos dias após, era proposto um temário para as reuniões preparatórias da OPA. Considerou-se então a oportunidade de se criar uma comissão especial do conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA). No mês de novembro foi assim instalado na sede da OEA, em Washington, o Comitê dos 21, organização formada pelos representantes dos países do continente americano que aderiram à OPA, buscando viabilizá-la.

Schmidt participou de todas as negociações fechadas e chefiou a delegação brasileira ao Comitê dos 21 em suas várias reuniões, que visavam à criação da OPA. Empenhou-se então, segundo suas próprias palavras, em fazer cair o “muro do silêncio” entre a opinião pública norte-americana e a América Latina.

Durante o ano de 1959, apesar do empenho do governo brasileiro para que fossem aprovados os objetivos da OPA, a meta prioritária do governo norte-americano foi reprimir o comunismo. A vitória da Revolução Cubana em janeiro desse ano e a ascensão de Fidel Castro ao poder resultaram em inevitável alteração das relações dos Estados Unidos com a América Latina. Assim, o governo norte-americano aprovou um sistema de quotas para a fundação do que, em dezembro de 1959, constituiria o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), organismo financeiro para o desenvolvimento continental. Ao mesmo tempo, comprometeu-se a apoiar moral e materialmente a criação de um mercado comum latino-americano, que em 1960 se concretizaria na Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).

Antes do término do mandato de Kubitschek, Schmidt teve destacada atuação como chefe da delegação brasileira à XIV Assembléia Geral das Nações Unidas e como presidente do Comitê dos 21 na Conferência de Bogotá, na Colômbia. A OPA, no entanto, não foi adiante, devido ao desinteresse dos Estados Unidos, que, ao invés de beneficiar uma iniciativa latino-americana, preferiu lançar, no início da década de 1960, sua própria campanha, a Aliança para o Progresso.

Como assessor de Kubitschek, Schmidt defendeu na imprensa e no cenário diplomático a tese do desenvolvimento econômico. Embora fosse considerado o verdadeiro idealizador da OPA e gozasse de inequívoco prestígio junto ao presidente da República, não conseguiu ser nomeado ministro de Estado talvez em razão da oposição e das críticas que sofreu, sobretudo do chamado setor nacionalista das forças armadas, que sempre condenou duramente seus interesses internacionais no terreno dos negócios. Schmidt foi, portanto, no governo Kubitschek, o que se poderia chamar de “homem dos bastidores”. Obteve afinal uma representação no Mercado Comum Europeu, missão não criada por lei, o que dispensou o governo de submeter seu nome à aprovação do Senado Federal.

No IPÊS

Após o término do qüinqüênio Kubitschek, já não mais no centro do poder, Schmidt filiou-se ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), organização de empresários estruturada no decorrer de 1961 no Rio de Janeiro com o objetivo de “defender a liberdade pessoal e da empresa, ameaçada pelo plano de socialização no seio do governo” e que contou com o apoio dos jornais cariocas O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã.

A partir de agosto de 1962 teve intensa participação no Grupo de Publicações Editorial (GPE), que reuniu vários profissionais da mídia, do mundo literário, de agências de publicidade e um grupo de militares encabeçado pelo general Golberi do Couto e Silva. O GPE escrevia, traduzia e distribuía material impresso anticomunista, bem como publicava artigos e panfletos que escolhia. Através da Unidade de Editorial, inseria comentários, debates e opiniões na imprensa e elaborava editoriais, divulgava notícias, enfim, disseminava a “literatura democrática”.

No final do governo, participou de um memorável debate televisionado com o líder comunista Luís Carlos Prestes.

A revolução de 1964: adesão e frustração

Schmidt sustentou sua última batalha escrevendo violentamente contra o governo do presidente João Goulart. Segundo Murilo Melo Filho, Schmidt foi um dos artífices do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente, inaugurando uma série de governos militares no país

Amigo pessoal do general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente após a revolução de 1964, Schmidt, no entanto, não foi aproveitado por ela, fato que lhe causou profundo desagrado. Em julho de 1964, foi surpreendido com a cassação do mandato do ex-presidente Juscelino Kubitschek, então senador, ato punitivo que proclamava ser “injusto” e constituiu “um erro imperdoável”.

Morreu no Rio de Janeiro no dia 8 de fevereiro de 1965.

Em sua memória, foi fundada no Rio de Janeiro a Sociedade dos Amigos de Augusto Frederico Schmidt.

Publicou, além dos livros citados, Pássaro cego (1930), Desaparição da amada (1931), Mar desconhecido (1942), O galo branco (1948, 2ª ed. 1956), Fonte invisível (1949), Mensagem aos poetas novos (1950), Paisagens e seres (1951), Ladainha do mar (1951), Os reis (1953), Poesias completas (1956), Aurora lívida (1958), Babilônia (1959), As florestas (1959), Antologia poética (1962), Antologia de prosa (1964), O caminho do fim (1964) e Prelúdio à revolução (1964).

Vera Calicchio

FONTES: BANDEIRA, L. Presença; BOSI, A. História; Canto; CARDOSO, M. Ideologia; CARONE, E. Coleção; COELHO, J. Dic.; CONG. BRAS. ESCRITORES. I; CORTÉS, C. Homens; DREIFUSS, R. Conquista; Elite; Encic. Mirador; FRANCO, A. Alma; Grande encic. Delta; Jornal do Brasil (2/2/75, 17/4/76 e 8/2/77); KUBITSCHEK, J. Exposição; KUBITSCHEK, J. Mensagem; KUBITSCHEK, J. Meu; LEVINE, R. Vargas; LIMA, A. Estudos; LIMA, A. Evolução; LIMA, A. Meio; LIMA, A. Memórias; LUFT, C. Dic.; MENESES, R. Dic.; NASSER, D. Revolução; OLIVEIRA, L. Romance; Rev. Bancária Bras. (11/51); Rev. Bras. Pol. Internacional (1959 e 1960); RIBEIRO FILHO, J. Dic.; SALES, D. Razões; SCHMIDT, A. Caminho; SCHMIDT, A. Prelúdio; Senhor (1/64); SILVA, H. 1935; TAVARES, J. Radicalização.


sábado, 29 de janeiro de 2022

Autor: José de Alencar. Análise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O romance til, de José de Alencar, é um livro para se ler com a alma desarmada. O romance escrito em 1871 conta de forma prazerosa e com  linguagem inovadora, desvinculando-se da literatura portuguesa, que se tinha como padrão na época, a história de"til", apelido de Berta, personagem central do romance e típico arquétipo da heroína romântica.
Jose de Alencar foi um escritor que registrou em suas obras as inovações da Lingua Portuguesa no Brasil.
O romance é dividido em duas partes, em um primeiro momento, o autor usando uma narrativa em terceira pessoa, faz à  apresentação das personagens e das tramas, também na primeira parte do romance, fica explícita a personalidade da personagem principal Berta (cujo apelido é til) sempre movida por boas intenções, ela usa de sua influência e bondade para manipular as outras personagens.
A segunda parte fica reservada a desatar os nós da trama, revelando seus enigmas. Os cenários deixam de ter uma descrição objetiva e material para adquirir um significado mais subjetivo, relacionado ao passado oculto das personagens. 
A ação de “Til” ocorre na Fazenda das Palmas, localizada na região de Campinas, interior do estado de São Paulo, e transcorre temporariamente a partir de 1826.
Outra coisa que chama a atenção é como o autor, de forma contundente e empolgada descreve a paisagem natural onde se desenrola a trama, ficando claro para o leitor a preocupação ( já na época em que o livro foi escrito) com a natureza e a fascinação que a mesma causava.
A narrativa se utiliza fartamente de termos regionais da época, que demanda do leitor atenção redobrada e contextualizada para facilitar a interpretação do que é escrito. 
A obra de José de Alencar "til", é sem dúvida uma obra essencial. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Osvaldo Monteiro: música : "metade"

Música de boa qualidade, simplesmente isso!!



 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Autores: Alex Goldfarb e Marina Litvinenko. Analise (opinião ) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 

O livro "Morte de um Dissidente" trata da morte de"Sacha" Litvinenko, o ex-agente da FSB (a antiga KGB). Sacha foi envenenado por uma substância raríssima, o polônio-210, e enquanto agonizava diante das câmeras de todo o mundo, acusou Putin de ser o mandante do crime. A história é narrada por Goldfarb amigo próximo da família de Litvinenko e Marina Litvinenko, viúva de "Sacha".
De narrativa dinâmica e detalhada, os autores nos prendem a história contada, de forma definitiva, ao jogarem luz sobre a vida e a trajetória política de um personagem que todos com certeza têm muita curiosidade, e consequentemente muitas perguntas que gostariam que fossem respondidas, esse personagem é Putin, o"eterno", ( Pois é essa a impressão que todos têm) presidente da Russia. 
Os autores contam, sempre é claro do seu ponto de vista, as mazelas nos bastidores da política Russa logo após a queda do regime comunista, e como Putin soube se utilizar do passado político da Rússia e sua estrutura, como estratégia para se adaptar a nova realidade do país, em que o poder financeiro havia mudado de mãos com as privatizações pós queda do regime comunista. 
Fica também muito claro para os leitores, segundo a narrativa imposta, a astúcia do líder russo em manipular fatos e situações, com frieza e sem escrúpulos. 
A leitura é fundamental para quem quer entender um pouco mais sobre a história recente desse intrigante país que é a Rússia, é  claro, sempre com um olhar crítico, pois quem aqui relata os fatos fez parte dessa história, e como sabemos as histórias sempre têm vários lados, cada um de mirante diferente, no entanto a verdade é só uma, será?.
Recomendo a leitura, pois independente das visões,  o livro trás muitas informações. 

Abaixo uma pequena descrição:

"Em outubro de 2000, o biólogo e ativista político Alex Goldfarb recebeu um telefonema de seu amigo Boris Berezovski, o empresário russo que, depois de tornar-se uma das pessoas mais ricas e poderosas do país, caíra em desgraça e fora obrigado a exilar-se na França. O assunto do telefonema era Alexander "Sacha" Litvinenko, o ex-agente da FSB (a antiga KGB) que, anos antes, tornara-se famoso ao afirmar - em uma coletiva de imprensa, rodeado de agentes mascarados - que altos funcionários da FSB planejavam assassinar Berezovski. Na época, o presidente da FSB era o até então desconhecido Vladimir Putin. Litvinenko foi punido à moda antiga: abriu-se um processo em que a FSB o acusava de ter agredido um suspeito, e Litvinenko acabou preso, foi libertado meses depois e em seguida voltou para trás das grades, réu de uma acusação semelhante. Goldfarb conhecia o caso. Quando ainda trabalhava para o megainvestidor americano George Soros, tentara em vão entrevistar Litvinenko, como parte de um programa para erradicar a tuberculose das prisões russas. Soube, por Berezovski, que Sacha, sentindo-se cada vez mais ameaçado, fugira para a Turquia com a mulher e o filho, e precisava de ajuda. Goldfarb, ele mesmo um dissidente da época do comunismo, não hesitou e partiu em seguida para o sul daquele país, onde os três estavam escondidos. Em uma seqüência de eventos que em muito lembra um romance de John le Carré, Goldfarb conduziu os Litvinenko até Ancara, depois Istambul e então para a Inglaterra, onde planejavam pedir asilo político. Após algumas semanas turbulentas, quando ainda pairava o fantasma da deportação, a Inglaterra os acolheu e, com ajuda financeira de Berezovski, os Litvinenko se estabeleceram em Londres. Seis anos depois, Sacha foi envenenado por uma substância raríssima, o polônio-210".

Um livro publicado pela editora Companhia das letras, primeira edição (11 de julho 2007).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

"Viagens na minha terra": Autor: Almeida Garrett. Análise ( opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

O livro "Viagens na minha terra", é sem dúvida alguma uma leitura muito difícil de se fazer, quando digo difícil, me refiro sim, a dificuldade de compreensão que a narrativa nos impõe. A obra foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846, sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para a moderna prosa portuguesa e um importante documento de referência para entender a decadência do império português. Uma mistura entre literatura de viagem, autobiografia, reportagem, crítica política e romance histórico, faz com que o leitor que por ventura se atreva a encarar essa obra, tenha que fazer antes uma imersão, em todo o contexto histórico que envolve o período anterior a elaboração do livro.

Comecemos então por contar um pouco da história do autor. 

Almeida Garrett nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 1799, com o nome de batismo de João Leitão da Silva. Durante sua época de estudante de Direito, em Coimbra, passou a adotar o nome que o tornaria célebre: Almeida Garrett. Participou da revolução liberal e ficou exilado na Inglaterra em 1823. Durante esse tempo, casou-se e teve contato com o movimento romântico inglês. Em 1824 mudou-se para França e escreveu Camões e Dona Branca, obras que inauguraram o romantismo português. Ávido defensor do liberalismo, Almeida enfrenta outros diversos exílios ao longo dos anos.

Após retornar definitivamente a Portugal, passa a incentivar a literatura e o teatro, escrevendo inúmeros livros e peças teatrais. É dele, por exemplo, a iniciativa de criar o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Normal (atualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa). Faleceu em Lisboa no dia 9 de dezembro de 1854.

A revolução liberal da qual participou Almeida  Garrett, se deu na cidade do Porto em Portugal,  foi um movimento ocorrido em 1820.

Entre várias reivindicações, os integrantes exigiam a promulgação de uma Constituição e a volta da Corte portuguesa que se encontrava no Brasil.

A Família Real Portuguesa, em 1808, havia se deslocado para sua colônia na América devido às invasões napoleônicas.

Tomando ciência desses fatos, fica facilitada, (mas alerto de antemão que não muito) à  compreensão da história contada por esse estupendo autor. 

Para facilitar a sua caminhada na leitura dessa incrível obra, apresento uma pequena descrição. 

"Viagens na minha terra é um relato da viagem verídica empreendida por Almeida Garrett de Lisboa a Santarém. Numa prosa fluida, espontânea e aparentemente despretensiosa, que visa a cooptar o leitor constantemente, fazendo uso de vocativos, Almeida Garrett comenta os lugares por onde passa e, entre uma reflexão e outra, critica o atraso tecnológico do país, a literatura que falseia a realidade, as más condições das estradas e hospedarias, a maneira dos homens públicos de governar; enfim, divaga sobre diversos temas, fazendo uso constantemente de ironias. Além da digressão, a obra de Garrett introduz outro recurso inédito na literatura portuguesa, a “narrativa dentro da narrativa”: em meio ao relato da viagem, o narrador conta a história romanesca de Carlos, jovem liberal e progressista, e Joaninha, típica heroína romântica: íntegra, pura e fiel a seu amor. Viagens na minha terra é obra singular da Literatura Portuguesa".

A edição do livro na foto acima e da editora Lafonte, publicado em 2020.

Leitura difícil, mas muito prazerosa, tenham uma boa leitura.