sábado, 8 de agosto de 2009

Dia dos pais - O filho que virou pai


Amanhã é dia dos pais, falar do pai é tarefa ingrata, tudo que se fala parece precisar de complemento.Por mais que tentemos exaltar as qualidades do mesmo , sempre ficamos com a sensação de que faltou algo a dizer. Por isso resolvi fazer uma poesia, para assim, tentar mostrar um pouco do que penso dos pais, e porque não dos filhos, que em algum momento se tornarão pais.


Leia abaixo a poesia!!!


O filho que virou pai

A minha tenra idade,
A algum tempo já se expirou.
Então por dedução,
Sabes que adolescente não sou.

Da minha época de moço,
Confesso pouco me recordo.
Talvez por conveniência,
Pois de meus atos, poucos aprovo.

Meu querido pai muito severo,
Atitude imposta pela tradição.
Contudo muito presente,
E dono de enorme coração.

Eu moleque inquieto,
Sempre a procura de emoção.
Por ele era contido,
Com severa punição.

Contudo um problema eu tinha,
Logo da punição me esquecia.
Por causa da fraca memória,
A peraltice repetia.

Meu querido pai beirava a loucura,
Solução para questão não via.
E todos que consultava,
A culpa a adolescência remetiam.

Meu pai criado de outra forma,
Com valores hoje não vistos.
Tinha muita dificuldade,
Em resolver meus conflitos.

Naquele tempo não entendia,
Muitas vezes me irritei.
E culpava meu pai,
Pelos caminhos que não encontrei.

Hoje passado muito tempo,
Revendo meu itinerário.
Sou obrigado a reconhecer,
Meu pai era um visionário.

Meu papel hoje se inverteu,
No lugar de meu pai me encontro.
Tentando convencer meus filhos,
Que não existe caminho pronto.

Os conselhos por meu pai dados,
E que um dia contestei.
Por mim hoje são repetidos,
E os meus filhos dão a importância que dei.

As dificuldades que meu pai tinha,
Em lidar com meus conflitos.
Repetem-se novamente,
Só que agora, sou eu o aflito.


Meus filhos hoje me olham,
Como se de tudo entendessem.
Tais atitudes me inervam,
É como se ao passado me remetessem.

Hoje lido com outros conflitos,
Diferentes dos da minha adolescência.
Mas as motivações são as mesmas,
Auto-afirmação, intolerância e prepotência.

Ao conflito de gerações,
A que muitos atribuem tal atitude.
É resposta simplória,
Para problema de tamanha magnitude.

Porem com toda a semelhança,
Que comparando , concluímos.
Uma diferença é gritante,
O carinho que com nossos pais tínhamos.

Como pai me sinto encurralado,
Com todo tipo de pressão.
Os filhos hoje traçam seus planos,
Aos pais resta a subvenção.

E o que é mais preocupante,
É que constrangidos não ficam.
Não ter pedido para vir ao mundo,
Essa é a maneira que justificam.


No entanto amamos nossos filhos,
E por eles damos a vida.
E na grande maioria das vezes,
Esquecemos o tamanho da divida.

Isso tudo é natural,
Faz parte do instinto paterno.
É coisa que não se explica,
Herança do pai eterno.

Os filhos também nos amam,
E por nos dariam a vida.
Em cheque, a atuação como pai fica,
Quem dessa afirmação duvida.

É coisa muito natural,
O apego a nossa família.
É coisa que não se explica,
É construído dia a dia.

Em resumo lhes digo,
Sem medo de errar.
Não existe receita pronta,
Para titulo de melhor pai ganhar.

Nisso tudo existe um consolo,
Sem querer parecer duro.
É que os filhos de hoje,
Serão os pais do futuro.

Autor: Mário Rui Baptista - Araçatuba, S.P