sábado, 9 de dezembro de 2023

Livro: "Mitos e Falácias Sobre a América Latina". Autor: Carlos Rangel Guevara. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Mitos e Falácias Sobre a América Latina" do escritor Carlos Rangel Guevara é uma obra escrita sobre a ótica de um assumido liberal, isso a princípio poderia de alguma forma inibir leitores de outras correntes políticas, a interessar-se pela leitura, usando como pretexto, a suposição que a narrativa seria tendenciosa e, manipuladora. Mas alerto, que antes de qualquer coisa, à obra é um excelente documento histórico, podemos ao longo da leitura discorda de algumas colocações do autor, o que é perfeitamente salutar, para que à leitura seja ainda mais interessante, pois uma coisa que o autor a todo o momento enaltece no seu texto é, o direito ao contraditório, não só enaltece, como incentiva a todos defenderem os seus pontos de vista. No entanto, defender uma posição, não significa fechar os olhos aos fatos, ou tentá-los manipular para que fique à sua feição. Pois, quando isso acontece, voluntária ou involuntariamente, impedimos que falhas e, mazelas de governos inescrupolosos sejam detectadas e, combatidas. O livro deve ser encarado como material histórico relevante, escrito por um competente escritor, que presenciou muitos dos fatos narrados e, que se dedicou a uma pesquisa profunda sobre as questões da América Latina e, de forma profissional, elaborou uma análise, para ajudar a quem se propuser a ler o livro, a entender o porquê os problemas da América Latina parecem perpetuarem-se. Não é um livro de fácil leitura, por conter muitas informações históricas, requer do leitor muita atenção, o obrigando as vezes, a retroceder na sua leitura, para o melhor entendimento das questões narradas. Depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões, se possível balizada em fatos e, não em paixões. Tenham uma boa leitura.

Descrição da Editora:

Esclarecedora e polêmica, esta obra foi lançada há mais de 40 anos e desde então tornou-se um guia para entender a américa latina. Neste livro, o escritor e liberal venezuelano Carlos Rangel expõe as mazelas de um sistema falido, que é reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel acusou as universidades, em sua maioria, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito, mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas. O autor ainda oferece a resolução para o problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto-opressão marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização que atribui aos países capitalistas a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”. Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com liberdade de imprensa. Da culpa externa pelos nossos fracassos, exploração imperialista e outros clichés que produzem lideranças populistas.

Sobre o autor:

CARLOS RANGEL GUEVARA (1929-1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista, escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard College, em Nova York e ganhou o Certificat d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e apresentador de programas de tv. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma das figuras mais proeminentes da história do país. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Livro: "Froi, um Exilado". Autora: Melina Marchetta. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Froi, um exilado", da autora Melina Marchetta, é uma história para adultos jovens, o que já não é o meu caso, mas como sempre digo nesse espaço, nenhuma leitura, seja qual for o estilo, pode ser simplesmente desprezada e, muito menos ignorada. E claro que existem livros ruins, mas depois de inicia-los você deve lê-los até o fim, muitos podem afirmar que quando o início de uma leitura não os agrada, eles simplesmente abandonam o livro. Isso feito, o leitor jamais conseguirá formar uma opinião sobre o mesmo e, ficará a mercê das opiniões que certamente virão de outros leitores que levaram a empreitada até o seu final, isso não é muito salutar. É importante ressaltar, que todos temos estilos preferidos de leitura, mas até para termos parâmetros para comparação, na minha opinião devemos ler de tudo um pouco. No entanto, sobre o livro em questão "Froi, um exilado", devo confessar que a leitura foi melhor do que as minhas expectativas, apesar de o título ser o segundo livro da trilogia"Crônicas de Lumatere" e, o primeiro volume" Finnikin, o Guerreiro" eu ainda não tive a oportunidade de ler, confesso que a primeira leitura deixou-me curioso o suficiente para ler a história completa. De narrativa dinâmica e, detalhista, a autora consegue nos prender à história. De contexto não muito complexo é, de fácil compreensão, apesar de um números de personagens, elevado, o modo como a autora conduz a narrativa, facilita com que o leitor acompanhe sem maiores dificuldades à história. Do ponto de vista da mensagem que a autora pretende passar, confesso que não percebi nada muito elaborado, apenas as já muito exploradas relações humanas, em que pessoas que têm suas vidas interligadas por um passado que não conheciam, tentam conviver com uma nova realidade, depois que segredos foram revelados e, paralelamente a isso, à já tradicional guerra pelo poder e, consequentemente a riqueza. Um livro prazeroso de se ler, recomendo.

Visão geral do livro

Três anos depois do fim da maldição sobre Lumatere, o explosivo Froi aprende a controlar seu temperamento difícil e passa a integrar a guarda que protege a família real, tornando-se extremamente leal à rainha Isaboe e a Finnikin. Por isso, é enviado em uma missão especial à Charyn, um reino misterioso, com uma princesa louca e onde há dezoito anos não nascem crianças. Porém, lá ele descobrirá que existe uma canção adormecida em seu sangue... E Froi não poderá deixar de escutá-la!

Sobre a autora:

Melina Marchetta (Sydney, 25 de março de 1965) é uma escritora australiana e professora. Melina é mais conhecida como autora da série de livros: As Crônicas de Lumatere. Ganhou o Prêmio Michael L. Printz, em 2009, da American Library Association, reconhecendo-o como o melhor livro do ano para adolescentes. Marchetta é considerada uma das autoras australianas mais proeminentes da ficção

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Livro: "Acidentes de Trabalho". Autor Rory Stewart. Análise (opinião) literária. Incentivar á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Acidentes de Trabalho" do autor Rory Stewart é, uma obra que joga luz sobre uma questão que muito se discute. Qual é a capacidade de um país invasor em impor ao povo do país invadido, a sua cultura e, as suas convicções políticas ideológicas? O que é facilmente percebido na história contada pelo autor é, que independente dos motivos e das intenções que levaram a tomada do território de outro país será difícil, ou melhor, impossível, controlar e acomodar os incontáveis interesses, sejam eles legítimos, ou puramente motivados por ambição, poder e fortuna. O autor usou de forma habilidosa todo o conhecimento que adquiriu sobre a questão, conhecimento esse, conseguido como "personagem" atuante na história contada. Existem algumas questões que são mais fáceis de serem entendidas, quando quem as aborda e, propõe que reflitamos sobre as mesmas, vivenciou todas as suas nuances de forma intensa e visceral, isso com certeza o autor o fez. Existem mudanças no comportamento humano, que só ocorrerão, se portas forem abertas para o diálogo e o entendimento e, esse assunto tão espinhoso, certamente é um que à porta deve ser aberta pelo lado de dentro. O livro "Acidentes de Trabalho" tenta abrir essa porta, se vai conseguir, aí é outra questão. Leiam o livro, ele é muito bom e, você estará entreabrindo essa porta.

Visão geral do livro:

Um balanço da ocupação americana no Iraque por quem estava lá. Neste livro, o autor narra o período em que ficou no Iraque e viu as expectativas da Coalizão frustradas por uma série de circunstâncias desfavoráveis. Uma das primeiras descobertas do autor foi que apenas eleições locais poderiam dar aos políticos a legitimidade para agir. O autor não relata apenas as conseqüências de uma guerra, mas traz uma abordagem lúcida da burocracia pontuada pelo fogo cruzado, e, assim, faz um livro lúcido e emocionante, que revela o que realmente aconteceu após a invasão norte-americana.

Sobre o autor:

Roderick James Nugent Stewart (nascido em 3 de janeiro de 1973 em Hong Kong) é um acadêmico, diplomata, autor, locutor, ex-soldado e ex-político britânico.

Stewart foi educado na Dragon School e no Eton College . Depois de estudar no Balliol College, Oxford , Stewart trabalhou para o Serviço Diplomático de Sua Majestade como diplomata na Indonésia e como representante britânico em Montenegro . Deixou o serviço diplomático para empreender uma caminhada de dois anos pelo Afeganistão , Irão , Paquistão , Índia e Nepal . Mais tarde, ele escreveu um livro best-seller, The Places in Between , sobre suas experiências.

Posteriormente, serviu como vice-governador em Maysan e Dhi Qar para a Autoridade Provisória da Coligação após a invasão do Iraque em 2003 e escreveu um segundo livro cobrindo este período, Riscos Ocupacionais ou O Príncipe dos Pântanos, no Brasil com o título "Acidentes de Trabalho". Em 2005, mudou-se para Cabul para estabelecer e dirigir a Turquoise Mountain Foundation . Ele foi Professor de Direitos Humanos da Família Ryan e diretor do Centro Carr para Política de Direitos Humanos da Universidade de Harvard de 2008 a 2010.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Livro: "É Assim Que Acaba". Autora: Colleen Hoover. Análise (opinião) literária. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 


O livro "É Assim Que Acaba" da autora Colleen Hoover é sem dúvida um sucesso em vendas, foi muito comentado e de todas as maneiras analisado. Confesso que me interessei em ler o livro por conta de toda a repercussão que a obra teve na midia. Já nas primeiras informações que tinha do livro, através das descrições da editora, não me senti muito empolgado com o enredo do romance. E também ainda não tinha lido nada da autora, portanto encarei essa leitura, como uma empreitada para descobertas. Até porque a autora lançou também, o que seria a continuação da história, com o título "É Assim Que Começa". Esse primeiro contado com a autora serviria, também, para ver a possibilidade de ler o título que dava continuidade ao romance. 

O romance não é, na minha opinião (E só na minha opinião) muito empolgante, no início a narrativa é arrastada e previsível. Então eu como leitor, esperei a leitura avançar por mais alguns capítulos, imaginando que com o desenrolar da trama, a história fica-se mais empolgante, mas confesso que para mim, ela continuou arrastada. Outros comentários vistos, informam que esse romance seria o mais pessoal da carreira de Colleen Hoover. Talvez por isso a autora não tenha conseguido desenvolver de forma mais criativa a sua história, pois quando falamos de nós, temos, até de forma inconsciente, algumas amarras que nos impedem de explorar por inteiro e, livremente o assunto que nos propusemos a debater. A tendência é que fiquemos na "superfície" do assunto debatido, até como forma de preservar os personagens da verdadeira história. Essa é só a minha opinião, e somente isso. Mas aconselho muito que as pessoas leiam o livro, até para poderem discordar de mim.

É por ser um leitor teimoso, e gostar de fazer comparações entre histórias contadas. Mesmo que isso seja tarefa difícil, porque cada narrativa têm a sua peculiaridade.

Provavelmente irei ler o livro que da continuidade à história. No final para o autor é isso que importa. 

Descrição da Editora:

Considerado o livro do ano, que virou febre no TikTok e sozinho já acumulou mais de um milhão de exemplares vendidos no Brasil. É assim que acaba é o romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, discutindo temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta. 

Em É assim que acaba, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.

Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem numa confusão de sentimentos.

Sobre a autora:

Colleen Hoover é uma escritora norte-americana que escreve principalmente romances nos gêneros romântico e ficção para jovens adultos. Ela é mais conhecida por seu romance de 2016, It. Ends with Us. Muitos dos seus trabalhos foram auto publicados antes de serem adquiridos por uma editora. 

Nascimento: 11 de dezembro de 1979 (idade 43 anos), Sulphur Springs, Texas, EUA

Filhos: Cale Hoover, Levi Hoover, Beckham Hoover

Cônjuge: William Heath Hoover (desde 2000)

Pais: Eddie Fennell, Vannoy Fite

Formação: Texas A&M University-Commerce, Saltillo High School.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Livro: "A Ditadura Acabada". Autor: Elio Gaspari. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "A Ditadura Acabada" do jornalista e escritor Elio Gaspari é o último de uma série de cinco livros sobre a ditadura militar no Brasil. Confesso que comecei essa jornada literária as avessas, por força das circunstâncias só li até agora o último livro da série. A princípio isso poderia ser um grande problema, pois ninguém começa a ler uma história do fim para o começo, mas no final das contas a genialidade e a competência do autor, e à forma como à  obra foi elaborada só aumentou a minha pressa em ler as demais edições. 
O autor usa a pesquisa e as fontes que o ajudaram a elaborar à obra, de maneira irreparável. Informações detalhadas e minuciosamente checadas são a tônica do trabalho do escritor, isso é facilmente comprovado no próprio livro, porque o mesmo nos disponibiliza em um apêndice uma cronologia dos fatos minuciosamente elaborada, seguida  das fontes de pesquisa bibliográficas.
É sem dúvida nenhuma um excelente
documento sobre o período ditatorial que assolou o Brasil. 
Em relação aos fatos narrados, não são narrativas inéditas, até porque essa fase da história brasileira foi amplamente contada de diversas formas e maneiras, o que diferencia essa obra das demais, é que as fontes do escritor vivenciaram à história de dentro para fora, eram personagens importantíssimos da narrativa feita pelo autor. Já em outras obras que se propuseram a contar essa mesma história, os fatos eram vistos de fora para dentro, o que sem dúvida alguma em alguns aspectos, pode mudar a interpretação do leitor da história contada. 
É sem dúvida nenhuma uma série de livros espetacular, que merecem ser lidos, e olha que estou dando essa opinião após ler apenas o último volume, mas confesso que não tenho medo algum em emitir tal opinião. 

Descrição da Editora:
A mais aclamada obra sobre o regime militar no Brasil chega à conclusão com o livro A ditadura acabada. No quinto volume da Coleção Ditadura, o jornalista Elio Gaspari examina com riqueza de detalhes o período de 1978 a 1985, desde o final do governo do presidente Ernesto Geisel e a posse de seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo, até a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. São os anos da abertura política, momento decisivo na história de nosso país e repleto de acontecimentos, como o fim do AI-5, as manifestações políticas pela anistia e pela volta das eleições diretas para a presidência, os atentados promovidos por aqueles que se opunham à redemocratização, como o episódio da bomba no Riocentro em 1981, e uma crise econômica sem precedentes.
Com uma narrativa fluida e pesquisa profunda, Elio Gaspari compõe um painel fascinante de um país em plena ebulição, em que muitos dos protagonistas se mantêm como parte do noticiário atual. No epílogo, denominado “500 vidas”, o autor acompanha o destino de quinhentos personagens que sobreviveram ao fim da ditadura, entre militares e militantes, empresários e sindicalistas, torturados e torturadores. Alguns desses sobreviventes chegaram à presidência da República, como a presa política Dilma Rousseff, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva e o professor Fernando Henrique Cardoso. É uma conclusão impactante para uma obra fundamental sobre a história recente do Brasil.
A Coleção Ditadura, com seus cinco volumes, poderá ser encontrada também em um luxuoso box em versão impressa e digital.
Conclusão da Coleção Ditadura, que cobre todos os anos do regime militar em cinco volumes. É considerada a obra mais importante sobre o período e fundamental para a compreensão da história recente do país.
A ditadura acabada é livro inédito de Elio Gaspari, colunista dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, indiscutivelmente um dos jornalistas mais influentes do Brasil.
Pesquisa fundamentada por extensa documentação do arquivo do autor.
Epílogo arrebatador que acompanha a trajetória de quinhentos personagens que sobreviveram à ditadura.

Sobre o autor:
Nascido na Itália, Gaspari chegou ao Brasil em 1949 em companhia de sua mãe Anna Giacchetti. Começou a carreira jornalística num semanário chamado Novos Rumos, e depois foi auxiliar do colunista social Ibrahim Sued, passando a seguir por publicações de destaque, como o Diário de São Paulo, a revista Veja e o Jornal do Brasil.

É colunista do jornal Folha de S. Paulo, jornal diário de São Paulo, onde está radicado, tendo seus artigos difundidos para outros jornais, dentre os quais O Globo do Rio de Janeiro, Correio do Povo de Porto Alegre, O POVO de Fortaleza e A Tribuna de Vitória

Dono de consagrada carreira no mundo jornalístico, publicou uma série de cinco livros sobre a ditadura militar brasileira, dividida em duas partes, as Ilusões Armadas e O Sacerdote e o Feiticeiro. Importante documento deste período histórico do Brasil, Gaspari havia em 1984 iniciado suas pesquisas a partir de uma bolsa de estudos no Wilson Center for International Scholars, cuja temática seria centrada nas principais figuras do período ditatorial: os generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva. Embasado em documentos pessoais de ambos, a obra deslinda os bastidores do regime militar que por duas décadas mergulhou o Brasil no regime de exceção.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Livro: "É Possível Salvar a Europa?". Autor: Thomas Piketty. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro " É Possível Salvar a Europa?" do autor Thomaz Piketty, por ser uma coletânea de crônicas tinha tudo para ser enfadonho e cansativo, porque esse tipo de  livro que tem como tema assuntos técnicos, como é o caso do livro em questão, corre grande risco disso.

O fato no entanto, é que o autor conseguiu fazer que um assunto tão complexo como economia, se torna-se palatável aos leigos, de forma que o leitor se sente confortável ao ler as crônicas por ele publicadas.

Ao longo de suas crônicas o autor não só faz uma análise dos problemas econômicos da França e da Europa do período de recessão desencadeada entre 2007-2008, como também faz uma análise política do período. De forma competente, o autor traça um parâmetro entre os problemas econômicos por ele levantados, e questões  políticas que "ajudaram" à criar tal situação, ou na melhor das hipóteses, que impediram que a situação tivesse uma solução satisfatória. 

Talvez uma coisa que pode incomodar o leitor que por ventura não esteja acostumado a ler livros de coletâneas de textos, é a repetição de análise de alguns temas, isso se dá, por serem crônicas publicadas ao longo de um período, e serem análises dos fatos imediatamente ocorridos, por isso as vezes  assuntos são retomados, mas quando os textos são bem elaborados e bem embasados, como é o caso da obra em questão, em nada desabona sua qualidade. 

Percebe-se ao longo da leitura sem muita dificuldade, a indignação do autor com a desigual taxação de impostos entre as diversas camadas sociais, e é categórico ao afirmar " Os ricos pagam muito menos impostos do que as classes menos favorecidas". Alguém por ventura teria embasamento técnico teórico para desmentir tal afirmação?.

Descrição da Editora:

  Reunião de crônicas mensais publicadas no jornal Libération de setembro de 2004 a dezembro de 2011, É possível salvar a Europa? traz as análises e os pensamentos de Thomas Piketty sobre o continente europeu durante um período profundamente marcado pela crise financeira mundial desencadeada em 2007-2008.

O autor discorre sobre questões de grande peso para o cenário econômico atual, como o papel desempenhado pelos bancos centrais para evitar o colapso da economia mundial e as semelhanças e diferenças entre a crise irlandesa e a grega. Além disso, aborda temas classicamente domésticos, como justiça fiscal, reforma da previdência e o futuro das universidades.

Todos esses assuntos, porém, orbitam grandes questões centrais: Estará a União Europeia à altura das esperanças nela depositadas? A Europa voltará a ser a potência continental e o espaço de soberania democrática, retomando assim o controle de um capitalismo globalizado que se tornou desvairado? Ou será, mais uma vez, apenas um instrumento tecnocrático da desregulamentação, da concorrência generalizada e do rebaixamento dos Estados perante os mercados?

Respostas a essas e outras perguntas são propostas pelo autor nas mais de oitenta crônicas do livro, marcadas pela linguagem prática e acessível que torna suas publicações objeto do interesse não só de políticos e economistas, mas do público em geral.

Sobre o autor:

Thomas Piketty é um professor e economista frances, nascido no dia 7 de maio de 1971 em Clichy, cidade localizada à noroeste de Paris. Estudou Matemática e Economia na Escola Normal Superior de Paris e com 22 anos concluiu o doutorado em Filosofia. Sua tese era sobre redistribuição de renda e foi escrita na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris e na Escola de Economia de Londres. Na época ele já recebia ofertas de emprego do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Universidade de Harvard e da Universidade de Chicago. Optou pelo prestigiado MIT e mudou-se para Cambridge, nos Estados Unidos. Lá lecionou como professor assistente de 1993 a 1995. Na sequência retornou a Paris onde permaneceu durante três anos pesquisando nos arquivos do porão do Ministério das Finanças francês. Selecionou e organizou muitos dados sobre renda, herança e legislação tributária que estavam em pastas antigas, já em péssimas condições.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Livro: "O Cortiço". Autor: Aluízio Azevedo. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro " O Cortiço" do escritor Aluísio Azevedo é sem dúvida nenhuma um romance inquietante, de narrativa linear (começo, meio e fim) seguindo o tempo cronológico dos acontecimentos, o autor conta uma história com um número enorme de personagens, que a princípio poderia desorientar o leitor tornando a leitura cansativa. Mas o que se constata é um romance fluido, de narrativa dinâmica e enredo envolvente, tornando a leitura muitíssimo prazerosa.

O autor com uma sensibilidade impressionante, (se levarmos em conta o ano e o contexto histórico em que o romance foi escrito) joga luz sobre um sério problema da sociedade à época, que era o abandono de parte da sociedade pelas autoridades constituídas, eram pessoas invisíveis, que por necessidade criavam uma comunidade a margen da sociedade e suas regras. E por incrível que possa parecer, esses mesmos problemas continuam até os dias atuais à atormentar de modo persistente a sociedade atual.     

Gostaria de chamar à atenção para uma    passagem do livro já no final do romance. Em dado momento, depois do personagem principal (João Romão) ser o pivô de acontecimento que levou à morte uma escrava que por anos o sérviu  dedicadamente.  "Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinham, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas." Como podemos perceber, os séculos passam, muitas coisas mudam, mas não tanto assim. As vezes honrarias são criadas, pessoas são elevadas a paladinos de boas mudanças para sociedade, mas na realidade o desejo e as atitudes dos mesmos conspiraram para que tudo continue igual.

Precisamos ficar disciplinarmente atentos.

Descrição da Editora:

Publicado em 1890, O Cortiço põe olhos sobre os marginalizados: lavadeiras, trabalhadores braçais, malandros e viúvas pobres.

Esses tipos são guiados pelos instintos, vícios e sexo, determinados pelo meio miserável em que vivem.

O olhar darwinista de Aluísio Azevedo posicionou o romance como a expressão máxima do Naturalismo na literatura brasileira.

No Rio de Janeiro do século XIX, o ambicioso português João Romão põe em prática seu plano de riqueza.

Com trabalho duro, avareza e desonestidade, levanta um conjunto de 95 casinhas; o maior cortiço da região.

A vida não tarda a brotar desse chão, fervilhante. Um organismo autônomo formado por aquela gente amontoada em cubículos, em busca da sobrevivência. 

O Cortiço é um retrato das mazelas sociais que atingiam a capital do Império, sob a visão cientificista de um escritor que levou ao extremo a estética realista da época.

Uma obra que continua atual, tanto em sua temática quanto em sua linguagem.

Sobre o autor:

Nascido em São Luís do Maranhão (MA), em 14 de abril de 1857, Aluísio Azevedo era filho de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo.

Demonstrou, desde muito jovem, grande interesse por desenho e pintura, o que o levou a mudar-se para o Rio de Janeiro em 1876, a fim de matricular-se na Imperial Academia de Belas Artes. Para manter-se na capital, desenhava caricaturas para os jornais"

"Morto seu pai em 1878, retorna a São Luís, onde dá início à sua carreira de escritor no ano seguinte, com o romance Uma lágrima de mulher, ainda aos moldes da estética romântica. Trabalha também para a fundação do jornal O Pensador, publicação anticlerical e abolicionista.

Em 1881, lança seu primeiro romance naturalista, O mulato, abordando o assunto do preconceito racial. Bem recebido na corte, apesar da temática da obra ter sido considerada escandalosa, Aluísio embarca de volta para o Rio de Janeiro, decidido a ganhar a vida como escritor.

De volta à capital do Império, produz diversos folhetins, que garantiam sua sobrevivência. Nos intervalos dessas publicações, geralmente melodramáticas e românticas, dedicava-se à pesquisa e à escrita naturalista, que o consagrou como grande autor brasileiro. Foi nessa época que lançou suas principais obras, Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890).

No dia 21 de janeiro de 1913 morria, em Buenos Aires, Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo.


sábado, 22 de julho de 2023

Livro: "Capitães da Areia". Autor: Jorge Amado. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 

O livro "Capitães da Areia" de Jorge Amado, é  uma obra que tem a capacidade, ou melhor dizendo, a competência narrativa inigualável de nós emocionar, e ao mesmo tempo nos  "chacoalhar" e nos tirar dessa letargia que por muitas vezes toma conta de nós, em relação às mazelas de nossa sociedade. Letargia essa, na maioria das vezes, causada pelos afazeres que a vida nos impõe.

A forma como o autor conduz a narrativa do romance, e a maneira como descreve minuciosamente seus personagens, tanto fisica quanto emocionalmente, nos transporta  de forma irremediável para dentro das vidas das "crianças" do trapiche. Trapiche esse, que nos dias atuais, encontramos a todo momento, mas que a nossa já aqui falada letargia involuntária, nos impede de ver.

É impressionante como os fatos contados nesse  belíssimo romance, insistem em se manter atuais. Logo no início do livro cartas enviadas a um jornal da época tratando do problema dos menores abandonados, e a violência por eles praticados, seriam facilmente hoje confundidas, com as notas atuais de autoridades, quando questionados sobre problemas vividos pela sociedade. A capacidade que servidores dos mais diversos setores da administração pública têm em transferir responsabilidades, continua exatamente igual, muda-se os personagens e o cenário, mas as mazelas continuam insistentemente as mesmas. Pelo andar da carruagem, essa excelente obra continuará por muito tempo atualíssima, infelizmente. 

Descrição da Editora:

Desde o seu lançamento, em 1937, Capitães da Areia causou escândalo: inúmeros exemplares do livro foram queimados em praça pública, por determinação do Estado Novo. Ao longo de sete décadas a narrativa não perdeu viço nem atualidade, pelo contrário: a vida urbana dos meninos pobres e infratores ganhou contornos trágicos e urgentes. Várias gerações de brasileiros sofreram o impacto e a sedução desses meninos que moram num trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem das convenções sociais. Verdadeiro romance de formação, o livro nos torna íntimos de suas pequenas criaturas, cada uma delas com suas carências e suas ambições: do líder Pedro Bala ao religioso Pirulito, do ressentido e cruel Sem-Pernas ao aprendiz de cafetão Gato, do sensato Professor ao rústico sertanejo Volta Seca. Com a força envolvente da sua prosa, Jorge Amado nos aproxima desses garotos e nos contagia com seu intenso desejo de liberdade.

Capitães da Areia é talvez o romance mais influente de Jorge Amado. Clássico absoluto dos livros sobre a infância abandonada, assombrou e encantou várias gerações de leitores e permanece hoje tão atual quanto na época em que foi escrito.

Sobre o autor:

Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna (BA). Começou a escrever profissionalmente como repórter aos catorze anos, em veículos como Diário da Bahia, O Imparcial e O Jornal. Estreou na literatura com o romance O país do Carnaval (1931). Em 1945, foi eleito deputado federal pelo PCB — partido com o qual romperia anos depois. É autor de clássicos como Gabriela, cravo e canela, Tenda dos milagres e Tieta do Agreste. Faleceu em 2001, alguns dias antes de completar 89 anos.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Livro: "As Verdades que nos Movem". Autora: Kamala Harris. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Kamala Harris "As verdades que nós movem", é uma história de vida inspiradora. Pode até o leitor ao longo da narrativa se pergutar se as histórias contadas, não são excessivamente elogiosas e benevolentes para com sua autora, esse é um questionamento que geralmente surge quando lemos auto-biografias. Como leitor, aconselho à quem se propor á efetuar tal tarefa, ativar seu senso crítico e analisar os fatos narrados com parcimônia, utilizando-se da comprovação através de pesquisa, o que nas boas biografias nos é disponibilizado na própria obra em notas, para a comprovação dos fatos. 

No entanto no livro em questão, considero tal atitude desnecessária (na minha opinião). Pois a trajetória de Kamala Harris é amplamente conhecida e reconhecida, como uma trajetória coerente entre o que é prometido e o que é efetivamente realizado.

Fica aqui também uma sugestão aos leitores desse excelente livro. Tentem no decorrer da leitura se colocarem no lugar da autora, e se perguntem, o que eu faria se fosse posto diante dessas situações?. 

Ao final da leitura, certamente você estará também se questionando, quais realmente são as verdades que te movem. 

Descrição da Editora:

A vice-presidente americana Kamala Harris compartilha as verdades que nos unem e a melhor forma de agir com base em seus valores.

O comprometimento de Kamala Harris com a verdade vem de sua criação. Filha de imigrantes, Kamala cresceu em Oakland, uma cidade na Califórnia com forte senso de justiça social. Seus pais ― um importante economista jamaicano e uma indiana que se dedicou a pesquisar o câncer ― se conheceram na universidade, em Berkeley, atuando como ativistas no movimento por direitos civis. Durante a adolescência, Kamala nunca escondeu sua paixão pela justiça, e quando se tornou promotora depois da faculdade de direito, rapidamente se estabeleceu como uma profissional inovadora na aplicação da lei americana.

Ela avançou rapidamente: logo se tornou promotora em São Francisco e então foi eleita promotora-geral do estado da Califórnia. Conhecida por dar voz aos oprimidos, enfrentou os grandes bancos durante a crise das hipotecas, ganhando um acordo histórico para as famílias trabalhadoras do estado.

Sua marca registrada foi a aplicação de uma abordagem holística, baseada em dados, a muitas das questões mais espinhosas, sempre evitando a retórica de combater o crime de forma implacável, que acaba levando a um caminho de falsas escolhas. Nem "implacável" nem "extremamente flexível", mas inteligente ao lidar com o crime se tornou seu mantra. Ser inteligente significa compreender as verdades que podem nos tornar melhores enquanto comunidade e apoiá-las com todas as forças. Essa tem sido a estrela que guiou Harris por uma carreira transformadora como a principal promotora na Califórnia e então como senadora dos Estados Unidos, enfrentando uma série de questões complexas que afetam seu estado, seu país e o mundo, da saúde e da nova economia a imigração, segurança nacional, crise das drogas e aceleração da desigualdade.

Ao reconhecer os grandes desafios que enfrentamos juntos, valendo-se da sabedoria e da percepção duramente conquistadas em sua própria carreira e no trabalho daqueles que mais a inspiraram, Kamala Harris oferece em As verdades que nos movem uma aula de gestão de crises e de liderança em tempos desafiadores. Ao contar sua história, ela narra sua visão de luta, propósito e valores compartilhados. Em um livro rico em muitas verdades, não menos importante é a que um número relativamente pequeno de pessoas trabalha de maneira incansável para convencer muitos de nós de que temos menos em comum do que realmente imaginamos. Cabe a nós, portanto, olhar além das divergências e prosseguir com a luta imprescindível de viver nossa verdade comum.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Livro: "Nada Menos Que Tudo". Autores: Guilherme Evelin e Jailton de Carvalho. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

O livro "Nada Menos QueTudo" a biografia de Rodrigo Janot Monteiro de Barros, escrita pelos jornalistas Guilherme Evelin e Jailton de Carvalho, é uma biografia muito bem elaborada no que diz respeito à sua narrativa e elaboração de texto. O que ao meu entender não foi equilibrado, foi o bom senso, pois fiquei com à impressão durante a leitura da obra, que o biografado teria pedido aos biógrafos apenas uma coisa, "falem bem, e só  bem, mas falem de mim".

Já tive a oportunidade de ler alguns livros sobre a Operação Lava jato, e notei uma semelhança que me chamou à atenção, todos os livros escritos por quem investigou o caso, não divergem quanto aos investigados, nem tão pouco aos crimes cometidos. As divergência ocorrem, quando ao contar as suas versões, tentam as vezes sem nenhuma humildade passarem aos leitores que se não foce por suas atuações, a operação estava fadada ao fracasso. 

Por isso chamo à atenção a quem se propor ler o livro. Para quem não estiver familiarizado com o que realmente foi a histórica "Operação Lava jato", aconselho  que esse leitor tome redobrada precaução ,  para que não se deixe levar por entusiasmadas narrativas sobre patriotismo e elevado senso profissional, pois não custa lembrar que se trata de uma biografia, e como tal, merece uma análise por parte do leitor, valendo -se de conhecimentos adquiridos sobre à questão, se por acaso não os possuir, recomendo pesquisa dos acontecimentos sobre os fatos. Só assim pode o leitor fazer com segurança juijo de valor, visto que em algumas biografias o narcisismo é facilmente identificável.

Contudo recomendo o livro, pois fatos importantes são relatados. Boa leitura. 

Descrição da Editora:

Temido e odiado por políticos de todos os partidos, aclamado como herói nas ruas, o ex-procurador-geral Rodrigo Janot é uma figura central da história contemporânea brasileira. Sua atuação no comando da operação Lava Jato transformou o país, expondo a corrupção em diversas esferas do poder. Por duas vezes, a chamada “Lista do Janot” fez o Brasil parar na frente da televisão ao envolver os mais marcantes personagens da vida nacional em escândalos. Em Nada menos que tudo, ele faz revelações importantes sobre grandes nomes da política brasileira, como Lula, Dilma, Temer, Aécio, Cunha, Serra, Collor, Genoíno, Sarney, Renan, Jucá, entre outros. Aposentado e sem pretensões políticas, ele lembra os bastidores, as intimidações e as pressões que sofria continuamente. Recorda diálogos e situações indizíveis. Nas entrelinhas estão possíveis explicações para a escalada do movimento que levou Jair Bolsonaro à Presidência da República.

Biografia do  biografado:

Rodrigo Janot Monteiro de Barros é um jurista brasileiro. Membro do Ministério Público Federal desde 1984, foi o Procurador-Geral da República do Brasil de 2013 a 2017.


 

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Livro: " Uma Mulher Sem Importância". Autora: Sonia Purnell. Análise (opinião) literária. Insentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 0 livro "Uma Mulher Sem Importância", da escritora Sonia Purnell, jornalista inglesa de prestígio, com passagens pela revista The Economist e pelos jornais The Telegraph e The Sunday Times, e que nos últimos anos, vem se dedicando à carreira de biógrafa, é uma espécie de resgate da verdade sobre uma personagem, que foi relegada ao esquecimento, porque a história por motivos muitas vezes inexplicáveis não faz justiça à alguns de seus personagens. 

Tenho para mim que talvez um dos principais benefícios que uma "honesta" biografia desencadeia, é que de uma maneira ou outra,  obriga que as pessoas que têm acesso a ela, reflitam sobre a história do biografado, e tenham a oportunidade de chegar as suas próprias conclusões, fazendo uma análise do conhecimento que tinham a respeito da questão, mas agora levando em conta as novas informações disponibilizadas pela "honesta" biografia. 

Em relação ao livro, é sem dúvida um excelente trabalho, nota-se sem esforço o intenso trabalho de pesquisa realizado pela autora, os fatos contados com riqueza de detalhes fazem com que a leitura se torne prazerosa e fluida.

A história de vida de  Virgínia Hall é realmente  inspiradora, ela é a prova cabal que algumas pessoas vêm ao mundo para fazer a diferença, e suas trajetórias tem a capacidade de mudar a vida das pessoas em circunstâncias inimagináveis. 

Apreciem a história de vida dessa mulher, como se estivessem lendo uma incrível narrativa de suspense, terror, morte, mas também de amor, esperança, dignidade e principalmente liberdade. E o que é impactante, isso tudo realmente aconteceu. 


Descrição da Editora:

Filha de um banqueiro americano e muito aventureira, Virginia perdeu parte da perna esquerda enquanto caçava pássaros com amigos, ao cair de uma cerca e acidentalmente atirar à queima-roupa no próprio pé. A prótese de madeira foi um impeditivo ainda maior na realização do sonho de se tornar diplomata, à época uma tarefa masculina, mas não na excelência do trabalho como espiã.

Ela começou dirigindo ambulâncias na França no início da Segunda Guerra Mundial e mais tarde treinaria células de resistência para sabotagens de guerrilha, como explodir pontes e até mesmo descarrilar um trem de carga. A espiã ajudaria ainda a preparar o terreno para que as forças aliadas invadissem a Normandia e a Provença.

Como líder de guerrilha, Virginia foi uma personagem decisiva no rumo da espionagem e no ponto de vista em relação às mulheres na guerra — além do curso que a luta tomaria na França.

A vida cinematográfica da maior espiã da Segunda Guerra Mundial Em 1942, a Gestapo, polícia secreta nazista, enviou uma mensagem urgente: “Ela é a mais perigosa de todos os espiões aliados. Devemos encontrá-la e destruí-la.”

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Livro: "Grande sertão: Veredas". Autor: João Guimarães Rosa. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Grande sertão: veredas" de João Guimarães Rosa é o tipo de obra literária que não deve ser lida com pressa, até porque se assim fizer o leitor, esse corre um sério risco de se perder por completo na linguagem  disruptiva utilizada pelo autor.

No início da leitura nos sentimos extremamente desconfortáveis, pois parece que não teremos competência para tão difícil empreitada.

Depois do primeiro contato, aos poucos começamos a nos ambientar com a proposta narrativa do autor, e até com os termos por ele utilizados. Os neologismos brotam em abundância durante a "contação" do romance, e isso deixa de nos incomodar no decorrer da leitura, e com a repetição constante e bem utilizada dos termos, nos sentimos confortáveis e familiarizados com os mesmos, e a leitura flui maravilhosamente.
A edição da obra acima ilustrada, com certeza facilitará em muito a tarefa de compreender a genialidade do autor.
Esta nova edição conta com novo estabelecimento de texto, cronologia ilustrada, indicações de leituras e célebres textos publicados sobre o romance, incluindo um breve recorte da correspondência entre Clarice Lispector e Fernando Sabino e escritos de Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão, Benedito Nunes, Davi Arrigucci Jr. e Silviano Santiago. Dispostos cronologicamente, os ensaios procuram dar a ver, ao menos em parte, como se constituiu essa trama de leituras.
A obra "Grande sertão veredas" é sem dúvida nenhuma, essencial.

 
Descrição da Editora:
Publicado originalmente em 1956, Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, revolucionou o cânone brasileiro e segue despertando o interesse de renovadas gerações de leitores. Ao atribuir ao sertão mineiro sua dimensão universal, a obra é um mergulho profundo na alma humana, capaz de retratar o amor, o sofrimento, a força, a violência e a alegria.
O foco narrativo de “Grande Sertão: Veredas” está em primeira pessoa. Riobaldo, na condição de rico fazendeiro, revive suas pelejas, seus medos, seus amores e suas dúvidas. A narrativa, longa e labiríntica, por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço onde se desenrola toda a história.

A obra, na verdade, apresenta o diálogo entre Riobaldo e um interlocutor, que não se manifesta diretamente. Portanto, só é possível identificá-lo e caracterizá-lo por meio dos próprios comentários feitos por Riobaldo.


Sobre o autor:
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais, no dia 27 de junho de 1908. Filho de um comerciante da região, aí fez seus estudos primários, seguindo em 1918, para Belo Horizonte, para casa de seus avós, onde estudou no Colégio Arnaldo.
Cursou Medicina na Faculdade de Minas Gerais, formando-se em 1930. Datam dessa fase seus primeiros contos, publicados na revista O Cruzeiro.
Guimarães Rosa foi uma das principais expressões da literatura brasileira. O romance "Grandes Sertões: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do 3.º Tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradicionais do romance.

Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito por unanimidade para a Academia Brasileira de Letras (ABL), mas somente tomou posse em 16 de novembro de 1967. Três dias depois da posse, sofreu um infarto.

João Guimarães Rosa morreu no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de 1967. Aracy morreu em 2011, aos 102 anos.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Livro: "O Plano Perfeito". Autor: Sidney Sheldon. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O romance "O plano perfeito" de Sidney Sheldon, tem tudo que se espera dessa forma  literária,  apresenta uma história completa composta por enredo, temporalidade, ambientação e personagens definidos de maneira clara.

Os personagens na história narrada, sendo eles principais ou secundários, são tratados com muita habilidade pelo autor, de forma que o leitor ao longo da leitura acaba por dar muita importância a todos eles, ficamos sempre com a percepção que todos eles surgirão a qualquer momento na história como fundamentais para o desfecho da narrativa.

Essa maneira de lidar com os personagens fica claro nessa obra, as histórias dos mesmos em alguns momentos, e muitas vezes até por longo período da narrativa, "correm" paralelamente sem se esbarrarem, mas descretamente o autor sinaliza para o leitor, que não deixe de prestar atenção em todas as informações dadas sobre o personagem, pois elas serão primordiais para a compreensão do romance.

A trama é muito bem "amarrada", prende à atenção de forma impressionante o leitor, ficasse sempre com a impressão de que elucidamos o desfecho da história, mas somos mais adiante, obrigados a reconhecer que estávamos redondamente enganados. 

O livro é sem dúvida nenhuma, na minha opinião, uma obra que deve ser lida e apreciada. Divirtam -se. 

Descrição da Editora:

Duas pessoas igualmente obstinadas em rota de colisão.

Uma, o governador do Kentucky, Oliver Russell. Um homem com planos de ganhar a Casa Branca. A outra, a bela e ambiciosa Leslie Stewart. Uma mulher determinada a vê-lo perder tudo. Em breve, os dois descobrirão que mesmo os planos mais perfeitos podem dar errado. E com consequências mortais.

Envolvente a cada página, O plano perfeito é Sidney Sheldon em sua melhor forma. Conhecedor como poucos das técnicas da narrativa, Sheldon introduz o leitor no universo de duas das mais poderosas instituições americanas: a política e a imprensa. Traz manipuladores e patifes, seja no universo político, financeiro ou sexual.

Sobre o autor:

Sidney Schechtel, mais conhecido como Sidney Sheldon, foi um escritor e roteirista norte-americano. Durante sua vida, Sheldon publicou 18 romances; todos alcançaram a lista de mais vendidos do jornal The New York Times. 

Nascimento: 11 de fevereiro de 1917, Chicago, Illinois, EUA.

Falecimento: 30 de janeiro de 2007, Eisenhower Health, Rancho Mirage, Califórnia, EUA.

domingo, 23 de abril de 2023

Livro: "Eu sou Malala" Autoras: Christina Lamb e  Malala Yousafzai. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Todos nós temos uma história de vida, e todas elas têm sua importância, principalmente para quem as escreveu na maioria das vezes a duras penas. Alguém já disse que quando morrermos no dia seguinte outra pessoa ocupará o nosso emprego, os nossos bens serão divididos pelos nossos herdeiros, as nossas roupas serão doadas, ou seja, o tempo fará com que as pessoas nos esqueçam. A não ser que façamos de nossa história de vida, algo que as pessoas considerem suficientemente interessante e inspirador para que essa história não se perca e seja propagada para as gerações seguintes. E claro que a nossa história sempre será muito importante para as pessoas que amamos e para as que nos amam, mas uma trajetória existêncial que faça com que milhões de pessoas em todo o mundo se inspirem e reconheçam sua importância, aí sim, é muito mais difícil, principalmente quando essa história de vida ainda está no começo. 

O livro "Eu sou Malala" de Christina Lamb e Malala Yousafzai, é uma dessas histórias de vida que mesmo estando apenas no início de sua trajetória, já nos inspira de forma acachapante. 

A obra, que usa uma narrativa simples e de fácil entendimento para quem à lê, coloca o leitor em contato com uma realidade que para muitos é impensável. A situação das mulheres de um modo geral nas mais diversas culturas, nunca foi confortável, mas com o passar do tempo, conquistas foram sendo alcançadas a duras penas, mas algumas culturas impõem até hoje regras desumanas e inaceitáveis as mesmas, e isso fica de forma muito clara no livro de Malala. 

Quando o extremismo religioso se mistura de forma irremediável com política, torna-se uma máquina poderosa geradora de barbárie, sofrimento, violência e pobreza extrema. 

E a biografia da coautora desse excelente livro, nos da a receita para que evitemos o surgimento de novas máquinas de terror, que é educação, educação e só educação para todos, de forma igualitária com equidade. 

Descrição da Editora:

Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

Sobre as autoras: Christina Lamb é jornalista e correspondente no Paquistão e no Afeganistão desde 1987. Formada em Oxford e Harvard, é autora de cinco livros e vencedora de diversos

Malala Yousafzai , militante pela educação do vale do Swat, no Paquistão, chamou a atenção do público ao escrever para a BBC Urdu a respeito da vida sob o Talibã e sobre a luta de sua família em defesa do direito à educação feminina. Em outubro de 2012, Malala foi perseguida pelo Talibã e atingida na cabeça por um tiro quando voltava de ônibus da escola. Contrariamente às expectativas, sobreviveu e agora continua sua campanha por educação por meio do Fundo Malala, uma organização sem fins lucrativos de apoio educacional em comunidades ao redor do mundo.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Livro: "O caçador de pipas". Autor: Khaled Hosseini. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Uma história quando bem contada nos fascina, nos prende, faz com que  desejemos  que a história contada se prolongue indefinidamente, pois bem, fui acometido por essa sensação quando da leitura  do livro "O caçador de pipas" do escritor Khaled Hosseini.

Um romance com uma narrativa limpa, fluida, sem floreios desnecessários, direito ao ponto. Tido por muitos como sendo uma autobiografia, o autor nos emociona de forma definitiva ao nos mostrar através de personagens concebidos com personalidade  forte, o sofrimento a que um povo pode ser submetido, quando se torna refém das divisões étnicas que a própria caminhada evolutiva desse povo lhes impõem, muitas vezes por motivos circunstânciais. O problema e que em algum momento da história, essa divisão é inescrupolosamente utilizada para arrasar com toda uma nação. 

Como toda a história tem vários lados, e todos eles visto sob o prisma de quem a conta tem a sua verdade, essa não é diferente, mas talvez seja essa uma das maiores virtudes dessa obra, porque ela consegue através dos dilemas vivenciados por seus personagens, nos passar que as verdades das pessoas têm sempre como alicerce as vivências de sua caminhada, portanto como contestar uma "verdade" que foi  forjada a ferro e fogo na alma do caminhante.

O que o autor tenta deixar claro, e ao meu ver conseguiu, é que as relações humanas são complexas e desafiadoras, ainda mais quando o contexto em que elas se realizam é  perverso e desumano, como o da história contada, mas que também só será possível melhorar essas relações se posições radicais forem deixadas em segundo plano, no entanto a retrospectiva histórica nos ensina que tal atitude é improvável. 

Um excelente livro. 

Descrição da Editora

"O Caçador de Pipas" é um romance com tintas autobiográficas que conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970.

Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre busca a aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido pela coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após este episódio, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas 20 anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

Best-seller mundial, este livro vendeu mais de 5 milhões no mundo todo e ganhou uma versão cinematográfica.

Sobre o autor 

O médico e escritor Khaled Hosseini nasceu na capital do Afeganistão, em Cabul, no dia 4 de março de 1965. Ele é filho de uma professora do segundo grau e de um funcionário do Ministério do Exterior. Junto a seus familiares ele parte para Teerã, cidade iraniana, em 1970, quando seu pai é transferido para prestar serviços na Embaixada do Afeganistão neste país.

A família Hosseini volta para Cabul em 1973. Neste mesmo ano, na noite do nascimento de seu irmão caçula, o país passa por um golpe de estado frio, sem violência. Três anos depois Khaled e seus familiares são enviados para Paris, novamente por compromissos profissionais de seu pai. A partir daí eles não mais podem retornar a sua terra natal, pois os comunistas conquistam o poder através de uma violenta insurreição.

Atualmente Hosseini mora na Califórnia, ao lado da esposa Roya e dos filhos Haris e Farah. Neste país ele escreve sua obra-prima, O Caçador de Pipas, sucesso de crítica e de público. O escritor só voltou para visitar o Afeganistão depois que seu romance já estava impresso, e ficou perplexo com o que viu, considerado por ele muito mais arrasador do que ele podia conceber.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Livro: "Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei ". Autor: Paulo Coelho. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Paulo coelho, "Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei", é  como a própria orelha da obra define "Uma história de amor"

As histórias de amor têm como definição para a sua elaboração alguns tópicos que não podem faltar. Desenvolver personagens apaixonantes, e isso não significa que não tenham defeitos, o casal não precisa combinar em tudo, os desafios tornam o amor mais intenso e tente fugir dos clichês. 

Quero aqui confessar que esse foi o primeiro livro que li do escritor Paulo Coelho, portanto não tenho, e nem poderia ter, opinião formada sobre o estilo do autor. O que poderia afirmar da obra em questão é, como leitor o livro não preencheu as minhas expectativas. 

Como dito acima, a historia de amor Contada pelo autor tenta preencher todos os requisitos necessários para ser um bom texto, acrescentando ainda um toque de misticismo, fé e religiosidade. No entanto para mim e só para mim, quero frisar, achei a historia lenta de enredo fraco e monótono, e por muitas vezes não conseguiu fugir dos clichês. 

Porém eu recomendo a leitura do livro, porque o facinante dos livros e que as histórias batem de modos diferentes nas pessoas que as lêem, dependendo do momento e das circunstâncias em que a leitura é feita.

Por isso a leitura nunca deve ser descartada por opiniões de terceiros, cheguem as suas próprias conclusões. 

Resenha da Editora:

“Quem ama venceu o mundo, não tem medo de perder nada. O verdadeiro amor é um ato de entrega total.” ― Paulo Coelho Quando foi publicado, a tiragem inicial de 30 mil exemplares de Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei esgotou em uma semana. Ao mesmo tempo, sua publicação em outros países já era negociada ― este livro chegou a ser lançado em mais de quarenta idiomas. Um sucesso inimaginável mesmo considerando que, naquela época, Paulo Coelho já era o nosso autor mais lido internacionalmente. Esta obra narra a história de dois amigos que se separam e voltam a se encontrar onze anos depois. Durante todo esse tempo, muita coisa mudou. Pilar se tornou uma mulher forte e independente e ele se tornou um líder espiritual extremamente carismático, capaz de influenciar multidões. O que para Pilar, a princípio, seria um rápido encontro, se transforma em um novo relacionamento que vai fazer que ambos tenham que enfrentar seus próprios obstáculos interiores. Em um romance que fala de entrega, dor, sofrimento, perdão e esperança, Paulo Coelho nos mostra que o amor é a melhor forma de trilharmos o nosso caminho. “[Em Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei], Coelho reafirma sua fé no cristianismo, evocando uma raiz pagã para a figura da Virgem Maria, identificada à Grande Deusa, ou Grande Mãe, divindade celta da fertilidade.” ― Folha de S.Paulo “A história de Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei é linda e inocente como uma parábola santa.” ― Cosmopolitan, França “A tradução simples, mas de alguma forma elevada, captura a sincera crença de que na vida diária estamos no meio do extraordinário.” ― The Times, Reino Unido

Sobre o Autor:

Nascido em 1947, no Rio de Janeiro, PAULO COELHO atuou como dramaturgo, jornalista e compositor, antes de se dedicar à literatura. É considerado um fenômeno literário, com sua obra publicada em mais de 170 países e traduzida para 84 idiomas. Juntos, seus livros já venderam 230 milhões de exemplares em todo o mundo.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Livro "Recordações do escrivão Isaias Caminha" Autor: Lima Barreto. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Lima Barreto " Recordações do escrivão Isaias Caminha" é uma obra escrita tendo como pano de fundo uma sociedade preconceituosa como a do Rio de Janeiro do final do século XIX. Lima Barreto faz registro dos conflitos sociais e pessoais de maneira simples e sincera  foi parcialmente lançado em folhetim em 1907 e publicado como livro em Portugal em 1909. Escrito em primeira pessoa, muitos consideram uma autobiografia, que Lima Barreto estaria na realidade nesse livro contando suas memórias.

Fugindo um pouco da linguagem da época, usa uma narrativa jornalística, por isso também à época foi criticado por não ter estilo. Contudo o escritor deixa bem claro em seu texto, o estilo agressivo com que lidava com situações que o incomodavam, ou seja, "Não tinha papas na língua" isso lhe trouxe grandes transtornos com a comunidade literária da época. 

O livro tem uma narrativa fuida que prende o leitor, tornando a leitura prazerosa, com habilidade o autor denúncia o racismo crítica os bastidores do jornalismo da época, o empreguismo, à burocracia emperrada e à política.

Já se passaram 114 anos da publicação da obra, e é impressionante como as mazelas de uma sociedade são difíceis de serem superadas, dizer que as coisas não mudaram em nada seria um exagero, a sociedade evoluiu sim nas pautas abordadas pela obra, mas a mudança é muito lenta e penosa, infelizmente. 

Descrição da Editora:

Filho de uma escrava liberta e um tipógrafo, Lima Barreto nunca teve em vida o reconhecimento que a sua obra merecia. Isso talvez se justifique, ao menos em parte, pela repercussão de Recordações do escrivão Isaías Caminha na sociedade carioca. Ao ambientar o personagem numa redação de jornal, Lima Barreto trata de maneira impiedosa a classe jornalística, que respondeu aos insultos banindo o autor da imprensa carioca. E, embora tenha sido publicada em 1909, em meio ao otimismo pós-Lei Áurea, a história de Isaías mostra um cotidiano bastante cruel para os negros. O jovem é culto e inteligente mas isso não basta para que ele seja inserido na sociedade, pois será esmagado pelo preconceito racial. Resgatando a atualidade de Lima Barreto sob o viés da crítica literária, Alfredo Bosi defende na introdução do livro que Recordações é um dos grandes romances da literatura brasileira. Essa edição traz também um prefácio de Francisco de Assis Barbosa, historiador que fez um importante estudo sobre o autor, valendo-se de dados biográficos e contextualizando o livro à época em que foi publicado. E, ainda, mais de cem notas elaboradas por Isabel Lustosa, que comenta fatos históricos e nos revela quem eram as pessoas e os lugares retratados no livro.

sábado, 18 de março de 2023

Conto: "O homem que sabia javanês". Autor: Lima Barreto. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


   O conto "O homem que sabia javanês", de Lima Barreto, é uma dessas histórias que podem se passar séculos mas dificilmente deixará de ser atual, porquê o texto trata de forma jocosa de uma das facetas mais proeminentes do ser humano, a arrogância, se acha suficientemente inteligente para enganar e ao mesmo tempo esperto demais para ser enganado. Essa elevada autoestima de boa parte da raça humana, faz com que de fato, o inverso se concretize.

O antigo ditado, "As aparencias enganam" é  para muitos provida de uma ambiguidade eterna. Um dia o filósofo Heráclito foi questionado "Às aparencias enganam?", a resposta foi afirmativa, " Porque a percepção dos sentidos pode iludir, dependendo do ponto de vista do observador".

O conto de Lima Barreto nos faz refletir sobre como nos relacionamos com as pessoas que admiramos, os nossos "Ídolos", sejam eles artistas, políticos, escritores ou até mesmo pessoas de nosso convívio. Somos todos humanos, e como tais, sujeitos as imperfeições, por isso a idolatria é extremamente burra.

Ao idolatrar-mos desativamos imediatamente nosso senso crítico, e com isso ficamos vulneráveis a manipulação e a cegueira voluntária.    

Nos dias atuais estamos efetivamente vivenciando uma época muito fértil, quando o tema é o surgimento de especialistas em tudo que se pode imaginar, por isso o discernimento é necessário para não nos tornarmos espectadores de nossa história,  como disse Lima Barreto "O Brasil não tem povo, tem público". Excelente conto !!

Considerações :

O homem que sabia javanês é um conto do escritor brasileiro Lima Barreto que narra a história de Castelo, isto é, a forma que "havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver." Em suma, nesta história, Castelo expõe a seu amigo Castro como que em meio a miséria do desemprego fingiu saber o javanês, a pretexto de conseguir um emprego que fora ofertado por um homem público, o Barão de Jacuecanga. Após conseguir o emprego, Castelo, por ser um dos únicos tradutores desse idioma - mesmo não o sabendo-, torna-se famoso e logra, de forma inesperada, à diplomacia do País. O conto suscita, à maneira lima-barretiana, críticas ao bacharelismo e à burocracia viciada. Foi publicado pela primeira vez no jornal Gazeta da Tarde do Rio de Janeiro, em 28 de abril de 1911, e posteriormente incluído na coletânea O homem que sabia javanês e outros contos.

terça-feira, 14 de março de 2023

Livro: "O enigma da religião". Autor: Rubem Alves. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.



Quando nos dedicamos à leitura de um livro,  mesmo quando indicado por pessoas que nos afirmam que o livro é excelente, fica sempre a ansiedade de confirmamos tal afirmação. Quando me indicaram o livro "O enigma da religião" do autor Rubem Alves, mesmo conhecendo a história do teólogo, educador, tradutor e psicanalista, nunca hávia lido nenhuma de suas obras, portanto não sabia o que esperar. 

Confesso que no inicio a leitura do livro não foi uma tarefa fácil, por ser uma obra com narrativa filosófica, exige do leitor que não tem formação na área, uma atenção redobrada para não se perder, e consequentemente desistir da leitura.

Passado esse primeiro obstáculo, e ao decorrer da leitura, uma satisfação vai tomando conta de nós, quando percebemos a genialidade do autor. 

Com uma proposta a princípio nada fácil de cumprir, que é desvendar o enigma da religião, a narrativa muito bem embasada e elaborada nos faz colocar em segundo plano a preocupação em chegarmos a uma conclusão sobre o tema proposto.    

Mesmo o título nos sugerindo que ao final da leitura chegaríamos a uma conclusão, visto que se existe um enigma, esse pode sim ser elucidado, o autor nos mostra entre outras coisas, que a índole do ser humano diferentemente de outros seres vivos, faz com que esse enigma se transforme em um mistério, e como tal, quase impossível de elucidação, ou pelo menos que cheguemos a uma só conclusão.  

O que ficou claro para mim, e que para se sentir minimamente feliz o ser humano precisa da sensação de amparo de previsibilidade e proteção, mesmo que para isso tenha que trocar o real pelo abstrato. Um excelente livro. 

Descrição da editora 

Como sobreviver com esperança em situações muito adversas? Religião: a teimosa obstinação que continua a ter esperança a despeito de tudo. "O Enigma da Religião" é um ensaio precisamente sobre essa questão: nós diferentemente dos animais recusamo-nos a aceitar o veredicto dos fatos. E acrescentamos algo a eles sejam os jardins as bandeiras os poemas as sinfonias os altares as utopias... Por que se nada disso é retrato das coisas que estão aí? Por que se nada disso é ciência? E é inútil dizer que os deuses morreram. Se morreram outros nascerão de dentro de nós. Nós os geraremos porque não podemos viver num mundo em que os bancos a política os cascos e as prisões têm a última palavra.

Sobre o autor:

Rubem Alves (1933-2014) foi teólogo, educador, tradutor, psicanalista e escritor brasileiro. Autor de livros de filosofia, teologia, psicologia e de histórias infantis.

Rubem Alves nasceu na cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933. Em 1945 muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Criado em uma família protestante, tornou-se pastor.

Formação

Entre 1953 e 1957 cursou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas, São Paulo. Em 1958 mudou-se para a cidade de Lavras, Minas Gerais, onde exerceu a função de pastor até 1963.

Ainda em 1963, Rubem Alves foi estudar em Nova York, retornando em 1964, com o título de Mestre em Teologia, pela Union Theological Seminary.

Rubem Alves faleceu em Campinas, São Paulo, no dia 19 de julho de 2014.

"O enigma da religião"

Editora‎ Papirus; 7ª edição (12 dezembro 2006) Idioma‎ Português Capa comum‎ 175 páginas.

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Livro: "Morte na Praia". Autora: Agatha Christie. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


Uma história policial de suspense, essa é a narrativa do livro "Morte na Praia" da autora Agatha Christie, para quem conhece a trajetória da escritora nada de novo nessa informação. No entanto cada vez que se lê uma obra da autora, ou até mesmo quando se relê, é impressionante como o termo suspense ganha um novo significado, a habilidade com que Agatha Christie estrutura suas histórias faz com que o leitor se sinta parte dela, e a cada vez que retorna a mesma em uma releitura, encontra detalhes que lhe dá a impressão que está lendo a narrativa pela primeira vez.

De leitura fácil, as histórias fluem com uma leveza fascinante, deixando o ato de ler muito prazeroso. No caso de "Morte na Praia", o leitor é a todo momento convidado a desvendar o enigma da morte ocorrida, no entanto as "pegadas" deixadas pela escritora durante a narrativa, conduzem o leitor a diversos caminhos, prendendo-o pela curiosidade até o fim da história. 

Descrição da editora:

o que Hercule Poirot queria naquele verão era ter alguns dias de paz no luxuoso hotel Jolly Roger, longe de crimes e de investigações. Mas quando Arlena Stuart passa por ele na praia, atraindo o olhar de todos os homens (bem como o ódio de todas as mulheres), ele desconfia que talvez suas férias não sejam tão tranquilas como esperava. De fato, no dia seguinte, um assassinato acontece. Enquanto tenta descobrir quem é o responsável, Poirot percebe que não são poucas as pessoas naquele hotel que teriam um motivo para matar... Neste livro, o leitor é convidado a analisar junto com Poirot os motivos e os álibis de todos os hóspedes do Jolly Roger. Morte na praia é um quebra-cabeça complexo, ao melhor estilo de Agatha Christie.

Sobre a autora:

Agatha Christie (1890-1976) foi uma escritora inglesa que criou "Hercule Poirot", um detetive belga que aparece em 33 de suas obras e tornou-se um dos mais célebres da ficção policial. Agatha foi a maior escritora policial de todos os tempos. Escreveu 93 livros e 17 peças teatrais.

Agatha Mary Clarissa Miller, conhecida como Agatha Christie, nasceu em Torquay, condado de Devonshiri, Inglaterra, no dia 15 de setembro de 1890. Era filha do americano FredericK Miller e da inglesa Clara.

Agatha Christie faleceu em Wallingford, Inglaterra, de pneumonia, no dia 12 de janeiro de 1976.

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Livro: "Zanoni" ( Romance ocultista ). Autor : Edward Bulwer-Lytton. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Zanoni" (Romance ocultista) é uma obra instigante, mas sua leitura requer que o leitor enfrente alguns desafios. 

A obra faz uso de uma narrativa com linguagem culta, linguagem essa que era fartamente usada na criação literária no final do século XIX, portanto não é um livro de fácil leitura. Esse tipo de narrativa faz com que a descrição dos fatos contados pelo autor se tornem excessivamente detalhados  utilizando-se de palavras que muitas vezes não fazem parte do vocabulário do leitor, tornando a leitura por muitas vezes lenta, visto que alguns significados linguísticos escapam ao leitor.  

Antes de tudo o livro é um romance, tendo como pano de fundo a revolução Francesa e o esoterismo, por isso o subtítulo (Romance ocultista) é auto-explicativo.  

Usando a trama romântica habilidosamente,  o autor consegue impor seu ponto de vista sobre assuntos como política, ciência, religião e ideologias. Se nos atentarmos para as minúcias da narrativa, percebermos as bases do esoterismo " A percepção do oculto consiste, não em acessar fatos concretos e mensuráveis, mas trabalhar com a mente e o espírito. Refere-se ao treinamento mental, psicológico e espiritual que permite o despertar de faculdades ocultas".

Seu autor Edward Bulwer-Lytton além de político destacado, foi também ocultista praticante, interessado nos mais diversos fenômenos paranormais e seu interesse pela magia e pelo espiritualismo o levaram a conhecer o célebre ocultista francês Eliphas Lévi. A Sociedade Rosacruz Inglesa, fundada em 1867 por Robert Wentworth Little, elegeu Bulwer-Lytton como “Grande Patrono“, mas ele escreveu para a sociedade dizendo-se ”extremamente surpreso“ por este título e recusou-o. No entanto, muitos grupos esotéricos têm reivindicado a filiação de Bulwer-Lytton, principalmente porque alguns de seus escritos, como”Zanoni”, contém noções esotéricas e rosacrucianas. Diz-se também que teria sido membro da Irmandade Hermética de Luxor, ultra-secreta sociedade rosacruciana que, segundo autores esotéricos, teve um papel importante na política, na cultura e no espiritualismo do Século XIX. Mas em público, o escritor não costumava falar de sua relação com os fenômenos psíquicos, embora na sua autobiografia encontrem-se referências ao médium Douglas Home e a algumas sessões espíritas, junto com o seu filho. Nada mais natural, portanto, que o misticismo e o sobrenatural tenham inspirado várias obras do novelista, em especial  “Zanoni”, “Uma estranha história” e “A casa e o cérebro”.

O escritor nasceu em 25 de maio de 1803, Londres, Reino Unido e faleceu em 18 de janeiro de 1873, Torquay, Reino Unido. É sem dúvida nenhuma uma obra interessantíssima. 

Descrição da editora 

Zanoni é o romance ocultista mais famoso do escritor inglês Edward Bulwer-Lytton. Ainda na juventude, movido por um desejo de saber mais a respeito da Ordem Rosacruz, o autor sai em busca desse conhecimento e acaba chegando às suas mãos um manuscrito em uma linguagem críptica quase ininteligível, bem como a chave para decifrá-lo. O que ele encontra nesses escritos é a impressionante história de um mago que alcança a imortalidade ainda na juventude, obtendo-a por meio do Elixir da Vida. De beleza extraordinária, vasto conhecimento e enorme compaixão pela raça humana, Zanoni transita pelo mundo agregando ainda mais sabedoria e ajudando as pessoas como pode. Até que conhece Viola Pisani, uma cantora de ópera de Nápoles, e se apaixona por ela. Sabendo que se trata de um amor impossível, apesar de correspondido, decide abrir mão de sua amada para Glyndon, um inglês que também a corteja. Mas, irresoluto e apegado às convenções, esse rapaz desiste da conquista para buscar conhecimentos ocultistas. Zanoni está sempre ligado a Viola, salvando-a todas as vezes em que ela corre perigo, e acaba por desposar a jovem, apesar de alertado sobre as consequências de tal relacionamento. Esse mergulho no amor e na vida mundana faz com que o mago perca seus poderes espirituais e acabe entregando-se à morte.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Livro: "O diário de Anne Frank". Autora: Anne Frank. Análise ( opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "O diário de Anne Frank" é uma obra de uma sensibilidade impressionante, de linguagem simples e clara, consegue transmitir ao leitor todas as circunstâncias que envolveram a história de vida da autora. 

A história contada pela então adolescente Anne Frank, usa a singeleza da narrativa despretensiosa para levar o leitor à  compreender o drama que foi a segunda guerra mundial, e como as pessoa foram perseguidas presas e mortas, pela origem, pela fé que profesavam, pela orientação  sexual, ou simplesmente por serem consideradas pessoas de uma raça inferior.

Ao meu ver, a obra de Anne Frank se tornou um clássico mundial, porque conseguiu mostrar as aflições a que as pessoas são submetidas quando chegam ao poder ideias impregnadas de fanatismo, mentiras, ou ainda pior, meias verdades.

O cotidiano da família de Anne Frank, contada sob o ponto de vista de uma menina de 13 anos, tendo como pano de fundo uma das mais terríveis catástrofes vivenciadas pela humanidade em sua história recente, tem uma força enorme como narrativa, e faz com que o leitor se identifique de forma imediata com a história contada. 

É quase impossível não tentarmos nós colocar no lugar da autora, mesmo que tal tarefa seja impraticável, se levarmos em consideração o drama vivido por aquela família.  

 Resenha da Editora

O Diário de Anne Frank teve a autenticidade confirmada por peritos. Estudos forenses da caligrafia de Anne e exame do papel do diário, da tinta e da cola comprovaram ser de material existente na época. A conclusão foi oficialmente apresentada pelo Instituto Estatal Holandês para Documentação da Guerra.

Sobre o Autor

Em meio à Segunda Guerra Mundial, Anne Frank foi também uma adolescente comum. Não muito diferente das garotas do século XXI, tinha seus sonhos e conflitos íntimos. Queria viajar pelo mundo e se tornar jornalista e escritora. Confinada no Anexo Secreto, um esconderijo onde esteve por mais de dois anos, entre outros sentimentos descobriu ali seu primeiro amor.


domingo, 22 de janeiro de 2023

Livro: "1984". Autor: George Orwell. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "1984" de George Orwell, é um livro que já foi "cantado em verso e prosa", ou seja não existe "análise" ou opinião que já não tenha sido feita, portanto só quero aqui enfatizar a minha admiração pelo autor, e em especial a essa obra.

A capacidade que o livro tem em prever acontecimentos e situações , fica a cada ano que passa mais impressionante, mas o espanto com tal virtude da obra se ameniza, quando  analisamos a capacidade que o autor tem em compreender os fatos que estão acontecendo em seu tempo, juntar essa percepção a uma analise profunda da psique do indivíduo, seus medos, sonhos, esperanças, conflitos e ambições. Sentimentos e situações essas, que mal conduzidas podem levar à alienação, à falta de princípios, à ausência de moralidade, ao egoísmo, à prepotência, e consequentemente à facilitação da tirania, do domínio dos "fracos" pelos "fortes ",  do idealista  pelo oportunista,   do ético pelo facista, sim essa última afirmação não é para mim prepotência, pois emitindo aqui a minha opinião, jamais encontrei na história da humanidade um facista ético. 

No entanto fica quase impossível não tentar fazer uma relação da história contada pela  obra, e os dias sombrios que o Brasil passa.

A verdade, que antes era , ou deveria ser, um fato incontestável depois de ser confirmada a sua veracidade,  tornou-se um fato que dependendo da conveniência de quem o analisa, pode ser transformado em qualquer coisa, eis que surge um termo que hoje é por vezes utilizado, "pós-verdade", termo esse que desafia o bom senso e a racionalidade.

Por isso uma história distópica, como "1984", pode se tornar sim uma realidade, se abaixamos a guarda. 

É sem dúvida um magnífico livro, leiam.

Descrição da editora:

Publicado em 1949, o texto de Orwell nasceu destinado à polêmica. Traduzido em mais de sessenta países, virou minissérie, filmes, quadrinhos, mangás e até uma ópera. Ganhou holofotes em 1999, quando uma produtora holandesa batizou seu reality show de Big Brother.

1984 foi responsável pela popularização de muitos termos e conceitos, como Grande Irmão, duplopensar, novidioma, buraco da memória e 2 + 2 = 5. O trabalho de Winston, o herói de 1984, é reescrever artigos de jornais do passado, de modo que o registro histórico sempre apoie a ideologia do Partido.

Grande parte do Ministério também destrói os documentos que não foram revisados, dessa forma não há como provar que o governo esteja mentindo. Winston é um trabalhador diligente e habilidoso, mas odeia secretamente o Partido e sonha com a rebelião contra o Grande Irmão.

Entre os textos inspiradores do século XX, 1984 é uma obra rara, que fica mais assustadora à medida que sua trama se torna mais real a cada dia que passa. Publicado em 1949, o livro oferece a visão de pesadelo do satírico político George Orwell de um mundo totalitário e burocrático e uma tentativa pobre de encontrar a individualidade. O brilho do romance é a previsão sobre o futuro, sobre a vida moderna: a onipresença da televisão, a distorção da linguagem, o engano oficial, a manipulação da história por um regime totalitário.

Sobre o autor

George Orwell nasceu Eric Arthur Blair em 25 de junho de 1903, em Bengala, Índia, onde seu pai trabalhava para o Departamento de Ópio do Serviço Público Indiano da Grã-Bretanha. Estudou em instituições de elite e foi ele próprio durante cinco anos agente da polícia imperial na Birmânia.

Viveu com os miseráveis de Paris e Londres no final dos anos 1920 e lutou pela causa republicana na Guerra Civil Espanhola ao lado de uma milícia minoritária com inspiração anarquista e trotskista, quando levou um tiro na garganta que quase lhe tirou a vida. Morreu de tuberculose no dia 21 de janeiro de 1950, um ano depois de concluir 1984. Tinha 46 anos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Livro: "O mito da caverna". Autor: Platão. Análise (Opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "O mito da caverna"de Platão, da editora Camelot, é para quem gosta de filosofia uma excelente aquisição. A obra nessa edição é comentada por Clóvis de Barros Filho que é um jornalista, filósofo e professor livre-docente na área de Ética da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Dentre seus livros, publicou "Ética na Comunicação", é co-autor de "O Habitus na Comunicação" e organizador de "Comunicação na Polis". 

Por ser uma edição comentada, o livro facilita em muito a compreensão do que o autor quer transmitir, visto que um texto filosófico as vezes não é de fácil compreensão. 

É impressionante como uma obra escrita a tanto tempo, tem a capacidade de nós fazer refletir e questionar sobre as inquietações, que assolam todo o indivíduo que se desafia a pensar. 

Resposta prontas, quase sempre são insuficientes para aquietar os corações dos indivíduos que tem como hábito a reflexão. 

A reflexão só é possível se desenvolvemos nossa capacidade intelectual, será?.

Reflitamos !!.

Descrição da editora 

A partir de uma história repleta de simbologias, Platão nos apresenta conceitos e situações que visam a busca pelo conhecimento em contraste com a ignorância e a manipulação. O enredo integra o livro VII de A República e destaca um diálogo entre Sócrates e Glauco. As personagens imaginam uma situação hipotética em que várias pessoas são mantidas acorrentadas no fundo de uma caverna escura subterrânea. Dessa forma, a “caverna” representa o nosso mundo interior, nossas limitações e a chamada zona de conforto. Já os prisioneiros são todos os indivíduos que, na realidade, vivem em um tipo de “escravidão inconsciente”. Um dos contos filosóficos mais notórios da humanidade inspirou também o entretenimento mundial, sendo citado em Matrix, O Show de Truman e em vários outros filmes hollywoodianos. 

Sobre o Autor

Platão é um dos mais importantes filósofos da Grécia Antiga. Chamava-se Arístocles e nasceu em Atenas no ano de 428 a.C. Era filho de uma família influente politicamente na Grécia e dedicou-se aos estudos de Filosofia. Platão conheceu o filósofo Sócrates, pensador que foi o seu mestre iniciador na Filosofia, mentor intelectual e amigo em Atenas. A influência de Sócrates sobre Platão era tão grande que a maioria dos textos deixados por Platão é feita de diálogos em que Sócrates é o personagem principal, como acontece em O Mito da Caverna. O idealismo platônico é o que há de mais marcante em suas obras. O conhecimento ideal estaria, segundo o filósofo grego, no Mundo das Ideias, estância metafísica que só poderia ser alcançada por nosso intelecto.