Eternidade
Não sei porque cargas D, água,
Nem por quem fomos escolhidos.
Mas de todos os seres vivos,
Fomos nós de racionalidade providos.
A principio tido como dádiva,
Esse fato pode se transformar.
Para alguns desavisados,
Em fardo difícil de carregar.
Diferentemente de outros seres vivos,
Temos a consciência de nosso destino.
Júbilo ao nascer, intensidade ao viver,
E achar que é sempre cedo para morrer.
Triste essa sensação,
De sabermos o desfecho da história.
Sem com tudo termos a noção,
Do enredo dessa vida provisoria.
A vida as vezes nos afronta,
E nossos sentimentos são testados.
E aquilo que achávamos ser para os outros,
Por vezes nos é imputado.
Quando no período de vida intensa,
Algo ameaça interrompe-la.
O imenso apego a nossa existência,
Nos cega, não admitimos perde-la
A racionalidade da qual fomos providos,
Sofre imenso e forte abalo.
Quando aquilo que nos aflige,
Não é rapidamente sanado.
Por entendermos que somos superiores,
Não permitimos que tudo se acabe.
Exigimos existência eterna,
Vida apos a morte? quem sabe!
Autor: Mário Rui Baptista