terça-feira, 5 de março de 2024

Livro: "A saga dos intelectuais franceses 1944-1989". Autor: François Dosse. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "A saga dos intelectuais franceses 1944–1989" volume I, do autor François Dosse é uma obra impressionante. Não se iludam aqueles, que por ventura se disponham a ler o livro, o mesmo é, sim, de difícil leitura. O autor usa de forma habilidosa todo o seu conhecimento sobre a história dos intelectuais, para fazer uma análise da atuação da classe, no pós-Segunda Guerra Mundial. Todo o embrolio político e, ideológico da época, fica ainda mais complexo com a atuação dos intelectuais filósofos, que muitas vezes, guiados por suas vaidades e interesses pessoais, travam entre si, uma outra guerra, para tentar analisar os efeitos na sociedade do grande conflito. Nessa tentativa, posições político-filosóficas, têm como catalisadora inúmeras publicações, que fiéis, as convicções de quem as criava e, abrindo espaço para intelectuais que compartilhavam dessas convicções, provocavam uma enorme ebulição. Intelectuais degladiavam-se para que as suas teses, fossem aceites pela maioria. A análise das várias correntes filosóficas, que através dos seus defensores, ganhavam feitio de verdades absolutas, contribuem para tornar a leitura ainda mais difícil. No entanto, isso não quer dizer que a leitura seja enfadonha, pelo contrário, isso na realidade a torna desafiadora e, a melhor coisa que pode acontecer para um leitor atrevido é, ser desafiado, nem que para isso ele tenha que ler várias vezes o mesmo capítulo, até o ter, minimamente entendido. 

Um excelente livro para quem gosta de desafios.

Descrição da Editora:

O projeto empreendido por François Dosse em A saga dos intelectuais franceses 1944-1989 nos traz uma historiografia comentada da intelligentsia francesa na segunda metade do século XX, face aos acontecimentos do pós-Segunda Guerra Mundial aos eventos de 1989. A obra é mais do que uma “história” reconstruída por meio das principais figuras da época, e sim uma “narração” em que não se excluem mitologias sociais, sonhos e esperanças dos protagonistas, ilusões, decepções e proclamações. A obra aborda a evolução das ideias que dominaram cada momento, da história intelectual da França e, em grande parte, da Europa e do mundo. Ninguém estava mais bem equipado do que François Dosse para enfrentar este desafio: narrar de forma panorâmica e sistemática a aventura histórica e criativa dos intelectuais franceses, que vai da Libertação e do fim da Segunda Guerra Mundial ao bicentenário da Revolução Francesa e à defenestração do muro de Berlim. Este primeiro volume, 1944-1968, abarca os anos de Camus, Sartre e Beauvoir e as suas controvérsias, as relações contrastantes com o comunismo, o choque de 1956, as revoluções chinesa e cubana, a Guerra da Argélia, a consolidação do terceiro-mundismo, a irrupção do momento gaulliano e a sua contestação: é um período dominado pelo teste da história, a influência do comunismo e a progressiva desilusão subsequente. O segundo volume, 1968-1989, vai das utopias esquerdistas e do combate contra o totalitarismo, à “nova filosofia”, ao advento de uma consciência emancipadora e ecológica e à desorientação da década de 1980: um tempo marcado pela crise do futuro e que vê se instalar a hegemonia das ciências humanas. Eis apenas alguns dos pontos de referência desta saga que engloba um dos períodos mais efervescentes e criativos da intelligentsia francesa, de Sartre a Lévi-Strauss e Foucault e de Lacan a Barthes e Derrida. O tema já suscitou uma vasta bibliografia, mas um afresco de tal amplitude destina-se a fazer época

Sobre o autor:

François Dosse (Paris, 22 de setembro de 1950) é  um historiador e sociólogo francês especialista em História dos Intelectuais. Professor de História Contemporânea na Universitaire de Formation des Maîtres at Créteil, é formado em História e Sociologia pela Université de Vincennes – Paris, tendo desenvolvido seu doutorado na área de Teoria da História e Historiografia, com foco na Escola dos Annales. Ainda na carreira docente, François Dosse foi também professor de nível escolar nos liceus de Pontoise e Boulogne-Billancourt, além de Maître de conférences no Instituts universitaires de formation des maîtres (Versailles e Nanterre).

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Livro: "A Estrada Lincoln". Autor: Amor Towles. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "A Estrada Lincoln" do autor Amor Towles é, um romance muito bem elaborado. Quando cheguei à metade do livro, eu já estava encantado com a forma que o autor escolheu para nos contar a história. Quanto a trama em si, confesso que não me impressionou muito. É sem dúvida uma história bem contada, que por isso acaba por valorizar o enredo, mas nada que surpreenda o leitor a ponto de torna-la muito diferente de outras histórias que também foram bem contadas. O que realmente me surpreendeu foi a narrativa e, a forma de elaboração da trama. Quando o autor opta por narrar os mesmos fatos, várias vezes, sobre óticas diferentes, ou seja, sobre a ótica de cada personagem, obriga o leitor a Fazer uma leitura analítica. Todos os pontos de vista sobre o que está acontecendo são expostos, obrigando o leitor a chegar às suas próprias conclusões sobre cada personagem e, suas atitudes. Isso evidência de forma cabal, como um único acontecimento pode ser interpretado de várias maneiras, dependendo de que ângulo analisamos a questão. Mas, ao mesmo tempo, percebesse também, que mesmo que cada um tome atitudes diferentes diante de situações semelhantes, existem parâmetros que a vida em sociedade nos impõe, e quem ultrapassar esses limites, corre o risco de sofrer com consequências indesejáveis. Portanto, chega-se a conclusão, que várias maneiras diferentes nos são oferecidas para lidar com um problema, mas as possíveis consequências da nossa escolha, são determinadas por fatores que não levam em conta nossas motivações e, convicções. Essa é a minha opinião e, é somente isso, nada mais. 

É um bom livro e, nada mais.

Descrição da Editora:

Amor Towles cria um romance encantador ao combinar juventude, autodescoberta e amizade ao cenário dos Estados Unidos dos anos 1950

Em junho de 1954, Emmett Watson, um jovem de dezoito anos, é levado para casa, em Nebraska, Estados Unidos, pelo tutor da instituição juvenil onde ficou internado por quinze meses após ter cometido um homicídio culposo. Sem a mãe, que foi embora de sua vida anos antes, o pai, que morreu recentemente, e a propriedade da família, tomada pelo banco, Emmett só quer pegar o irmão mais novo, Billy, e partir para a Califórnia, onde poderão começar uma nova vida.

Mas quando o tutor Williams vai embora, Emmett se depara com dois amigos da instituição ― o astuto e carismático Duchess e o zeloso e nada convencional Woolly ―, que fugiram escondidos no porta-malas do carro que o trouxera. Agora, juntos, os quatro pegarão a estrada e terão que conciliar os diferentes planos para o futuro ― um dos quais os levará a uma fatídica jornada a Nova York, direção oposta ao destino final de Emmett.

O novo livro de Amor Towles, que se passa em dez dias corridos e é contado a partir de vários pontos de vista, é uma história de múltiplas camadas sobre infortúnios e autodescoberta, composta por uma gama de personagens muito ecléticos. É uma empolgante aventura sobre rodas, um romance tão intenso, arrebatador e tocante quanto os leitores de Towles esperam.

Sobre o autor:

Nascido e educado em Boston, Amor Towles formou-se na Universidade de Yale e tirou um mestrado em Inglês na Universidade de Stanford.

O primeiro romance do autor, As Regras da Cortesia foi publicado em 2011. Bestseller do New York Times, foi nomeado um dos melhores livros do ano pelo Wall Street Journal. Traduzido em mais de 15 línguas, viu os seus direitos de adaptação ao cinema serem comprados pela Lionsgate.

Um Gentleman em Moscovo, o seu segundo romance, foi publicado em 2016 e durante 40 semanas permaneceu na lista dos livros mais vendidos do New York Times. Foi considerado o melhor livro do ano pelos jornais Chicago Tribune, Washington Post, Philadelphia Inquirer, San Francisco Chronicle, e pela NPR, a principal estação de rádio norte-americana. Foi traduzido para mais de 20 línguas. No verão de 2017, os seus direitos de adaptação à televisão foram comprados pela produtora EOne.

Tendo trabalhado como investidor cerca de 20 anos, atualmente Amor Towles dedica-se apenas à escrita. Vive em Manhattan, com a mulher e os dois filhos.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Livro: "Diários intermitentes".Autor: Celso Furtado. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Diários intermitentes" de Celso Furtado é um livro para se ler com tempo. As reflexões do professor e economista, são de elaboração refinada, concordemos ou não com as suas posições, elas são posições elaboradas de forma extremamente técnica e, alicerçadas na sua vivência e convivência com vários governos e, com os bastidores da política nacional e internacional. 

Mesmo não sendo um "animal" político, ele sempre deixou bem claro a importância de um povo politizado para a consolidação da democracia em um país. Sabia como ninguém circular no meio político, sem se deixar contaminar pelos males que acometem a maioria dos que resolvem aventurar-se nesse território inóspito e, muitas vezes traiçoeiro que é a política de modo geral.

Na obra em questão, temos um rico relato de fatos e, opiniões sobre os mesmos, que jogam luz em questões, que muitos de nós só tínhamos uma visão externa e superficial. Os bastidores dos fatos políticos, são essenciais para que entendamos de forma mais ampla as questões que afligem ou afligiram a vida de um povo e, com isso, separarmos os vilões dos "heróis".

Considerado o pai da economia brasileira, Celso Furtado, com as suas teorias desenvolvimentistas, certificava “Como o subdesenvolvimento é uma condição estrutural, para rompê-lo são necessárias transformações muito significativas na sociedade. Para Furtado, não era um problema apenas de planejamento econômico ou de técnicas económicas, mas um problema fundamentalmente político. Enfrentá-lo requer uma postura, uma vontade política nacional de empreender transformações estruturais na realidade brasileira”.

Um excelente livro. 

Descrição da Editora:

Esta edição integral é ilustrada por fotos, documentos e outros registros inéditos dos diários do acervo do economista Celso Furtado, autor de Formação económica do Brasil e um dos grandes intérpretes da nossa história.

Os Diários intermitentes de Celso Furtado, resgatados integralmente dos seus arquivos pessoais, reúnem anotações deixadas por ele ao longo de seis decênios e meio da sua vida, entre 1937 a 2002. Ele não foi um praticante assíduo da arte dos diários, e podia se passar algum tempo sem que fixasse num caderno, numa agenda, numa folha avulsa, o presente mais intensamente vivido. Mas essas notas, embora nem sempre diárias, foram para ele a oportunidade de registrar momentos marcantes e decisivos da sua vida, impressões de viagens a países distantes, a participação na Segunda Guerra Mundial, combates políticos no Nordeste, diálogos com intelectuais e políticos com quem conviveu no Brasil e no exterior, e, por vezes, frustrações e desabafos. Tem-se, aqui, um precioso material inédito que completa as memórias que Celso Furtado deixou e que, sobretudo, mostra uma face desconhecida de um economista e professor que foi, também, protagonista privilegiado da história do Brasil, da América Latina e da Europa na segunda metade do século XX.

Sobre o autor:

Celso Monteiro Furtado foi um economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. As suas ideias sobre o desenvolvimento econômico e o subdesenvolvimento enfatizavam o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico de corte pré-keynesiano.

Nascimento: 26 de julho de 1920, Pombal, Paraíba.

Falecimento: 20 de novembro de 2004, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Livro: "Mitos e Falácias Sobre a América Latina". Autor: Carlos Rangel Guevara. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Mitos e Falácias Sobre a América Latina" do escritor Carlos Rangel Guevara é uma obra escrita sobre a ótica de um assumido liberal, isso a princípio poderia de alguma forma inibir leitores de outras correntes políticas, a interessar-se pela leitura, usando como pretexto, a suposição que a narrativa seria tendenciosa e, manipuladora. Mas alerto, que antes de qualquer coisa, à obra é um excelente documento histórico, podemos ao longo da leitura discorda de algumas colocações do autor, o que é perfeitamente salutar, para que à leitura seja ainda mais interessante, pois uma coisa que o autor a todo o momento enaltece no seu texto é, o direito ao contraditório, não só enaltece, como incentiva a todos defenderem os seus pontos de vista. No entanto, defender uma posição, não significa fechar os olhos aos fatos, ou tentá-los manipular para que fique à sua feição. Pois, quando isso acontece, voluntária ou involuntariamente, impedimos que falhas e, mazelas de governos inescrupolosos sejam detectadas e, combatidas. O livro deve ser encarado como material histórico relevante, escrito por um competente escritor, que presenciou muitos dos fatos narrados e, que se dedicou a uma pesquisa profunda sobre as questões da América Latina e, de forma profissional, elaborou uma análise, para ajudar a quem se propuser a ler o livro, a entender o porquê os problemas da América Latina parecem perpetuarem-se. Não é um livro de fácil leitura, por conter muitas informações históricas, requer do leitor muita atenção, o obrigando as vezes, a retroceder na sua leitura, para o melhor entendimento das questões narradas. Depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões, se possível balizada em fatos e, não em paixões. Tenham uma boa leitura.

Descrição da Editora:

Esclarecedora e polêmica, esta obra foi lançada há mais de 40 anos e desde então tornou-se um guia para entender a américa latina. Neste livro, o escritor e liberal venezuelano Carlos Rangel expõe as mazelas de um sistema falido, que é reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel acusou as universidades, em sua maioria, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito, mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas. O autor ainda oferece a resolução para o problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto-opressão marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização que atribui aos países capitalistas a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”. Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com liberdade de imprensa. Da culpa externa pelos nossos fracassos, exploração imperialista e outros clichés que produzem lideranças populistas.

Sobre o autor:

CARLOS RANGEL GUEVARA (1929-1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista, escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard College, em Nova York e ganhou o Certificat d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e apresentador de programas de tv. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma das figuras mais proeminentes da história do país. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Livro: "Froi, um Exilado". Autora: Melina Marchetta. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Froi, um exilado", da autora Melina Marchetta, é uma história para adultos jovens, o que já não é o meu caso, mas como sempre digo nesse espaço, nenhuma leitura, seja qual for o estilo, pode ser simplesmente desprezada e, muito menos ignorada. E claro que existem livros ruins, mas depois de inicia-los você deve lê-los até o fim, muitos podem afirmar que quando o início de uma leitura não os agrada, eles simplesmente abandonam o livro. Isso feito, o leitor jamais conseguirá formar uma opinião sobre o mesmo e, ficará a mercê das opiniões que certamente virão de outros leitores que levaram a empreitada até o seu final, isso não é muito salutar. É importante ressaltar, que todos temos estilos preferidos de leitura, mas até para termos parâmetros para comparação, na minha opinião devemos ler de tudo um pouco. No entanto, sobre o livro em questão "Froi, um exilado", devo confessar que a leitura foi melhor do que as minhas expectativas, apesar de o título ser o segundo livro da trilogia"Crônicas de Lumatere" e, o primeiro volume" Finnikin, o Guerreiro" eu ainda não tive a oportunidade de ler, confesso que a primeira leitura deixou-me curioso o suficiente para ler a história completa. De narrativa dinâmica e, detalhista, a autora consegue nos prender à história. De contexto não muito complexo é, de fácil compreensão, apesar de um números de personagens, elevado, o modo como a autora conduz a narrativa, facilita com que o leitor acompanhe sem maiores dificuldades à história. Do ponto de vista da mensagem que a autora pretende passar, confesso que não percebi nada muito elaborado, apenas as já muito exploradas relações humanas, em que pessoas que têm suas vidas interligadas por um passado que não conheciam, tentam conviver com uma nova realidade, depois que segredos foram revelados e, paralelamente a isso, à já tradicional guerra pelo poder e, consequentemente a riqueza. Um livro prazeroso de se ler, recomendo.

Visão geral do livro

Três anos depois do fim da maldição sobre Lumatere, o explosivo Froi aprende a controlar seu temperamento difícil e passa a integrar a guarda que protege a família real, tornando-se extremamente leal à rainha Isaboe e a Finnikin. Por isso, é enviado em uma missão especial à Charyn, um reino misterioso, com uma princesa louca e onde há dezoito anos não nascem crianças. Porém, lá ele descobrirá que existe uma canção adormecida em seu sangue... E Froi não poderá deixar de escutá-la!

Sobre a autora:

Melina Marchetta (Sydney, 25 de março de 1965) é uma escritora australiana e professora. Melina é mais conhecida como autora da série de livros: As Crônicas de Lumatere. Ganhou o Prêmio Michael L. Printz, em 2009, da American Library Association, reconhecendo-o como o melhor livro do ano para adolescentes. Marchetta é considerada uma das autoras australianas mais proeminentes da ficção

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Livro: "Acidentes de Trabalho". Autor Rory Stewart. Análise (opinião) literária. Incentivar á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Acidentes de Trabalho" do autor Rory Stewart é, uma obra que joga luz sobre uma questão que muito se discute. Qual é a capacidade de um país invasor em impor ao povo do país invadido, a sua cultura e, as suas convicções políticas ideológicas? O que é facilmente percebido na história contada pelo autor é, que independente dos motivos e das intenções que levaram a tomada do território de outro país será difícil, ou melhor, impossível, controlar e acomodar os incontáveis interesses, sejam eles legítimos, ou puramente motivados por ambição, poder e fortuna. O autor usou de forma habilidosa todo o conhecimento que adquiriu sobre a questão, conhecimento esse, conseguido como "personagem" atuante na história contada. Existem algumas questões que são mais fáceis de serem entendidas, quando quem as aborda e, propõe que reflitamos sobre as mesmas, vivenciou todas as suas nuances de forma intensa e visceral, isso com certeza o autor o fez. Existem mudanças no comportamento humano, que só ocorrerão, se portas forem abertas para o diálogo e o entendimento e, esse assunto tão espinhoso, certamente é um que à porta deve ser aberta pelo lado de dentro. O livro "Acidentes de Trabalho" tenta abrir essa porta, se vai conseguir, aí é outra questão. Leiam o livro, ele é muito bom e, você estará entreabrindo essa porta.

Visão geral do livro:

Um balanço da ocupação americana no Iraque por quem estava lá. Neste livro, o autor narra o período em que ficou no Iraque e viu as expectativas da Coalizão frustradas por uma série de circunstâncias desfavoráveis. Uma das primeiras descobertas do autor foi que apenas eleições locais poderiam dar aos políticos a legitimidade para agir. O autor não relata apenas as conseqüências de uma guerra, mas traz uma abordagem lúcida da burocracia pontuada pelo fogo cruzado, e, assim, faz um livro lúcido e emocionante, que revela o que realmente aconteceu após a invasão norte-americana.

Sobre o autor:

Roderick James Nugent Stewart (nascido em 3 de janeiro de 1973 em Hong Kong) é um acadêmico, diplomata, autor, locutor, ex-soldado e ex-político britânico.

Stewart foi educado na Dragon School e no Eton College . Depois de estudar no Balliol College, Oxford , Stewart trabalhou para o Serviço Diplomático de Sua Majestade como diplomata na Indonésia e como representante britânico em Montenegro . Deixou o serviço diplomático para empreender uma caminhada de dois anos pelo Afeganistão , Irão , Paquistão , Índia e Nepal . Mais tarde, ele escreveu um livro best-seller, The Places in Between , sobre suas experiências.

Posteriormente, serviu como vice-governador em Maysan e Dhi Qar para a Autoridade Provisória da Coligação após a invasão do Iraque em 2003 e escreveu um segundo livro cobrindo este período, Riscos Ocupacionais ou O Príncipe dos Pântanos, no Brasil com o título "Acidentes de Trabalho". Em 2005, mudou-se para Cabul para estabelecer e dirigir a Turquoise Mountain Foundation . Ele foi Professor de Direitos Humanos da Família Ryan e diretor do Centro Carr para Política de Direitos Humanos da Universidade de Harvard de 2008 a 2010.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Livro: "É Assim Que Acaba". Autora: Colleen Hoover. Análise (opinião) literária. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 


O livro "É Assim Que Acaba" da autora Colleen Hoover é sem dúvida um sucesso em vendas, foi muito comentado e de todas as maneiras analisado. Confesso que me interessei em ler o livro por conta de toda a repercussão que a obra teve na midia. Já nas primeiras informações que tinha do livro, através das descrições da editora, não me senti muito empolgado com o enredo do romance. E também ainda não tinha lido nada da autora, portanto encarei essa leitura, como uma empreitada para descobertas. Até porque a autora lançou também, o que seria a continuação da história, com o título "É Assim Que Começa". Esse primeiro contado com a autora serviria, também, para ver a possibilidade de ler o título que dava continuidade ao romance. 

O romance não é, na minha opinião (E só na minha opinião) muito empolgante, no início a narrativa é arrastada e previsível. Então eu como leitor, esperei a leitura avançar por mais alguns capítulos, imaginando que com o desenrolar da trama, a história fica-se mais empolgante, mas confesso que para mim, ela continuou arrastada. Outros comentários vistos, informam que esse romance seria o mais pessoal da carreira de Colleen Hoover. Talvez por isso a autora não tenha conseguido desenvolver de forma mais criativa a sua história, pois quando falamos de nós, temos, até de forma inconsciente, algumas amarras que nos impedem de explorar por inteiro e, livremente o assunto que nos propusemos a debater. A tendência é que fiquemos na "superfície" do assunto debatido, até como forma de preservar os personagens da verdadeira história. Essa é só a minha opinião, e somente isso. Mas aconselho muito que as pessoas leiam o livro, até para poderem discordar de mim.

É por ser um leitor teimoso, e gostar de fazer comparações entre histórias contadas. Mesmo que isso seja tarefa difícil, porque cada narrativa têm a sua peculiaridade.

Provavelmente irei ler o livro que da continuidade à história. No final para o autor é isso que importa. 

Descrição da Editora:

Considerado o livro do ano, que virou febre no TikTok e sozinho já acumulou mais de um milhão de exemplares vendidos no Brasil. É assim que acaba é o romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, discutindo temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta. 

Em É assim que acaba, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.

Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem numa confusão de sentimentos.

Sobre a autora:

Colleen Hoover é uma escritora norte-americana que escreve principalmente romances nos gêneros romântico e ficção para jovens adultos. Ela é mais conhecida por seu romance de 2016, It. Ends with Us. Muitos dos seus trabalhos foram auto publicados antes de serem adquiridos por uma editora. 

Nascimento: 11 de dezembro de 1979 (idade 43 anos), Sulphur Springs, Texas, EUA

Filhos: Cale Hoover, Levi Hoover, Beckham Hoover

Cônjuge: William Heath Hoover (desde 2000)

Pais: Eddie Fennell, Vannoy Fite

Formação: Texas A&M University-Commerce, Saltillo High School.