Isso te foi imputado.
És também um ser com alma,
Isso te faz diferenciado.
Quando te tentaram convencer,
De que o chão era teu habitat.
Tua alma inquieta,
Recusou tal disparate.
Sua alma se alimenta do som,
Harmoniosas notas musicais.
Seu corpo as transforma em movimento,
Voas como os seres celestiais.
Deram a isso o nome de dança,
Tua alma ficou dividida.
Como dar nome a uma coisa,
Que da sentido a tua vida.
Para a alma comum,
Comum porque não dança.
Tanta dedicação,
É vista com desconfiança.
Almas inferiores e céticas,
Não crêem no abstrato.
Só confiam verdadeiramente,
Naquilo que percebem pelo tato.
Bailarinas são almas superiores,
São seres repletos de sentimentos.
Que tem como missão
Dar vida ao movimento.
Mas toda a missão de vida,
É repleta de obstáculos.
São testes que separarão,
Os obstinados dos fracos.
Serão muitos questionamentos,
Duvidas surgirão.
Mas o dom falará mais alto,
És bailarina, és paixão.
Porque danças menina?,
Se alguém ousa te questionar.
Teus olhos irados respondem,
Eu preciso respirar!.
Autor: Mário Rui Baptista