quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Why Not : Autora: Raquel Landim . Analise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Why Not é um livro que aquele que se propuser a le-lo deve se despir de qualquer posicionamento político partidário, se não corre o risco de não aproveitar a leitura de forma completa. Antes de mais nada deve se ater ao fato de que o livro é uma obra de narrativa jornalística e portanto se atém  a fatos, baseando-se na maioria das vezes em pesquisa e declarações dos personagens envolvidos, quando afirmo na maioria das vezes, refiro -me a percepção de que qualquer  narrativa por mais que a autora tente se ater a análise fria dos fatos, mesmo assim em alguns momentos tenho o sentimento de que a mesma da ênfase aos atributos empresariais  dos personagens, salientando também em demasia, a União familiar que segundo a autora reinava nos Batistas.

A certa altura da narrativa tinha a impressão de que tentava-se justificar as condutas inapropriadas dos personagens, mas saliento que essa foi exclusivamente a minha sensação, ao que o leitor pode refutar ao ler o livro. No entanto recomendo muito a leitura, pois se trata de um livro que narra de forma clara e cronologicamente, fatos que vão ficar para a história política do Brasil. 

A maneira como a autora faz a sua narrativa, nos prende de forma decisiva, por muitas vezes, primeiro ela levanta o fato ocorrido, para depois voltar no tempo e nos interar de todo o contexto que levou a tal fato, essas idas e vindas têm a capacidade de fazer com que a leitura fique agradável. 

Agora uma virtude incontestável do livro, é sem dúvida obrigar-nos a pensar sobre a relação promíscua entre a iniciativa privada é os poderes constituídos de nosso país, isso sem dúvida é um problema que deve ser rapidamente solucionado, sob pena de perdermos as rédeas da nação e do futuro das próximas gerações. 

Abaixo posto a resenha da editora para quem por ventura esteja interessado em apostar nessa leitura. Super recomendo. 

O Brasil assistiu nos últimos anos ao rápido crescimento da JBS, que, nas mãos dos irmãos Wesley e Joesley Batista, saiu da condição de pequena empresa familiar para transformar-se em gigante mundial. Já no auge do sucesso, Joesley trocou seu iate Blessed(“Abençoado”, em inglês) por um novo e maior, que batizou de Why Not(“Por que não?”). O sugestivo nome parecia indicar os rumos que os irmãos estavam dispostos a percorrer. Por que não subornar políticos para aprovar leis que favorecessem a empresa? Por que não crescer contando com atalhos e privilégios de uma rede estatal de benefícios? Por que não gravar políticos, clandestinamente e em situações comprometedoras, tendo em vista uma possível delação premiada? Narrando esse caso no ritmo de um thriller político e empresarial, após dois anos de apuração e mais de uma centena de entrevistas, a jornalista Raquel Landim remonta em Why Not a história da JBS desde sua origem até os bastidores da negociação do polêmico acordo de colaboração premiada, que garantiria imunidade judicial aos irmãos Batista apesar de seus crimes. Com inegável talento para negócios, Wesley e Joesley perceberam desde cedo que poderiam crescer ainda mais se contassem com a ajuda do governo, mesmo que para isso tivessem que adotar métodos nada convencionais, dando início ao que se tornaria um dos maiores esquemas de corrupção já descobertos em uma empresa privada brasileira. Todos os detalhes desta incrível história os leitores acompanharão em Why Not como se fossem um observador invisível no submundo do poder e da ganância. Raquel Landim é formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), com período de estudos em Londres, Raquel Landim tem, desde 1999, passagens pelos principais jornais do país. Participou da equipe fundadora do Valor Econômico e adquiriu o gosto pela cobertura de negócios na editoria de Economia de O Estado de S. Paulo. Desde 2013 é colunista da Folha de S.Paulo, integrando o grupo de repórteres seniores da publicação. Casada com Ricardo Cesar, é mãe de Arthur e Francisco. Why Not é seu primeiro livro.

domingo, 19 de dezembro de 2021

AUTOR: Joshua Levine. Analise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro Dunkirk escrito por Joshua Levine, é sem dúvida uma obra feita em medida para aquele leitor que adora uma história real contextualizada, que tem a capacidade de coloca-lo como se o mesmo fizesse parte da história contada.

Os detalhes e a precisão com que os fatos nos são oferecidos, fazem realmente com que fiquemos presos a narrativa, facilitando a leitura e tornando-a muito prazerosa. 

A segunda guerra mundial é repleta de histórias com uma carga emocional muito intensa, que na grande maioria das vezes mexem de forma avassaladora com os sentimentos de quem as conta, como também de quem as lê,  mas essa tem também a capacidade de nós fazer entender,  o tamanho da capacidade que as pessoas têm em se organizar e se mobilizar para se ajudarem em situações extremas, como também essas mesmas situações extremas podem despertar em alguns o que a de pior na raça humana. O instinto de sobrevivência nato ao ser humano, pode em alguns despertar a solidariedade e em outros a barbárie. 

Em suma o livro conta "A História deTrezentos mil homens das forças aliadas cercados pelo exército alemão. A batalha já está perdida. Quantos podem sonhar em voltar para casa? Maio, 1940. O exército alemão estrategicamente avança pela Floresta das Ardenas, uma região francesa de colinas montanhosas, em direção ao norte, e também conquista os Países Baixos, ao Leste. Os exércitos aliados da Grã-Bretanha e França estão cercados. A única alternativa possível para evitar uma verdadeira catástrofe é evacuar as forças aliadas imediatamente. Soldados, marinheiros, políticos e generais são convocados para a Operação Dínamo, na tentativa de resgatar o maior número possível de homens. Navios, contratorpedeiros, aviões e bombas voam sobre a praia de Dunkirk. Cinco nações resolvem se unir. Ninguém quer ser deixado para trás. Outras operações são criadas, mas o tempo é muito curto quando se trata de tantas vidas. Um drama real, muito além de histórias pessoais ou do relato de um único país em perigo". 

A retirada de Dunkirk ganha uma nova perspectiva, sob o olhar do diretor Christopher Nolan, no filme de mesmo nome, e no livro do autor premiado Joshua Levine. "Fascinante." Sunday Times "Um retrato próximo de um momento trágico e traumático, transmitido para a nossa época pelas palavras dos que vivenciaram essa experiência. " Sunday Telegraph.

Recomendo demais esse livro, é uma boa leitura para quem gosta de informação histórica, com uma narrativa densa e clara. 


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

O Tigre: Autor: Jonh Vaillant. opinião literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 


"O Tigre" é um livro instigante e que consegue prender à atenção de quem o lê, seu autor John Vaillant é um escritor premiado e atua em alguns veículos de comunicação como New Yorker, The Atlântic, National Geographic e Men's Journal.

Foi um livro escrito em dezembro de 2009, e publicado no Brasil pela editora Intrínseca em junho de 2016 em sua primeira edição. 

Ele narra uma história real que ocorreu em dezembro de1997 em uma região inóspita do Extremo Oriente russo.

Um tigre devorador de gente espreita um vilarejo afastado. A fera não apenas mata pessoas, ela as aniquila, devora por inteiro. Por isso um grupo de homens com cães de caça é enviado para persegui-la pela floresta densa e gélida. À medida que analisam os parcos restos mortais das vítimas do tigre, os rastreadores percebem algo impensável: os ataques não são aleatórios; fazem parte de uma vingança. Machucada, faminta e perigosíssima, a fera precisa ser detida antes que mais uma tragédia aconteça.

O autor usa de uma narrativa clara e de fácil compreensão,   habilidosamente nos faz sentir presentes no local onde os fatos ocorrem.

Recria os eventos ao mesmo tempo em que traça um impressionante panorama de uma paisagem inóspita e gelada e de seus habitantes, que, assolados pela pobreza do pós-perestroika, recorrem à caça ilegal para sobreviver, quebrando o equilíbrio natural que por milênios, antes da colonização europeia, do desflorestamento e da matança sistemática dos animais, permitiu que humanos e tigres coexistissem no mesmo território.

A maior dificuldade que encontrei ao ler o livro foi, que pelo fato de não ter nenhuma experiência anterior com o idioma Russo, os nomes dos personagens ao longo da narrativa podem nos confundir pela sua semelhança gráfica, mas nada que atrapalhe ou atrase a leitura. 

Por fim, coloco abaixo uma das críticas feitas ao livro à época de seu lançamento, que resumem o que tento dizer. 

“Poucos escritores se esforçaram tanto para compreender seus monstros, e pouquíssimos os descreveram em uma prosa tão envolvente.” The New York Times Book Review.