segunda-feira, 26 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Eu protesto!
Sou jovem, impaciente, critico. Conto o tempo com o ímpeto
da juventude, portanto não tenho tempo a perder. Cobro tudo que me é devido, repudio
quem ousa me cobrar. A juventude me concede por vezes a prerrogativa à
incoerência a impulsividade, isso me da à sensação de que tudo que defendo se
torna irremediavelmente legitimo. No entanto, mesmo não tendo tempo a perder, e
me recusando á contabilizar o tempo, ele é implacável, e queira ou não queira
ele vai passar. Mas mesmo assim vou resistir, continuo a protestar e a
contestar, mas agora alguma coisa nova me incomoda, ás vezes o que o outro diz
me soa como algo novo a ser levado em conta, mas mesmo assim resisto, ainda
fico com o meu ponto de vista, pois já vivo há bastante tempo na juventude e
essa experiência me permiti essa autossuficiência. Mas o tempo miseravelmente
insiste em continuar passando, e agora outra coisa começa a me incomodar.
Certezas antes irrefutáveis, agora me deixam na boca um gosto de ranço quando
por mim são proferidas, situações que antes me davam a sensação de estar no controle,
hoje me incomodam por sentir que estou sendo controlado, manipulado. O tempo
continua a passar, ainda me sinto jovem, mas por algum motivo me incomodam
algumas incoerências e impulsividades cometidas pelos mais jovens que eu. Mas
algo me trás grande paz de espirito, de todas as certezas irrefutáveis que
tinha, algumas ainda se mantêm intocáveis, e se elas resistiram ao tempo, é
porque são coerentes, portanto minha época de jovem contestador de alguma
maneira contribuiu para o crescimento da minha geração. Conteste, proteste,
reivindique, questione, cobre. Mas também ouça, reflita, se questione.
PS: Talvez isso hoje para você seja impossível, mas não se
esqueça, o tempo passa.
Autor: Mário Rui Baptista
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