quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Com o seqüenciamento genético do boi-Zebu, feito por uma equipe da Unesp, o Brasil dará um salto na produção de carne e fará uma picanha melhor.


Esse é um resumo feito a partir de um artigo publicado na revista Veja. Artigo esse escrito por Fábio Portela.
Outros resumos como esse podem ser acessados no link a baixo.
Shvoong.com Garcia (Unesp) e o americano Sonstegard (ARS), com o touro Futuro: primeiro zebuíno com o genoma sequenciado

Os primeiros bovinos que pastaram em terras brasileiras foram trazidos pelos portugueses no século xvi, desde então tenta-se a todo custo encontrar a formula do boi perfeito, ou seja, conseguir um animal que seja rústico o suficiente para se adaptar ao clima tropical e aos pastos rústicos do país, sem perder qualidade.

Hoje estima-se que existam no Brasil aproximadamente 200 milhões de cabeças de gado isso, no entanto não é suficiente para jogar por terra a fama de que a carne brasileira não é de boa qualidade. O problema é que o mundo todo cria o boi de origem européia, o Bos tauros. A superioridade de sua carne explica-se na seleção de animais que é feita a centenas de anos, com o objetivo de produzir cortes agradáveis ao paladar. Já o boi-Zebu natural da Índia, tem como características mais valorizadas: docilidade, resistência ao calor e a parasitas.

Para mudar essa fama, pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluíram o seqüenciamento do genoma do Zebu, isso permitirá aprimorar o rebanho nacional a uma velocidade inimaginável.

Foram usadas como base células de um touro batizado de Futuro POI do Golias (a sigla POI significa puro de origem importada) nascido em Araçatuba, no interior de São Paulo.

Os pesquisadores, liderados pelo professor José Fernando Garcia, fragmentaram as moléculas de DNA do animal e as “quebraram” em pequenas sequências de 100 nucleotídeos, daí, anotaram a sequência das unidades formadas na fita espiralada presente em todos os seres vivos – ademia, timina, citosina e guanina. Estava traçado o mapa genético, mas ainda não se sabia como lê-lo. Para decifrá-lo, inúmeros pesquisadores passaram a analisar as combinações moleculares responsáveis por cada uma das características do boi. Foram isolados 777000 marcadores genéticos 277000 fixos e 500000 variáveis. Esses últimos são os que interessam. A partir deles, é possível saber tudo sobre um bezerro que acaba de nascer: qual será o peso que atingirá na idade adulta, se terá carne macia ou dura, com que idade estará pronto para o abate, qual será sua resistência ao calor tropical.

Isso permitirá ao criador qualificar seus reprodutores, quem quiser uma carne macia, vai buscar os marcadores genéticos relacionados à maciez, quem optar pela quantidade, criará bois que ganham peso mais rápido.

Como é fácil perceber, a busca pelo boi perfeito continua.