O livro "1984" de George Orwell, é um livro que já foi "cantado em verso e prosa", ou seja não existe "análise" ou opinião que já não tenha sido feita, portanto só quero aqui enfatizar a minha admiração pelo autor, e em especial a essa obra.
A capacidade que o livro tem em prever acontecimentos e situações , fica a cada ano que passa mais impressionante, mas o espanto com tal virtude da obra se ameniza, quando analisamos a capacidade que o autor tem em compreender os fatos que estão acontecendo em seu tempo, juntar essa percepção a uma analise profunda da psique do indivíduo, seus medos, sonhos, esperanças, conflitos e ambições. Sentimentos e situações essas, que mal conduzidas podem levar à alienação, à falta de princípios, à ausência de moralidade, ao egoísmo, à prepotência, e consequentemente à facilitação da tirania, do domínio dos "fracos" pelos "fortes ", do idealista pelo oportunista, do ético pelo facista, sim essa última afirmação não é para mim prepotência, pois emitindo aqui a minha opinião, jamais encontrei na história da humanidade um facista ético.
No entanto fica quase impossível não tentar fazer uma relação da história contada pela obra, e os dias sombrios que o Brasil passa.
A verdade, que antes era , ou deveria ser, um fato incontestável depois de ser confirmada a sua veracidade, tornou-se um fato que dependendo da conveniência de quem o analisa, pode ser transformado em qualquer coisa, eis que surge um termo que hoje é por vezes utilizado, "pós-verdade", termo esse que desafia o bom senso e a racionalidade.
Por isso uma história distópica, como "1984", pode se tornar sim uma realidade, se abaixamos a guarda.
É sem dúvida um magnífico livro, leiam.
Descrição da editora:
Publicado em 1949, o texto de Orwell nasceu destinado à polêmica. Traduzido em mais de sessenta países, virou minissérie, filmes, quadrinhos, mangás e até uma ópera. Ganhou holofotes em 1999, quando uma produtora holandesa batizou seu reality show de Big Brother.
1984 foi responsável pela popularização de muitos termos e conceitos, como Grande Irmão, duplopensar, novidioma, buraco da memória e 2 + 2 = 5. O trabalho de Winston, o herói de 1984, é reescrever artigos de jornais do passado, de modo que o registro histórico sempre apoie a ideologia do Partido.
Grande parte do Ministério também destrói os documentos que não foram revisados, dessa forma não há como provar que o governo esteja mentindo. Winston é um trabalhador diligente e habilidoso, mas odeia secretamente o Partido e sonha com a rebelião contra o Grande Irmão.
Entre os textos inspiradores do século XX, 1984 é uma obra rara, que fica mais assustadora à medida que sua trama se torna mais real a cada dia que passa. Publicado em 1949, o livro oferece a visão de pesadelo do satírico político George Orwell de um mundo totalitário e burocrático e uma tentativa pobre de encontrar a individualidade. O brilho do romance é a previsão sobre o futuro, sobre a vida moderna: a onipresença da televisão, a distorção da linguagem, o engano oficial, a manipulação da história por um regime totalitário.
Sobre o autor
George Orwell nasceu Eric Arthur Blair em 25 de junho de 1903, em Bengala, Índia, onde seu pai trabalhava para o Departamento de Ópio do Serviço Público Indiano da Grã-Bretanha. Estudou em instituições de elite e foi ele próprio durante cinco anos agente da polícia imperial na Birmânia.
Viveu com os miseráveis de Paris e Londres no final dos anos 1920 e lutou pela causa republicana na Guerra Civil Espanhola ao lado de uma milícia minoritária com inspiração anarquista e trotskista, quando levou um tiro na garganta que quase lhe tirou a vida. Morreu de tuberculose no dia 21 de janeiro de 1950, um ano depois de concluir 1984. Tinha 46 anos.
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