quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Livro: "Diários intermitentes".Autor: Celso Furtado. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Diários intermitentes" de Celso Furtado é um livro para se ler com tempo. As reflexões do professor e economista, são de elaboração refinada, concordemos ou não com as suas posições, elas são posições elaboradas de forma extremamente técnica e, alicerçadas na sua vivência e convivência com vários governos e, com os bastidores da política nacional e internacional. 

Mesmo não sendo um "animal" político, ele sempre deixou bem claro a importância de um povo politizado para a consolidação da democracia em um país. Sabia como ninguém circular no meio político, sem se deixar contaminar pelos males que acometem a maioria dos que resolvem aventurar-se nesse território inóspito e, muitas vezes traiçoeiro que é a política de modo geral.

Na obra em questão, temos um rico relato de fatos e, opiniões sobre os mesmos, que jogam luz em questões, que muitos de nós só tínhamos uma visão externa e superficial. Os bastidores dos fatos políticos, são essenciais para que entendamos de forma mais ampla as questões que afligem ou afligiram a vida de um povo e, com isso, separarmos os vilões dos "heróis".

Considerado o pai da economia brasileira, Celso Furtado, com as suas teorias desenvolvimentistas, certificava “Como o subdesenvolvimento é uma condição estrutural, para rompê-lo são necessárias transformações muito significativas na sociedade. Para Furtado, não era um problema apenas de planejamento econômico ou de técnicas económicas, mas um problema fundamentalmente político. Enfrentá-lo requer uma postura, uma vontade política nacional de empreender transformações estruturais na realidade brasileira”.

Um excelente livro. 

Descrição da Editora:

Esta edição integral é ilustrada por fotos, documentos e outros registros inéditos dos diários do acervo do economista Celso Furtado, autor de Formação económica do Brasil e um dos grandes intérpretes da nossa história.

Os Diários intermitentes de Celso Furtado, resgatados integralmente dos seus arquivos pessoais, reúnem anotações deixadas por ele ao longo de seis decênios e meio da sua vida, entre 1937 a 2002. Ele não foi um praticante assíduo da arte dos diários, e podia se passar algum tempo sem que fixasse num caderno, numa agenda, numa folha avulsa, o presente mais intensamente vivido. Mas essas notas, embora nem sempre diárias, foram para ele a oportunidade de registrar momentos marcantes e decisivos da sua vida, impressões de viagens a países distantes, a participação na Segunda Guerra Mundial, combates políticos no Nordeste, diálogos com intelectuais e políticos com quem conviveu no Brasil e no exterior, e, por vezes, frustrações e desabafos. Tem-se, aqui, um precioso material inédito que completa as memórias que Celso Furtado deixou e que, sobretudo, mostra uma face desconhecida de um economista e professor que foi, também, protagonista privilegiado da história do Brasil, da América Latina e da Europa na segunda metade do século XX.

Sobre o autor:

Celso Monteiro Furtado foi um economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. As suas ideias sobre o desenvolvimento econômico e o subdesenvolvimento enfatizavam o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico de corte pré-keynesiano.

Nascimento: 26 de julho de 1920, Pombal, Paraíba.

Falecimento: 20 de novembro de 2004, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Livro: "Mitos e Falácias Sobre a América Latina". Autor: Carlos Rangel Guevara. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Mitos e Falácias Sobre a América Latina" do escritor Carlos Rangel Guevara é uma obra escrita sobre a ótica de um assumido liberal, isso a princípio poderia de alguma forma inibir leitores de outras correntes políticas, a interessar-se pela leitura, usando como pretexto, a suposição que a narrativa seria tendenciosa e, manipuladora. Mas alerto, que antes de qualquer coisa, à obra é um excelente documento histórico, podemos ao longo da leitura discorda de algumas colocações do autor, o que é perfeitamente salutar, para que à leitura seja ainda mais interessante, pois uma coisa que o autor a todo o momento enaltece no seu texto é, o direito ao contraditório, não só enaltece, como incentiva a todos defenderem os seus pontos de vista. No entanto, defender uma posição, não significa fechar os olhos aos fatos, ou tentá-los manipular para que fique à sua feição. Pois, quando isso acontece, voluntária ou involuntariamente, impedimos que falhas e, mazelas de governos inescrupolosos sejam detectadas e, combatidas. O livro deve ser encarado como material histórico relevante, escrito por um competente escritor, que presenciou muitos dos fatos narrados e, que se dedicou a uma pesquisa profunda sobre as questões da América Latina e, de forma profissional, elaborou uma análise, para ajudar a quem se propuser a ler o livro, a entender o porquê os problemas da América Latina parecem perpetuarem-se. Não é um livro de fácil leitura, por conter muitas informações históricas, requer do leitor muita atenção, o obrigando as vezes, a retroceder na sua leitura, para o melhor entendimento das questões narradas. Depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões, se possível balizada em fatos e, não em paixões. Tenham uma boa leitura.

Descrição da Editora:

Esclarecedora e polêmica, esta obra foi lançada há mais de 40 anos e desde então tornou-se um guia para entender a américa latina. Neste livro, o escritor e liberal venezuelano Carlos Rangel expõe as mazelas de um sistema falido, que é reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel acusou as universidades, em sua maioria, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito, mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas. O autor ainda oferece a resolução para o problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto-opressão marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização que atribui aos países capitalistas a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”. Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com liberdade de imprensa. Da culpa externa pelos nossos fracassos, exploração imperialista e outros clichés que produzem lideranças populistas.

Sobre o autor:

CARLOS RANGEL GUEVARA (1929-1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista, escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard College, em Nova York e ganhou o Certificat d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e apresentador de programas de tv. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma das figuras mais proeminentes da história do país. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Livro: "Froi, um Exilado". Autora: Melina Marchetta. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Froi, um exilado", da autora Melina Marchetta, é uma história para adultos jovens, o que já não é o meu caso, mas como sempre digo nesse espaço, nenhuma leitura, seja qual for o estilo, pode ser simplesmente desprezada e, muito menos ignorada. E claro que existem livros ruins, mas depois de inicia-los você deve lê-los até o fim, muitos podem afirmar que quando o início de uma leitura não os agrada, eles simplesmente abandonam o livro. Isso feito, o leitor jamais conseguirá formar uma opinião sobre o mesmo e, ficará a mercê das opiniões que certamente virão de outros leitores que levaram a empreitada até o seu final, isso não é muito salutar. É importante ressaltar, que todos temos estilos preferidos de leitura, mas até para termos parâmetros para comparação, na minha opinião devemos ler de tudo um pouco. No entanto, sobre o livro em questão "Froi, um exilado", devo confessar que a leitura foi melhor do que as minhas expectativas, apesar de o título ser o segundo livro da trilogia"Crônicas de Lumatere" e, o primeiro volume" Finnikin, o Guerreiro" eu ainda não tive a oportunidade de ler, confesso que a primeira leitura deixou-me curioso o suficiente para ler a história completa. De narrativa dinâmica e, detalhista, a autora consegue nos prender à história. De contexto não muito complexo é, de fácil compreensão, apesar de um números de personagens, elevado, o modo como a autora conduz a narrativa, facilita com que o leitor acompanhe sem maiores dificuldades à história. Do ponto de vista da mensagem que a autora pretende passar, confesso que não percebi nada muito elaborado, apenas as já muito exploradas relações humanas, em que pessoas que têm suas vidas interligadas por um passado que não conheciam, tentam conviver com uma nova realidade, depois que segredos foram revelados e, paralelamente a isso, à já tradicional guerra pelo poder e, consequentemente a riqueza. Um livro prazeroso de se ler, recomendo.

Visão geral do livro

Três anos depois do fim da maldição sobre Lumatere, o explosivo Froi aprende a controlar seu temperamento difícil e passa a integrar a guarda que protege a família real, tornando-se extremamente leal à rainha Isaboe e a Finnikin. Por isso, é enviado em uma missão especial à Charyn, um reino misterioso, com uma princesa louca e onde há dezoito anos não nascem crianças. Porém, lá ele descobrirá que existe uma canção adormecida em seu sangue... E Froi não poderá deixar de escutá-la!

Sobre a autora:

Melina Marchetta (Sydney, 25 de março de 1965) é uma escritora australiana e professora. Melina é mais conhecida como autora da série de livros: As Crônicas de Lumatere. Ganhou o Prêmio Michael L. Printz, em 2009, da American Library Association, reconhecendo-o como o melhor livro do ano para adolescentes. Marchetta é considerada uma das autoras australianas mais proeminentes da ficção

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Livro: "Acidentes de Trabalho". Autor Rory Stewart. Análise (opinião) literária. Incentivar á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Acidentes de Trabalho" do autor Rory Stewart é, uma obra que joga luz sobre uma questão que muito se discute. Qual é a capacidade de um país invasor em impor ao povo do país invadido, a sua cultura e, as suas convicções políticas ideológicas? O que é facilmente percebido na história contada pelo autor é, que independente dos motivos e das intenções que levaram a tomada do território de outro país será difícil, ou melhor, impossível, controlar e acomodar os incontáveis interesses, sejam eles legítimos, ou puramente motivados por ambição, poder e fortuna. O autor usou de forma habilidosa todo o conhecimento que adquiriu sobre a questão, conhecimento esse, conseguido como "personagem" atuante na história contada. Existem algumas questões que são mais fáceis de serem entendidas, quando quem as aborda e, propõe que reflitamos sobre as mesmas, vivenciou todas as suas nuances de forma intensa e visceral, isso com certeza o autor o fez. Existem mudanças no comportamento humano, que só ocorrerão, se portas forem abertas para o diálogo e o entendimento e, esse assunto tão espinhoso, certamente é um que à porta deve ser aberta pelo lado de dentro. O livro "Acidentes de Trabalho" tenta abrir essa porta, se vai conseguir, aí é outra questão. Leiam o livro, ele é muito bom e, você estará entreabrindo essa porta.

Visão geral do livro:

Um balanço da ocupação americana no Iraque por quem estava lá. Neste livro, o autor narra o período em que ficou no Iraque e viu as expectativas da Coalizão frustradas por uma série de circunstâncias desfavoráveis. Uma das primeiras descobertas do autor foi que apenas eleições locais poderiam dar aos políticos a legitimidade para agir. O autor não relata apenas as conseqüências de uma guerra, mas traz uma abordagem lúcida da burocracia pontuada pelo fogo cruzado, e, assim, faz um livro lúcido e emocionante, que revela o que realmente aconteceu após a invasão norte-americana.

Sobre o autor:

Roderick James Nugent Stewart (nascido em 3 de janeiro de 1973 em Hong Kong) é um acadêmico, diplomata, autor, locutor, ex-soldado e ex-político britânico.

Stewart foi educado na Dragon School e no Eton College . Depois de estudar no Balliol College, Oxford , Stewart trabalhou para o Serviço Diplomático de Sua Majestade como diplomata na Indonésia e como representante britânico em Montenegro . Deixou o serviço diplomático para empreender uma caminhada de dois anos pelo Afeganistão , Irão , Paquistão , Índia e Nepal . Mais tarde, ele escreveu um livro best-seller, The Places in Between , sobre suas experiências.

Posteriormente, serviu como vice-governador em Maysan e Dhi Qar para a Autoridade Provisória da Coligação após a invasão do Iraque em 2003 e escreveu um segundo livro cobrindo este período, Riscos Ocupacionais ou O Príncipe dos Pântanos, no Brasil com o título "Acidentes de Trabalho". Em 2005, mudou-se para Cabul para estabelecer e dirigir a Turquoise Mountain Foundation . Ele foi Professor de Direitos Humanos da Família Ryan e diretor do Centro Carr para Política de Direitos Humanos da Universidade de Harvard de 2008 a 2010.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Livro: "É Assim Que Acaba". Autora: Colleen Hoover. Análise (opinião) literária. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.

 


O livro "É Assim Que Acaba" da autora Colleen Hoover é sem dúvida um sucesso em vendas, foi muito comentado e de todas as maneiras analisado. Confesso que me interessei em ler o livro por conta de toda a repercussão que a obra teve na midia. Já nas primeiras informações que tinha do livro, através das descrições da editora, não me senti muito empolgado com o enredo do romance. E também ainda não tinha lido nada da autora, portanto encarei essa leitura, como uma empreitada para descobertas. Até porque a autora lançou também, o que seria a continuação da história, com o título "É Assim Que Começa". Esse primeiro contado com a autora serviria, também, para ver a possibilidade de ler o título que dava continuidade ao romance. 

O romance não é, na minha opinião (E só na minha opinião) muito empolgante, no início a narrativa é arrastada e previsível. Então eu como leitor, esperei a leitura avançar por mais alguns capítulos, imaginando que com o desenrolar da trama, a história fica-se mais empolgante, mas confesso que para mim, ela continuou arrastada. Outros comentários vistos, informam que esse romance seria o mais pessoal da carreira de Colleen Hoover. Talvez por isso a autora não tenha conseguido desenvolver de forma mais criativa a sua história, pois quando falamos de nós, temos, até de forma inconsciente, algumas amarras que nos impedem de explorar por inteiro e, livremente o assunto que nos propusemos a debater. A tendência é que fiquemos na "superfície" do assunto debatido, até como forma de preservar os personagens da verdadeira história. Essa é só a minha opinião, e somente isso. Mas aconselho muito que as pessoas leiam o livro, até para poderem discordar de mim.

É por ser um leitor teimoso, e gostar de fazer comparações entre histórias contadas. Mesmo que isso seja tarefa difícil, porque cada narrativa têm a sua peculiaridade.

Provavelmente irei ler o livro que da continuidade à história. No final para o autor é isso que importa. 

Descrição da Editora:

Considerado o livro do ano, que virou febre no TikTok e sozinho já acumulou mais de um milhão de exemplares vendidos no Brasil. É assim que acaba é o romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, discutindo temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta. 

Em É assim que acaba, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.

Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?

É assim que acaba é uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem numa confusão de sentimentos.

Sobre a autora:

Colleen Hoover é uma escritora norte-americana que escreve principalmente romances nos gêneros romântico e ficção para jovens adultos. Ela é mais conhecida por seu romance de 2016, It. Ends with Us. Muitos dos seus trabalhos foram auto publicados antes de serem adquiridos por uma editora. 

Nascimento: 11 de dezembro de 1979 (idade 43 anos), Sulphur Springs, Texas, EUA

Filhos: Cale Hoover, Levi Hoover, Beckham Hoover

Cônjuge: William Heath Hoover (desde 2000)

Pais: Eddie Fennell, Vannoy Fite

Formação: Texas A&M University-Commerce, Saltillo High School.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Livro: "A Ditadura Acabada". Autor: Elio Gaspari. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "A Ditadura Acabada" do jornalista e escritor Elio Gaspari é o último de uma série de cinco livros sobre a ditadura militar no Brasil. Confesso que comecei essa jornada literária as avessas, por força das circunstâncias só li até agora o último livro da série. A princípio isso poderia ser um grande problema, pois ninguém começa a ler uma história do fim para o começo, mas no final das contas a genialidade e a competência do autor, e à forma como à  obra foi elaborada só aumentou a minha pressa em ler as demais edições. 
O autor usa a pesquisa e as fontes que o ajudaram a elaborar à obra, de maneira irreparável. Informações detalhadas e minuciosamente checadas são a tônica do trabalho do escritor, isso é facilmente comprovado no próprio livro, porque o mesmo nos disponibiliza em um apêndice uma cronologia dos fatos minuciosamente elaborada, seguida  das fontes de pesquisa bibliográficas.
É sem dúvida nenhuma um excelente
documento sobre o período ditatorial que assolou o Brasil. 
Em relação aos fatos narrados, não são narrativas inéditas, até porque essa fase da história brasileira foi amplamente contada de diversas formas e maneiras, o que diferencia essa obra das demais, é que as fontes do escritor vivenciaram à história de dentro para fora, eram personagens importantíssimos da narrativa feita pelo autor. Já em outras obras que se propuseram a contar essa mesma história, os fatos eram vistos de fora para dentro, o que sem dúvida alguma em alguns aspectos, pode mudar a interpretação do leitor da história contada. 
É sem dúvida nenhuma uma série de livros espetacular, que merecem ser lidos, e olha que estou dando essa opinião após ler apenas o último volume, mas confesso que não tenho medo algum em emitir tal opinião. 

Descrição da Editora:
A mais aclamada obra sobre o regime militar no Brasil chega à conclusão com o livro A ditadura acabada. No quinto volume da Coleção Ditadura, o jornalista Elio Gaspari examina com riqueza de detalhes o período de 1978 a 1985, desde o final do governo do presidente Ernesto Geisel e a posse de seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo, até a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. São os anos da abertura política, momento decisivo na história de nosso país e repleto de acontecimentos, como o fim do AI-5, as manifestações políticas pela anistia e pela volta das eleições diretas para a presidência, os atentados promovidos por aqueles que se opunham à redemocratização, como o episódio da bomba no Riocentro em 1981, e uma crise econômica sem precedentes.
Com uma narrativa fluida e pesquisa profunda, Elio Gaspari compõe um painel fascinante de um país em plena ebulição, em que muitos dos protagonistas se mantêm como parte do noticiário atual. No epílogo, denominado “500 vidas”, o autor acompanha o destino de quinhentos personagens que sobreviveram ao fim da ditadura, entre militares e militantes, empresários e sindicalistas, torturados e torturadores. Alguns desses sobreviventes chegaram à presidência da República, como a presa política Dilma Rousseff, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva e o professor Fernando Henrique Cardoso. É uma conclusão impactante para uma obra fundamental sobre a história recente do Brasil.
A Coleção Ditadura, com seus cinco volumes, poderá ser encontrada também em um luxuoso box em versão impressa e digital.
Conclusão da Coleção Ditadura, que cobre todos os anos do regime militar em cinco volumes. É considerada a obra mais importante sobre o período e fundamental para a compreensão da história recente do país.
A ditadura acabada é livro inédito de Elio Gaspari, colunista dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, indiscutivelmente um dos jornalistas mais influentes do Brasil.
Pesquisa fundamentada por extensa documentação do arquivo do autor.
Epílogo arrebatador que acompanha a trajetória de quinhentos personagens que sobreviveram à ditadura.

Sobre o autor:
Nascido na Itália, Gaspari chegou ao Brasil em 1949 em companhia de sua mãe Anna Giacchetti. Começou a carreira jornalística num semanário chamado Novos Rumos, e depois foi auxiliar do colunista social Ibrahim Sued, passando a seguir por publicações de destaque, como o Diário de São Paulo, a revista Veja e o Jornal do Brasil.

É colunista do jornal Folha de S. Paulo, jornal diário de São Paulo, onde está radicado, tendo seus artigos difundidos para outros jornais, dentre os quais O Globo do Rio de Janeiro, Correio do Povo de Porto Alegre, O POVO de Fortaleza e A Tribuna de Vitória

Dono de consagrada carreira no mundo jornalístico, publicou uma série de cinco livros sobre a ditadura militar brasileira, dividida em duas partes, as Ilusões Armadas e O Sacerdote e o Feiticeiro. Importante documento deste período histórico do Brasil, Gaspari havia em 1984 iniciado suas pesquisas a partir de uma bolsa de estudos no Wilson Center for International Scholars, cuja temática seria centrada nas principais figuras do período ditatorial: os generais Ernesto Geisel e Golbery do Couto e Silva. Embasado em documentos pessoais de ambos, a obra deslinda os bastidores do regime militar que por duas décadas mergulhou o Brasil no regime de exceção.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Livro: "É Possível Salvar a Europa?". Autor: Thomas Piketty. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro " É Possível Salvar a Europa?" do autor Thomaz Piketty, por ser uma coletânea de crônicas tinha tudo para ser enfadonho e cansativo, porque esse tipo de  livro que tem como tema assuntos técnicos, como é o caso do livro em questão, corre grande risco disso.

O fato no entanto, é que o autor conseguiu fazer que um assunto tão complexo como economia, se torna-se palatável aos leigos, de forma que o leitor se sente confortável ao ler as crônicas por ele publicadas.

Ao longo de suas crônicas o autor não só faz uma análise dos problemas econômicos da França e da Europa do período de recessão desencadeada entre 2007-2008, como também faz uma análise política do período. De forma competente, o autor traça um parâmetro entre os problemas econômicos por ele levantados, e questões  políticas que "ajudaram" à criar tal situação, ou na melhor das hipóteses, que impediram que a situação tivesse uma solução satisfatória. 

Talvez uma coisa que pode incomodar o leitor que por ventura não esteja acostumado a ler livros de coletâneas de textos, é a repetição de análise de alguns temas, isso se dá, por serem crônicas publicadas ao longo de um período, e serem análises dos fatos imediatamente ocorridos, por isso as vezes  assuntos são retomados, mas quando os textos são bem elaborados e bem embasados, como é o caso da obra em questão, em nada desabona sua qualidade. 

Percebe-se ao longo da leitura sem muita dificuldade, a indignação do autor com a desigual taxação de impostos entre as diversas camadas sociais, e é categórico ao afirmar " Os ricos pagam muito menos impostos do que as classes menos favorecidas". Alguém por ventura teria embasamento técnico teórico para desmentir tal afirmação?.

Descrição da Editora:

  Reunião de crônicas mensais publicadas no jornal Libération de setembro de 2004 a dezembro de 2011, É possível salvar a Europa? traz as análises e os pensamentos de Thomas Piketty sobre o continente europeu durante um período profundamente marcado pela crise financeira mundial desencadeada em 2007-2008.

O autor discorre sobre questões de grande peso para o cenário econômico atual, como o papel desempenhado pelos bancos centrais para evitar o colapso da economia mundial e as semelhanças e diferenças entre a crise irlandesa e a grega. Além disso, aborda temas classicamente domésticos, como justiça fiscal, reforma da previdência e o futuro das universidades.

Todos esses assuntos, porém, orbitam grandes questões centrais: Estará a União Europeia à altura das esperanças nela depositadas? A Europa voltará a ser a potência continental e o espaço de soberania democrática, retomando assim o controle de um capitalismo globalizado que se tornou desvairado? Ou será, mais uma vez, apenas um instrumento tecnocrático da desregulamentação, da concorrência generalizada e do rebaixamento dos Estados perante os mercados?

Respostas a essas e outras perguntas são propostas pelo autor nas mais de oitenta crônicas do livro, marcadas pela linguagem prática e acessível que torna suas publicações objeto do interesse não só de políticos e economistas, mas do público em geral.

Sobre o autor:

Thomas Piketty é um professor e economista frances, nascido no dia 7 de maio de 1971 em Clichy, cidade localizada à noroeste de Paris. Estudou Matemática e Economia na Escola Normal Superior de Paris e com 22 anos concluiu o doutorado em Filosofia. Sua tese era sobre redistribuição de renda e foi escrita na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais em Paris e na Escola de Economia de Londres. Na época ele já recebia ofertas de emprego do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), da Universidade de Harvard e da Universidade de Chicago. Optou pelo prestigiado MIT e mudou-se para Cambridge, nos Estados Unidos. Lá lecionou como professor assistente de 1993 a 1995. Na sequência retornou a Paris onde permaneceu durante três anos pesquisando nos arquivos do porão do Ministério das Finanças francês. Selecionou e organizou muitos dados sobre renda, herança e legislação tributária que estavam em pastas antigas, já em péssimas condições.