segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Antalogia da política: Autor Augusto Frederico Schmidt. Organizador: José Mário Pereira. Análise (opinião ) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 O livro antologia politica de Augusto Frederico Schmidt é um excelente trabalho de pesquisa e organização, feito por José Mário Pereira. Esta antologia reúne os melhores artigos políticos de Schmidt, públicados entre 1947 e 1965 a maioria deles em O Globo mas também no Correio da Manhã e em A Tarde da Bahia entre outros.

Esse é o tipo de obra que você pode até não concordar com aquilo que é dito, e pior ser irremediavelmente antagônico a posição do autor, mas devemos também aceitar que mesmo nessa circunstância, a obra é fundamental para entendermos o panorama político brasileiro no período que os artigos foram escritos 

No entanto quem se propõe a fazer essa leitura, vai necessariamente ser obrigado, até para facilitar a compreensão da obra, conhecer um pouco da trajetória de Augusto Frederico Schmidt, isso é obrigatório porque por ser a obra composta por artigos publicados em jornais da época, e por um longo período, em certo momento necessitamos desse contexto histórico e biográfico para que consigamos amarrar de forma coerente e compreensível os textos. 

Por isso abaixo coloco uma pequena biografia de Augusto Frederico Schmidt, em um primeiro momento pode o leitor achar cansativo e tedioso ler tal biografia, mas garanto que isso facilitará em muita a compreensão da obra.

CPDOC | FGV • Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil

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Horário da sala de consulta: de segunda a sexta, de 9h às 16h30

Nome: SCHMIDT, Augusto Frederico

Nome Completo: SCHMIDT, AUGUSTO FREDERICO

Tipo: BIOGRAFICO

Texto Completo:

SCHMIDT, Augusto Frederico

*ass. Pres. Rep. 1956-1961.

Augusto Frederico Schmidt nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 18 de abril de 1906, filho de Gustavo Schmidt e de Anita de Azevedo Schmidt. Seu pai, também nascido no Rio de Janeiro, pertencia a família abastada, tendo estudado na Inglaterra. A mãe, baiana, culta e inteligente, incumbiu-se de dar orientação literária aos filhos. Seu avô paterno, o visconde Frederico Augusto Schmidt, tinha uma casa de tecidos no Rio de Janeiro. Seu avô materno, João José de Azevedo, era contador na loja comercial de seu avô paterno.

Schmidt fez os primeiros estudos no Colégio dos Andradas, em sua cidade natal. Devido ao estado de saúde de sua mãe, viajou em 1913 para a Suíça em companhia da família — os pais e duas irmãs —, tornando-se interno do Colégio Champs Soleil, em Lausanne. Com o falecimento do pai em Montreux, também na Suíça, sua mãe deixou o sanatório onde se internara e regressou com os filhos ao Brasil em 1916 para continuar o tratamento em Campos do Jordão (SP). Desde então, Schmidt passou por diversos colégios da capital federal, sem conseguir interessar-se pelos estudos. Em Juiz de Fora (MG) freqüentou o Colégio Granbery, em cujo grêmio literário pôde desenvolver sua inclinação pelas letras. Em 1922, de volta ao Rio de Janeiro, começou a preparar-se para os exames finais que se faziam no Colégio Pedro II, sendo porém reprovado em geografia. Nessa época escreveu alguns poemas e crônicas, publicados em um pequeno jornal, O Beira-Mar, que se editava em Copacabana. Com a morte da mãe, abandonou definitivamente os estudos e empregou-se, pela primeira vez, como ajudante de caixeiro na Casa Barbosa Freitas, passando em seguida a trabalhar na firma Costa Pereira & Cia. segundo ele “sua universidade”, aí permanecendo algum tempo.

Lendo intensamente durante esse período, assistiu entusiasmado à conferência feita em 1924 por Graça Aranha na Academia Brasileira de Letras sobre “O espírito moderno”, em que este criticava justamente o academicismo. Mais tarde afirmaria: “Creio que data daí o meu dinamismo literário e a minha alergia antiacadêmica.”

Durante algum tempo dirigiu a biblioteca do Centro Dom Vital, associação civil para estudo, discussão e apostolado subordinada à Igreja Católica, fundada no Rio de Janeiro em maio de 1922 por Jackson de Figueiredo. Sofreria grande influência desse líder católico, ao lado do qual fundou uma nova revista, Pelo Brasil, de curta duração. Por intermédio de Jackson conheceu também Alceu Amoroso Lima, consagrado crítico literário do O Jornal, do Rio de Janeiro, que se assinava Tristão de Ataíde. Entre ambos cresceu uma grande amizade

Ainda em 1924, aos 18 anos de idade, seguiu para São Paulo, onde se empregou numa firma na rua da Quitanda. Ao sair do escritório, dirigia-se às livrarias Garreaux e Gazeam, nas quais adquiria livros que ia ler à noite em seu quarto de pensão. De 1924 a 1928 permaneceu em São Paulo, ligando-se às figuras mais expressivas, do movimento modernista, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Rui Ribeiro Couto e, especialmente, Plínio Salgado, todos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo. Deste último leu, ainda em provas, O estrangeiro, seu primeiro romance social, que seria publicado em 1926 como um dos sucessos literários do modernismo.

Continuando a trabalhar no comércio, Schmidt foi caixeiro-viajante em São Paulo, vendendo aguardente e madeira. De volta ao Rio de Janeiro, tornou-se gerente da Serraria Coccozza, em Nova Iguaçu, onde, silenciadas as serras, lia e escrevia poemas.

No decorrer de 1928, ano de morte de Jackson de Figueiredo e da conversão de Alceu Amoroso Lima ao catolicismo, Schmidt manteve com este, em tom confidencial e íntimo, intensa correspondência. Nessas cartas anunciava o lançamento de seu primeiro livro de poesias, Canto do brasileiro Augusto Frederico Schmidt, cuja publicação, nesse mesmo ano, seria saudada por Alceu como um grande acontecimento literário, “uma voz que se insurgia contra os mandamentos estéticos do modernismo” e que representava, ao lado de José Américo de Almeida e de Jorge de Lima — que lançavam, também em 1928, o primeiro, A bagaceira, e o outro, Esta nega fulô —, “a abertura de uma nova frente literária”. Romântico e nostálgico, na opinião de Alceu, Schmidt seguiu seus predecessores Gonçalves Dias e Casimiro de Abreu, “voltando-se para os grandes temas clássicos da saudade, do amor, da lua, do mar e da morte, tudo que parecia exilado pelo sarcasmo inicial da nova escola”. Dizendo-se, no entanto, decepcionado com os meios literários, que julgava “mais infelizes que os comerciais”, Schmidt confessou a Alceu: “Eu, Augusto Frederico Schmidt, escrevo por vaidade. Eu não posso viver mais no meio de serradores e madeireiros.” Sentia-se solitário em Nova Iguaçu.

Aproximou-se então do padre Leonel Franca e leu a encíclica Rerum novarum, do papa Leão XIII. Em 1929 lançou dois volumes de poesias que o consagraram como poeta, Canto do liberto Augusto Frederico Schmidt e Navio perdido. A partir dessa época passou a colaborar em jornais cariocas, tornando-se crítico literário do Diário de Notícias. Por volta de 1930 adquiriu e passou a dirigir a Livraria Católica, no Rio de Janeiro, que pertencia a Jackson de Figueiredo e onde se reunia um grupo de intelectuais católicos liderados por Amoroso Lima, Heráclito Sobral Pinto e Hamilton Nogueira.

Em outubro de 1930 irrompeu a revolução que conduziu Getúlio Vargas ao poder. Schmidt foi contra o movimento, que, segundo ele, vinha quebrar a “legalidade” e a “ordem” no Brasil. “O horror à revolução, eis uma constante em meu espírito”, diria. Alceu afirmaria que ele e Schmidt permaneceram “unidos por algum tempo, no mesmo espírito contra-revolucionário que Schmidt possivelmente alimentara em seu convívio com Plínio Salgado e eu com o de Jackson no Rio”, mas acrescentaria que “essa afinidade política foi efêmera, pois pouco a pouco Schmidt se encaminhou para a direita e eu para uma ‘esquerda católica’ que ele não admitia”.

De fato, Schmidt participou no Rio de Janeiro de um grupo de intelectuais e estudantes, muitos dos quais freqüentadores da Livraria Católica, que se reuniram em torno de Plínio Salgado. Em 1932 Plínio fundaria a Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento que despertou as simpatias dos meios católicos, mas no qual Schmidt não chegou a militar.

A editora Schmidt e a Coleção Azul

Após a vitória da Revolução de 1930, o Brasil e o próprio movimento revolucionário foram objeto de estudos diversos que refletiam o dilema político-ideológico da época: fascismo ou comunismo.

Em 1931, funcionando inicialmente nos fundos da Livraria Católica que dirigia, Schmidt fundou uma editora — a Schmidt Editora —, responsável pelo lançamento de muitos nomes que se tornariam famosos nas letras nacionais. Também nesse ano lançou a revista As Novidades Literárias, que mais tarde reapareceria sob o título Literatura. Sua editora lançou ainda a Coleção Azul, que, entre outubro de 1932 e junho do ano seguinte, editou cinco livros que ficaram famosos como um esforço de reflexão sobre a realidade brasileira: Brasil errado, de Martins de Almeida, Introdução à realidade brasileira, de Afonso Arinos de Melo Franco, O sentido do tenentismo, de Virgínio Santa Rosa, A gênese da desordem, de Alcindo Sodré, e Psicologia da revolução, de Plínio Salgado.

Entre os autores publicados pela Editora Schmidt figuraram Otávio de Faria (Maquiavel e o Brasil), Jorge Amado (O país do carnaval), Marques Rebelo (Oscarina), Raquel de Queirós (João Miguel), Graciliano Ramos (Caetés), Gilberto Freire (Casa grande e senzala), Leonel Franca (Ensino religioso e ensino leigo e Catolicismo e protestantismo), Virgílio de Melo Franco (Outubro de 1930) e Alceu Amoroso Lima (Problema da burguesia, Preparação à sociologia, Debates pedagógicos e Estudos, 4ª série).

Schmidt editou também vários autores integralistas: Plínio Salgado (Doutrina do sigma, O que é o integralismo), Olbiano de Melo (Razões do integralismo, concepção do estado integralista), Osvaldo Gouveia (Brasil integral), Olímpio Mourão (Do liberalismo ao integralismo), Miguel Reale (Atualidade brasileira) e Gustavo Barroso (O integralismo em marcha).

Em 1934 Schmidt casou-se com Ieda Ovalle Lemos, sobrinha do poeta e compositor Jaime Ovalle, e a ela dedicou seu livro de maior repercussão, Canto da noite. Em 1940 voltou à poesia com A estrela solitária. Já famoso, daí por diante produziu diversas obras poéticas.

Sempre ligado à atividade literária, participou, em janeiro de 1945, como delegado do Distrito Federal, do I Congresso Brasileiro de Escritores, reunido em São Paulo sob os auspícios da Associação Brasileira de Escritores e que assumiu o caráter de uma manifestação coletiva da intelectualidade contra a ditadura do Estado Novo.

O homem de negócios

Schmidt acentuou certa vez que antes de ser poeta já vivia do comércio. Fundou diversas empresas, que dirigia paralelamente à sua atividade jornalística, escrevendo sobre tudo acerca de problemas políticos e econômicos do Brasil na imprensa diária do Rio de Janeiro.

Prosperou sempre e, a seguir, ingressou nos ramos do cimento, dos pneumáticos e na indústria de alimentos, lutando pelo que chamou “tese do enriquecimento nacional”. Apontado como testa-de-ferro de interesses multinacionais no Brasil, atribuía tais acusações a “um preconceito típico dos países subdesenvolvidos, de formação católica”, que consistia na “recusa em aceitar que um poeta pudesse abastardar essa condição, acrescentando-lhe a de homem de negócios”.

Em 1951, por ocasião da visita ao Brasil do norte-americano Eugene Black, presidente do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), Schmidt defendeu nas colunas do Correio da Manhã a idéia de que o auxílio norte-americano era necessário ao desenvolvimento econômico do Brasil “para evitar que o país resvale para a desordem, para a asificação e para uma trágica proletarização propícia à sujeição comunista”. Considerava a riqueza e os grandes empresários que a detinham como a alavanca do progresso e veículos do desenvolvimento, recusando-se a tomá-los a priori como instrumentos ou agentes de fraude e corrupção. Ao sustentar com desenvoltura essas e outras opiniões, Schmidt foi acusado de indiferença para com o problema específico da corrupção administrativa, quando não de beneficiário dela.

Os interesses multinacionais e associados iriam crescer de maneira rápida e estável no país, estimulados pela política de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek. Segundo Renê Dreyfuss, uma das formas organizacionais básicas através das quais o bloco de multinacionais expressaria seus interesses comuns foi a criação de escritórios de consultaria tecno-empresarial. Uma dessas agências mais importantes pertenceu a Augusto Frederico Schmidt, sob o nome de Estudos Técnicos Europa-Brasil, que operava com empresas em geral ligadas à indústria química.

A atividade empresarial de Schmidt foi intensa e vária: promoveu a instalação dos Supermercados Disco, no Rio de Janeiro, foi sócio, presidente e diretor da Sociedade de Expansão Comercial (Sepa), da Meridional Companhia de Seguros de Acidentes de Trabalho, da Comércio e Importação de Produtos Americanos (Sacipa), da Instaladora de Frio, da Brasil-Canadá Comércio e Indústria, da Orquima e outras, tendo empreendido várias viagens de negócios aos Estados Unidos e à Europa.

Assessor de Kubitschek

Schmidt aproximou-se de Juscelino Kubitschek por intermédio de Paulo Bittencourt, proprietário e diretor do Correio da Manhã, matutino carioca em que escrevia e que apoiou o candidato pessedista à presidência da República no curso de sua tumultuada campanha, contra a qual se opuseram os udenistas e os setores militares a eles ligados.

Schmidt empenhou-se na luta ao lado de Kubitschek, aproximando-o do empresariado a fim de obter recursos para financiar a campanha. Por outro lado procurou neutralizar as resistências ao candidato surgidas na área internacional, sobretudo após a inclusão na chapa presidencial do vice João Goulart, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e considerado o herdeiro político de Vargas. O apoio dos comunistas a Kubitschek criou sérias dificuldades no país e no exterior, onde, também pela interferência de Schmidt, acabaram sendo contornadas. Vitoriosa a chapa Juscelino-Goulart nas eleições de outubro de 1955, a União Democrática Nacional (UDN), lançando mão de seus últimos recursos, tentou impedir a posse dos eleitos, mas foi barrada pelo Movimento do 11 de Novembro de 1955, liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. A posse ocorreu afinal em 31 de janeiro de 1956.

Em abril desse mesmo ano, sob a presidência do deputado mineiro Gabriel Passos, da UDN, instalou-se na Câmara dos Deputados uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para proceder às investigações sobre o problema de energia atômica no Brasil. Na qualidade de membro da diretoria da Orquima, empresa que operava no Brasil na industrialização e exportação do tório, mineral de alto valor estratégico, Schmidt foi chamado a depor. A CPI encontrou, em quase todos os documentos relativos aos acordos de exportação de tório, referências às gestões da Orquima. Não pôde, no entanto, apurar a identidade dos acionistas da empresa, pois Schmidt negou-se a revelá-la.

Em seu depoimento, Schmidt preconizou a revogação da Lei nº 1.310, de 15 de janeiro de 1951, que estabeleceu o monopólio estatal do comércio externo dos principais minérios atômicos, urânio e tório, e fixou severas restrições à sua venda. Criticou também as “teorias suicidas de que o Brasil não pode exportar”. Apesar de tais restrições, a Orquima expandira notavelmente suas instalações, tendo sua diretoria lutado sempre contra as resistências opostas à exportação do tório. O relatório final da CPI sobre energia atômica, redigido pelo deputado Dagoberto Sales, foi aprovado em março de 1958.

No âmbito do governo Kubitschek, Schmidt foi um dos mais prestigiados assessores, cabendo-lhe o comando ostensivo da Operação Pan-Americana (OPA), iniciativa brasileira em cuja promoção se empenhou, tentando atrair investimentos norte-americanos para um programa de desenvolvimento econômico e social da América Latina sob a liderança do Brasil. A OPA teve como ponto de partida carta datada de 28 de maio de 1958, enviada pelo presidente Kubitschek ao presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, após as manifestações hostis ao vice-presidente Richard Nixon por ocasião de sua visita aos países sul americanos. Da carta-resposta de Eisenhower datada de 5 de junho, declarando-se favorável à idéia geral proposta pelo Brasil, nasceria a OPA.

No dia 20 de junho de 1958, Kubitschek pronunciou o primeiro de uma série de discursos tratando da OPA, perante os chefes das missões diplomáticas no Rio de Janeiro, com a presença das mais altas autoridades federais. Em julho, insistia em que, de acordo com os objetivos fundamentais da OPA, a luta contra o subdesenvolvimento da América Latina implicaria a segurança do continente e uma ligação política com os Estados Unidos para um programa estratégico de defesa do hemisfério.

Em agosto, o governo lançou oficialmente a OPA, transmitindo às repúblicas americanas, através de suas embaixadas no Rio de Janeiro, um memorando em que esclarecia a definição, as características e os objetivos da operação ao lado de sugestões para o seu processamento. Nesse mesmo documento, tornado público poucos dias após, era proposto um temário para as reuniões preparatórias da OPA. Considerou-se então a oportunidade de se criar uma comissão especial do conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA). No mês de novembro foi assim instalado na sede da OEA, em Washington, o Comitê dos 21, organização formada pelos representantes dos países do continente americano que aderiram à OPA, buscando viabilizá-la.

Schmidt participou de todas as negociações fechadas e chefiou a delegação brasileira ao Comitê dos 21 em suas várias reuniões, que visavam à criação da OPA. Empenhou-se então, segundo suas próprias palavras, em fazer cair o “muro do silêncio” entre a opinião pública norte-americana e a América Latina.

Durante o ano de 1959, apesar do empenho do governo brasileiro para que fossem aprovados os objetivos da OPA, a meta prioritária do governo norte-americano foi reprimir o comunismo. A vitória da Revolução Cubana em janeiro desse ano e a ascensão de Fidel Castro ao poder resultaram em inevitável alteração das relações dos Estados Unidos com a América Latina. Assim, o governo norte-americano aprovou um sistema de quotas para a fundação do que, em dezembro de 1959, constituiria o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), organismo financeiro para o desenvolvimento continental. Ao mesmo tempo, comprometeu-se a apoiar moral e materialmente a criação de um mercado comum latino-americano, que em 1960 se concretizaria na Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC).

Antes do término do mandato de Kubitschek, Schmidt teve destacada atuação como chefe da delegação brasileira à XIV Assembléia Geral das Nações Unidas e como presidente do Comitê dos 21 na Conferência de Bogotá, na Colômbia. A OPA, no entanto, não foi adiante, devido ao desinteresse dos Estados Unidos, que, ao invés de beneficiar uma iniciativa latino-americana, preferiu lançar, no início da década de 1960, sua própria campanha, a Aliança para o Progresso.

Como assessor de Kubitschek, Schmidt defendeu na imprensa e no cenário diplomático a tese do desenvolvimento econômico. Embora fosse considerado o verdadeiro idealizador da OPA e gozasse de inequívoco prestígio junto ao presidente da República, não conseguiu ser nomeado ministro de Estado talvez em razão da oposição e das críticas que sofreu, sobretudo do chamado setor nacionalista das forças armadas, que sempre condenou duramente seus interesses internacionais no terreno dos negócios. Schmidt foi, portanto, no governo Kubitschek, o que se poderia chamar de “homem dos bastidores”. Obteve afinal uma representação no Mercado Comum Europeu, missão não criada por lei, o que dispensou o governo de submeter seu nome à aprovação do Senado Federal.

No IPÊS

Após o término do qüinqüênio Kubitschek, já não mais no centro do poder, Schmidt filiou-se ao Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), organização de empresários estruturada no decorrer de 1961 no Rio de Janeiro com o objetivo de “defender a liberdade pessoal e da empresa, ameaçada pelo plano de socialização no seio do governo” e que contou com o apoio dos jornais cariocas O Globo, Jornal do Brasil e Correio da Manhã.

A partir de agosto de 1962 teve intensa participação no Grupo de Publicações Editorial (GPE), que reuniu vários profissionais da mídia, do mundo literário, de agências de publicidade e um grupo de militares encabeçado pelo general Golberi do Couto e Silva. O GPE escrevia, traduzia e distribuía material impresso anticomunista, bem como publicava artigos e panfletos que escolhia. Através da Unidade de Editorial, inseria comentários, debates e opiniões na imprensa e elaborava editoriais, divulgava notícias, enfim, disseminava a “literatura democrática”.

No final do governo, participou de um memorável debate televisionado com o líder comunista Luís Carlos Prestes.

A revolução de 1964: adesão e frustração

Schmidt sustentou sua última batalha escrevendo violentamente contra o governo do presidente João Goulart. Segundo Murilo Melo Filho, Schmidt foi um dos artífices do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente, inaugurando uma série de governos militares no país

Amigo pessoal do general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente após a revolução de 1964, Schmidt, no entanto, não foi aproveitado por ela, fato que lhe causou profundo desagrado. Em julho de 1964, foi surpreendido com a cassação do mandato do ex-presidente Juscelino Kubitschek, então senador, ato punitivo que proclamava ser “injusto” e constituiu “um erro imperdoável”.

Morreu no Rio de Janeiro no dia 8 de fevereiro de 1965.

Em sua memória, foi fundada no Rio de Janeiro a Sociedade dos Amigos de Augusto Frederico Schmidt.

Publicou, além dos livros citados, Pássaro cego (1930), Desaparição da amada (1931), Mar desconhecido (1942), O galo branco (1948, 2ª ed. 1956), Fonte invisível (1949), Mensagem aos poetas novos (1950), Paisagens e seres (1951), Ladainha do mar (1951), Os reis (1953), Poesias completas (1956), Aurora lívida (1958), Babilônia (1959), As florestas (1959), Antologia poética (1962), Antologia de prosa (1964), O caminho do fim (1964) e Prelúdio à revolução (1964).

Vera Calicchio

FONTES: BANDEIRA, L. Presença; BOSI, A. História; Canto; CARDOSO, M. Ideologia; CARONE, E. Coleção; COELHO, J. Dic.; CONG. BRAS. ESCRITORES. I; CORTÉS, C. Homens; DREIFUSS, R. Conquista; Elite; Encic. Mirador; FRANCO, A. Alma; Grande encic. Delta; Jornal do Brasil (2/2/75, 17/4/76 e 8/2/77); KUBITSCHEK, J. Exposição; KUBITSCHEK, J. Mensagem; KUBITSCHEK, J. Meu; LEVINE, R. Vargas; LIMA, A. Estudos; LIMA, A. Evolução; LIMA, A. Meio; LIMA, A. Memórias; LUFT, C. Dic.; MENESES, R. Dic.; NASSER, D. Revolução; OLIVEIRA, L. Romance; Rev. Bancária Bras. (11/51); Rev. Bras. Pol. Internacional (1959 e 1960); RIBEIRO FILHO, J. Dic.; SALES, D. Razões; SCHMIDT, A. Caminho; SCHMIDT, A. Prelúdio; Senhor (1/64); SILVA, H. 1935; TAVARES, J. Radicalização.


sábado, 29 de janeiro de 2022

Autor: José de Alencar. Análise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O romance til, de José de Alencar, é um livro para se ler com a alma desarmada. O romance escrito em 1871 conta de forma prazerosa e com  linguagem inovadora, desvinculando-se da literatura portuguesa, que se tinha como padrão na época, a história de"til", apelido de Berta, personagem central do romance e típico arquétipo da heroína romântica.
Jose de Alencar foi um escritor que registrou em suas obras as inovações da Lingua Portuguesa no Brasil.
O romance é dividido em duas partes, em um primeiro momento, o autor usando uma narrativa em terceira pessoa, faz à  apresentação das personagens e das tramas, também na primeira parte do romance, fica explícita a personalidade da personagem principal Berta (cujo apelido é til) sempre movida por boas intenções, ela usa de sua influência e bondade para manipular as outras personagens.
A segunda parte fica reservada a desatar os nós da trama, revelando seus enigmas. Os cenários deixam de ter uma descrição objetiva e material para adquirir um significado mais subjetivo, relacionado ao passado oculto das personagens. 
A ação de “Til” ocorre na Fazenda das Palmas, localizada na região de Campinas, interior do estado de São Paulo, e transcorre temporariamente a partir de 1826.
Outra coisa que chama a atenção é como o autor, de forma contundente e empolgada descreve a paisagem natural onde se desenrola a trama, ficando claro para o leitor a preocupação ( já na época em que o livro foi escrito) com a natureza e a fascinação que a mesma causava.
A narrativa se utiliza fartamente de termos regionais da época, que demanda do leitor atenção redobrada e contextualizada para facilitar a interpretação do que é escrito. 
A obra de José de Alencar "til", é sem dúvida uma obra essencial. 

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Osvaldo Monteiro: música : "metade"

Música de boa qualidade, simplesmente isso!!



 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Autores: Alex Goldfarb e Marina Litvinenko. Analise (opinião ) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 

O livro "Morte de um Dissidente" trata da morte de"Sacha" Litvinenko, o ex-agente da FSB (a antiga KGB). Sacha foi envenenado por uma substância raríssima, o polônio-210, e enquanto agonizava diante das câmeras de todo o mundo, acusou Putin de ser o mandante do crime. A história é narrada por Goldfarb amigo próximo da família de Litvinenko e Marina Litvinenko, viúva de "Sacha".
De narrativa dinâmica e detalhada, os autores nos prendem a história contada, de forma definitiva, ao jogarem luz sobre a vida e a trajetória política de um personagem que todos com certeza têm muita curiosidade, e consequentemente muitas perguntas que gostariam que fossem respondidas, esse personagem é Putin, o"eterno", ( Pois é essa a impressão que todos têm) presidente da Russia. 
Os autores contam, sempre é claro do seu ponto de vista, as mazelas nos bastidores da política Russa logo após a queda do regime comunista, e como Putin soube se utilizar do passado político da Rússia e sua estrutura, como estratégia para se adaptar a nova realidade do país, em que o poder financeiro havia mudado de mãos com as privatizações pós queda do regime comunista. 
Fica também muito claro para os leitores, segundo a narrativa imposta, a astúcia do líder russo em manipular fatos e situações, com frieza e sem escrúpulos. 
A leitura é fundamental para quem quer entender um pouco mais sobre a história recente desse intrigante país que é a Rússia, é  claro, sempre com um olhar crítico, pois quem aqui relata os fatos fez parte dessa história, e como sabemos as histórias sempre têm vários lados, cada um de mirante diferente, no entanto a verdade é só uma, será?.
Recomendo a leitura, pois independente das visões,  o livro trás muitas informações. 

Abaixo uma pequena descrição:

"Em outubro de 2000, o biólogo e ativista político Alex Goldfarb recebeu um telefonema de seu amigo Boris Berezovski, o empresário russo que, depois de tornar-se uma das pessoas mais ricas e poderosas do país, caíra em desgraça e fora obrigado a exilar-se na França. O assunto do telefonema era Alexander "Sacha" Litvinenko, o ex-agente da FSB (a antiga KGB) que, anos antes, tornara-se famoso ao afirmar - em uma coletiva de imprensa, rodeado de agentes mascarados - que altos funcionários da FSB planejavam assassinar Berezovski. Na época, o presidente da FSB era o até então desconhecido Vladimir Putin. Litvinenko foi punido à moda antiga: abriu-se um processo em que a FSB o acusava de ter agredido um suspeito, e Litvinenko acabou preso, foi libertado meses depois e em seguida voltou para trás das grades, réu de uma acusação semelhante. Goldfarb conhecia o caso. Quando ainda trabalhava para o megainvestidor americano George Soros, tentara em vão entrevistar Litvinenko, como parte de um programa para erradicar a tuberculose das prisões russas. Soube, por Berezovski, que Sacha, sentindo-se cada vez mais ameaçado, fugira para a Turquia com a mulher e o filho, e precisava de ajuda. Goldfarb, ele mesmo um dissidente da época do comunismo, não hesitou e partiu em seguida para o sul daquele país, onde os três estavam escondidos. Em uma seqüência de eventos que em muito lembra um romance de John le Carré, Goldfarb conduziu os Litvinenko até Ancara, depois Istambul e então para a Inglaterra, onde planejavam pedir asilo político. Após algumas semanas turbulentas, quando ainda pairava o fantasma da deportação, a Inglaterra os acolheu e, com ajuda financeira de Berezovski, os Litvinenko se estabeleceram em Londres. Seis anos depois, Sacha foi envenenado por uma substância raríssima, o polônio-210".

Um livro publicado pela editora Companhia das letras, primeira edição (11 de julho 2007).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

"Viagens na minha terra": Autor: Almeida Garrett. Análise ( opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

O livro "Viagens na minha terra", é sem dúvida alguma uma leitura muito difícil de se fazer, quando digo difícil, me refiro sim, a dificuldade de compreensão que a narrativa nos impõe. A obra foi publicada originalmente em folhetins na Revista Universal Lisbonense entre 1845 e 1846, sendo editada em livro apenas em 1846. Tida como obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para a moderna prosa portuguesa e um importante documento de referência para entender a decadência do império português. Uma mistura entre literatura de viagem, autobiografia, reportagem, crítica política e romance histórico, faz com que o leitor que por ventura se atreva a encarar essa obra, tenha que fazer antes uma imersão, em todo o contexto histórico que envolve o período anterior a elaboração do livro.

Comecemos então por contar um pouco da história do autor. 

Almeida Garrett nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 1799, com o nome de batismo de João Leitão da Silva. Durante sua época de estudante de Direito, em Coimbra, passou a adotar o nome que o tornaria célebre: Almeida Garrett. Participou da revolução liberal e ficou exilado na Inglaterra em 1823. Durante esse tempo, casou-se e teve contato com o movimento romântico inglês. Em 1824 mudou-se para França e escreveu Camões e Dona Branca, obras que inauguraram o romantismo português. Ávido defensor do liberalismo, Almeida enfrenta outros diversos exílios ao longo dos anos.

Após retornar definitivamente a Portugal, passa a incentivar a literatura e o teatro, escrevendo inúmeros livros e peças teatrais. É dele, por exemplo, a iniciativa de criar o Conservatório de Arte Dramática e o Teatro Normal (atualmente Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa). Faleceu em Lisboa no dia 9 de dezembro de 1854.

A revolução liberal da qual participou Almeida  Garrett, se deu na cidade do Porto em Portugal,  foi um movimento ocorrido em 1820.

Entre várias reivindicações, os integrantes exigiam a promulgação de uma Constituição e a volta da Corte portuguesa que se encontrava no Brasil.

A Família Real Portuguesa, em 1808, havia se deslocado para sua colônia na América devido às invasões napoleônicas.

Tomando ciência desses fatos, fica facilitada, (mas alerto de antemão que não muito) à  compreensão da história contada por esse estupendo autor. 

Para facilitar a sua caminhada na leitura dessa incrível obra, apresento uma pequena descrição. 

"Viagens na minha terra é um relato da viagem verídica empreendida por Almeida Garrett de Lisboa a Santarém. Numa prosa fluida, espontânea e aparentemente despretensiosa, que visa a cooptar o leitor constantemente, fazendo uso de vocativos, Almeida Garrett comenta os lugares por onde passa e, entre uma reflexão e outra, critica o atraso tecnológico do país, a literatura que falseia a realidade, as más condições das estradas e hospedarias, a maneira dos homens públicos de governar; enfim, divaga sobre diversos temas, fazendo uso constantemente de ironias. Além da digressão, a obra de Garrett introduz outro recurso inédito na literatura portuguesa, a “narrativa dentro da narrativa”: em meio ao relato da viagem, o narrador conta a história romanesca de Carlos, jovem liberal e progressista, e Joaninha, típica heroína romântica: íntegra, pura e fiel a seu amor. Viagens na minha terra é obra singular da Literatura Portuguesa".

A edição do livro na foto acima e da editora Lafonte, publicado em 2020.

Leitura difícil, mas muito prazerosa, tenham uma boa leitura. 

 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Why Not : Autora: Raquel Landim . Analise (opinião) literária. Indicação de leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Why Not é um livro que aquele que se propuser a le-lo deve se despir de qualquer posicionamento político partidário, se não corre o risco de não aproveitar a leitura de forma completa. Antes de mais nada deve se ater ao fato de que o livro é uma obra de narrativa jornalística e portanto se atém  a fatos, baseando-se na maioria das vezes em pesquisa e declarações dos personagens envolvidos, quando afirmo na maioria das vezes, refiro -me a percepção de que qualquer  narrativa por mais que a autora tente se ater a análise fria dos fatos, mesmo assim em alguns momentos tenho o sentimento de que a mesma da ênfase aos atributos empresariais  dos personagens, salientando também em demasia, a União familiar que segundo a autora reinava nos Batistas.

A certa altura da narrativa tinha a impressão de que tentava-se justificar as condutas inapropriadas dos personagens, mas saliento que essa foi exclusivamente a minha sensação, ao que o leitor pode refutar ao ler o livro. No entanto recomendo muito a leitura, pois se trata de um livro que narra de forma clara e cronologicamente, fatos que vão ficar para a história política do Brasil. 

A maneira como a autora faz a sua narrativa, nos prende de forma decisiva, por muitas vezes, primeiro ela levanta o fato ocorrido, para depois voltar no tempo e nos interar de todo o contexto que levou a tal fato, essas idas e vindas têm a capacidade de fazer com que a leitura fique agradável. 

Agora uma virtude incontestável do livro, é sem dúvida obrigar-nos a pensar sobre a relação promíscua entre a iniciativa privada é os poderes constituídos de nosso país, isso sem dúvida é um problema que deve ser rapidamente solucionado, sob pena de perdermos as rédeas da nação e do futuro das próximas gerações. 

Abaixo posto a resenha da editora para quem por ventura esteja interessado em apostar nessa leitura. Super recomendo. 

O Brasil assistiu nos últimos anos ao rápido crescimento da JBS, que, nas mãos dos irmãos Wesley e Joesley Batista, saiu da condição de pequena empresa familiar para transformar-se em gigante mundial. Já no auge do sucesso, Joesley trocou seu iate Blessed(“Abençoado”, em inglês) por um novo e maior, que batizou de Why Not(“Por que não?”). O sugestivo nome parecia indicar os rumos que os irmãos estavam dispostos a percorrer. Por que não subornar políticos para aprovar leis que favorecessem a empresa? Por que não crescer contando com atalhos e privilégios de uma rede estatal de benefícios? Por que não gravar políticos, clandestinamente e em situações comprometedoras, tendo em vista uma possível delação premiada? Narrando esse caso no ritmo de um thriller político e empresarial, após dois anos de apuração e mais de uma centena de entrevistas, a jornalista Raquel Landim remonta em Why Not a história da JBS desde sua origem até os bastidores da negociação do polêmico acordo de colaboração premiada, que garantiria imunidade judicial aos irmãos Batista apesar de seus crimes. Com inegável talento para negócios, Wesley e Joesley perceberam desde cedo que poderiam crescer ainda mais se contassem com a ajuda do governo, mesmo que para isso tivessem que adotar métodos nada convencionais, dando início ao que se tornaria um dos maiores esquemas de corrupção já descobertos em uma empresa privada brasileira. Todos os detalhes desta incrível história os leitores acompanharão em Why Not como se fossem um observador invisível no submundo do poder e da ganância. Raquel Landim é formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), com período de estudos em Londres, Raquel Landim tem, desde 1999, passagens pelos principais jornais do país. Participou da equipe fundadora do Valor Econômico e adquiriu o gosto pela cobertura de negócios na editoria de Economia de O Estado de S. Paulo. Desde 2013 é colunista da Folha de S.Paulo, integrando o grupo de repórteres seniores da publicação. Casada com Ricardo Cesar, é mãe de Arthur e Francisco. Why Not é seu primeiro livro.