domingo, 23 de abril de 2023

Livro: "Eu sou Malala" Autoras: Christina Lamb e  Malala Yousafzai. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Todos nós temos uma história de vida, e todas elas têm sua importância, principalmente para quem as escreveu na maioria das vezes a duras penas. Alguém já disse que quando morrermos no dia seguinte outra pessoa ocupará o nosso emprego, os nossos bens serão divididos pelos nossos herdeiros, as nossas roupas serão doadas, ou seja, o tempo fará com que as pessoas nos esqueçam. A não ser que façamos de nossa história de vida, algo que as pessoas considerem suficientemente interessante e inspirador para que essa história não se perca e seja propagada para as gerações seguintes. E claro que a nossa história sempre será muito importante para as pessoas que amamos e para as que nos amam, mas uma trajetória existêncial que faça com que milhões de pessoas em todo o mundo se inspirem e reconheçam sua importância, aí sim, é muito mais difícil, principalmente quando essa história de vida ainda está no começo. 

O livro "Eu sou Malala" de Christina Lamb e Malala Yousafzai, é uma dessas histórias de vida que mesmo estando apenas no início de sua trajetória, já nos inspira de forma acachapante. 

A obra, que usa uma narrativa simples e de fácil entendimento para quem à lê, coloca o leitor em contato com uma realidade que para muitos é impensável. A situação das mulheres de um modo geral nas mais diversas culturas, nunca foi confortável, mas com o passar do tempo, conquistas foram sendo alcançadas a duras penas, mas algumas culturas impõem até hoje regras desumanas e inaceitáveis as mesmas, e isso fica de forma muito clara no livro de Malala. 

Quando o extremismo religioso se mistura de forma irremediável com política, torna-se uma máquina poderosa geradora de barbárie, sofrimento, violência e pobreza extrema. 

E a biografia da coautora desse excelente livro, nos da a receita para que evitemos o surgimento de novas máquinas de terror, que é educação, educação e só educação para todos, de forma igualitária com equidade. 

Descrição da Editora:

Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã. Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente. “Sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos é um direito meu”, ela diz numa das últimas passagens do livro. A história de Malala renova a crença na capacidade de uma pessoa de inspirar e modificar o mundo.

Sobre as autoras: Christina Lamb é jornalista e correspondente no Paquistão e no Afeganistão desde 1987. Formada em Oxford e Harvard, é autora de cinco livros e vencedora de diversos

Malala Yousafzai , militante pela educação do vale do Swat, no Paquistão, chamou a atenção do público ao escrever para a BBC Urdu a respeito da vida sob o Talibã e sobre a luta de sua família em defesa do direito à educação feminina. Em outubro de 2012, Malala foi perseguida pelo Talibã e atingida na cabeça por um tiro quando voltava de ônibus da escola. Contrariamente às expectativas, sobreviveu e agora continua sua campanha por educação por meio do Fundo Malala, uma organização sem fins lucrativos de apoio educacional em comunidades ao redor do mundo.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

Livro: "O caçador de pipas". Autor: Khaled Hosseini. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 Uma história quando bem contada nos fascina, nos prende, faz com que  desejemos  que a história contada se prolongue indefinidamente, pois bem, fui acometido por essa sensação quando da leitura  do livro "O caçador de pipas" do escritor Khaled Hosseini.

Um romance com uma narrativa limpa, fluida, sem floreios desnecessários, direito ao ponto. Tido por muitos como sendo uma autobiografia, o autor nos emociona de forma definitiva ao nos mostrar através de personagens concebidos com personalidade  forte, o sofrimento a que um povo pode ser submetido, quando se torna refém das divisões étnicas que a própria caminhada evolutiva desse povo lhes impõem, muitas vezes por motivos circunstânciais. O problema e que em algum momento da história, essa divisão é inescrupolosamente utilizada para arrasar com toda uma nação. 

Como toda a história tem vários lados, e todos eles visto sob o prisma de quem a conta tem a sua verdade, essa não é diferente, mas talvez seja essa uma das maiores virtudes dessa obra, porque ela consegue através dos dilemas vivenciados por seus personagens, nos passar que as verdades das pessoas têm sempre como alicerce as vivências de sua caminhada, portanto como contestar uma "verdade" que foi  forjada a ferro e fogo na alma do caminhante.

O que o autor tenta deixar claro, e ao meu ver conseguiu, é que as relações humanas são complexas e desafiadoras, ainda mais quando o contexto em que elas se realizam é  perverso e desumano, como o da história contada, mas que também só será possível melhorar essas relações se posições radicais forem deixadas em segundo plano, no entanto a retrospectiva histórica nos ensina que tal atitude é improvável. 

Um excelente livro. 

Descrição da Editora

"O Caçador de Pipas" é um romance com tintas autobiográficas que conta a história da amizade de Amir e Hassan, dois meninos quase da mesma idade, que vivem vidas muito diferentes no Afeganistão da década de 1970.

Amir é rico e bem-nascido, um pouco covarde, e sempre busca a aprovação de seu próprio pai. Hassan, que não sabe ler nem escrever, é conhecido pela coragem e bondade. Os dois, no entanto, são loucos por histórias antigas de grandes guerreiros, filmes de caubói americanos e pipas. E é justamente durante um campeonato de pipas, no inverno de 1975, que Hassan dá a Amir a chance de ser um grande homem, mas ele não enxerga sua redenção. Após este episódio, Amir vai para os Estados Unidos, fugindo da invasão soviética ao Afeganistão, mas 20 anos depois Hassan e a pipa azul o fazem voltar à sua terra natal para acertar contas com o passado.

Best-seller mundial, este livro vendeu mais de 5 milhões no mundo todo e ganhou uma versão cinematográfica.

Sobre o autor 

O médico e escritor Khaled Hosseini nasceu na capital do Afeganistão, em Cabul, no dia 4 de março de 1965. Ele é filho de uma professora do segundo grau e de um funcionário do Ministério do Exterior. Junto a seus familiares ele parte para Teerã, cidade iraniana, em 1970, quando seu pai é transferido para prestar serviços na Embaixada do Afeganistão neste país.

A família Hosseini volta para Cabul em 1973. Neste mesmo ano, na noite do nascimento de seu irmão caçula, o país passa por um golpe de estado frio, sem violência. Três anos depois Khaled e seus familiares são enviados para Paris, novamente por compromissos profissionais de seu pai. A partir daí eles não mais podem retornar a sua terra natal, pois os comunistas conquistam o poder através de uma violenta insurreição.

Atualmente Hosseini mora na Califórnia, ao lado da esposa Roya e dos filhos Haris e Farah. Neste país ele escreve sua obra-prima, O Caçador de Pipas, sucesso de crítica e de público. O escritor só voltou para visitar o Afeganistão depois que seu romance já estava impresso, e ficou perplexo com o que viu, considerado por ele muito mais arrasador do que ele podia conceber.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Livro: "Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei ". Autor: Paulo Coelho. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Paulo coelho, "Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei", é  como a própria orelha da obra define "Uma história de amor"

As histórias de amor têm como definição para a sua elaboração alguns tópicos que não podem faltar. Desenvolver personagens apaixonantes, e isso não significa que não tenham defeitos, o casal não precisa combinar em tudo, os desafios tornam o amor mais intenso e tente fugir dos clichês. 

Quero aqui confessar que esse foi o primeiro livro que li do escritor Paulo Coelho, portanto não tenho, e nem poderia ter, opinião formada sobre o estilo do autor. O que poderia afirmar da obra em questão é, como leitor o livro não preencheu as minhas expectativas. 

Como dito acima, a historia de amor Contada pelo autor tenta preencher todos os requisitos necessários para ser um bom texto, acrescentando ainda um toque de misticismo, fé e religiosidade. No entanto para mim e só para mim, quero frisar, achei a historia lenta de enredo fraco e monótono, e por muitas vezes não conseguiu fugir dos clichês. 

Porém eu recomendo a leitura do livro, porque o facinante dos livros e que as histórias batem de modos diferentes nas pessoas que as lêem, dependendo do momento e das circunstâncias em que a leitura é feita.

Por isso a leitura nunca deve ser descartada por opiniões de terceiros, cheguem as suas próprias conclusões. 

Resenha da Editora:

“Quem ama venceu o mundo, não tem medo de perder nada. O verdadeiro amor é um ato de entrega total.” ― Paulo Coelho Quando foi publicado, a tiragem inicial de 30 mil exemplares de Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei esgotou em uma semana. Ao mesmo tempo, sua publicação em outros países já era negociada ― este livro chegou a ser lançado em mais de quarenta idiomas. Um sucesso inimaginável mesmo considerando que, naquela época, Paulo Coelho já era o nosso autor mais lido internacionalmente. Esta obra narra a história de dois amigos que se separam e voltam a se encontrar onze anos depois. Durante todo esse tempo, muita coisa mudou. Pilar se tornou uma mulher forte e independente e ele se tornou um líder espiritual extremamente carismático, capaz de influenciar multidões. O que para Pilar, a princípio, seria um rápido encontro, se transforma em um novo relacionamento que vai fazer que ambos tenham que enfrentar seus próprios obstáculos interiores. Em um romance que fala de entrega, dor, sofrimento, perdão e esperança, Paulo Coelho nos mostra que o amor é a melhor forma de trilharmos o nosso caminho. “[Em Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei], Coelho reafirma sua fé no cristianismo, evocando uma raiz pagã para a figura da Virgem Maria, identificada à Grande Deusa, ou Grande Mãe, divindade celta da fertilidade.” ― Folha de S.Paulo “A história de Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei é linda e inocente como uma parábola santa.” ― Cosmopolitan, França “A tradução simples, mas de alguma forma elevada, captura a sincera crença de que na vida diária estamos no meio do extraordinário.” ― The Times, Reino Unido

Sobre o Autor:

Nascido em 1947, no Rio de Janeiro, PAULO COELHO atuou como dramaturgo, jornalista e compositor, antes de se dedicar à literatura. É considerado um fenômeno literário, com sua obra publicada em mais de 170 países e traduzida para 84 idiomas. Juntos, seus livros já venderam 230 milhões de exemplares em todo o mundo.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Livro "Recordações do escrivão Isaias Caminha" Autor: Lima Barreto. Análise (opinião) literária. Incentivo á leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro de Lima Barreto " Recordações do escrivão Isaias Caminha" é uma obra escrita tendo como pano de fundo uma sociedade preconceituosa como a do Rio de Janeiro do final do século XIX. Lima Barreto faz registro dos conflitos sociais e pessoais de maneira simples e sincera  foi parcialmente lançado em folhetim em 1907 e publicado como livro em Portugal em 1909. Escrito em primeira pessoa, muitos consideram uma autobiografia, que Lima Barreto estaria na realidade nesse livro contando suas memórias.

Fugindo um pouco da linguagem da época, usa uma narrativa jornalística, por isso também à época foi criticado por não ter estilo. Contudo o escritor deixa bem claro em seu texto, o estilo agressivo com que lidava com situações que o incomodavam, ou seja, "Não tinha papas na língua" isso lhe trouxe grandes transtornos com a comunidade literária da época. 

O livro tem uma narrativa fuida que prende o leitor, tornando a leitura prazerosa, com habilidade o autor denúncia o racismo crítica os bastidores do jornalismo da época, o empreguismo, à burocracia emperrada e à política.

Já se passaram 114 anos da publicação da obra, e é impressionante como as mazelas de uma sociedade são difíceis de serem superadas, dizer que as coisas não mudaram em nada seria um exagero, a sociedade evoluiu sim nas pautas abordadas pela obra, mas a mudança é muito lenta e penosa, infelizmente. 

Descrição da Editora:

Filho de uma escrava liberta e um tipógrafo, Lima Barreto nunca teve em vida o reconhecimento que a sua obra merecia. Isso talvez se justifique, ao menos em parte, pela repercussão de Recordações do escrivão Isaías Caminha na sociedade carioca. Ao ambientar o personagem numa redação de jornal, Lima Barreto trata de maneira impiedosa a classe jornalística, que respondeu aos insultos banindo o autor da imprensa carioca. E, embora tenha sido publicada em 1909, em meio ao otimismo pós-Lei Áurea, a história de Isaías mostra um cotidiano bastante cruel para os negros. O jovem é culto e inteligente mas isso não basta para que ele seja inserido na sociedade, pois será esmagado pelo preconceito racial. Resgatando a atualidade de Lima Barreto sob o viés da crítica literária, Alfredo Bosi defende na introdução do livro que Recordações é um dos grandes romances da literatura brasileira. Essa edição traz também um prefácio de Francisco de Assis Barbosa, historiador que fez um importante estudo sobre o autor, valendo-se de dados biográficos e contextualizando o livro à época em que foi publicado. E, ainda, mais de cem notas elaboradas por Isabel Lustosa, que comenta fatos históricos e nos revela quem eram as pessoas e os lugares retratados no livro.

sábado, 18 de março de 2023

Conto: "O homem que sabia javanês". Autor: Lima Barreto. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


   O conto "O homem que sabia javanês", de Lima Barreto, é uma dessas histórias que podem se passar séculos mas dificilmente deixará de ser atual, porquê o texto trata de forma jocosa de uma das facetas mais proeminentes do ser humano, a arrogância, se acha suficientemente inteligente para enganar e ao mesmo tempo esperto demais para ser enganado. Essa elevada autoestima de boa parte da raça humana, faz com que de fato, o inverso se concretize.

O antigo ditado, "As aparencias enganam" é  para muitos provida de uma ambiguidade eterna. Um dia o filósofo Heráclito foi questionado "Às aparencias enganam?", a resposta foi afirmativa, " Porque a percepção dos sentidos pode iludir, dependendo do ponto de vista do observador".

O conto de Lima Barreto nos faz refletir sobre como nos relacionamos com as pessoas que admiramos, os nossos "Ídolos", sejam eles artistas, políticos, escritores ou até mesmo pessoas de nosso convívio. Somos todos humanos, e como tais, sujeitos as imperfeições, por isso a idolatria é extremamente burra.

Ao idolatrar-mos desativamos imediatamente nosso senso crítico, e com isso ficamos vulneráveis a manipulação e a cegueira voluntária.    

Nos dias atuais estamos efetivamente vivenciando uma época muito fértil, quando o tema é o surgimento de especialistas em tudo que se pode imaginar, por isso o discernimento é necessário para não nos tornarmos espectadores de nossa história,  como disse Lima Barreto "O Brasil não tem povo, tem público". Excelente conto !!

Considerações :

O homem que sabia javanês é um conto do escritor brasileiro Lima Barreto que narra a história de Castelo, isto é, a forma que "havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver." Em suma, nesta história, Castelo expõe a seu amigo Castro como que em meio a miséria do desemprego fingiu saber o javanês, a pretexto de conseguir um emprego que fora ofertado por um homem público, o Barão de Jacuecanga. Após conseguir o emprego, Castelo, por ser um dos únicos tradutores desse idioma - mesmo não o sabendo-, torna-se famoso e logra, de forma inesperada, à diplomacia do País. O conto suscita, à maneira lima-barretiana, críticas ao bacharelismo e à burocracia viciada. Foi publicado pela primeira vez no jornal Gazeta da Tarde do Rio de Janeiro, em 28 de abril de 1911, e posteriormente incluído na coletânea O homem que sabia javanês e outros contos.

terça-feira, 14 de março de 2023

Livro: "O enigma da religião". Autor: Rubem Alves. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.



Quando nos dedicamos à leitura de um livro,  mesmo quando indicado por pessoas que nos afirmam que o livro é excelente, fica sempre a ansiedade de confirmamos tal afirmação. Quando me indicaram o livro "O enigma da religião" do autor Rubem Alves, mesmo conhecendo a história do teólogo, educador, tradutor e psicanalista, nunca hávia lido nenhuma de suas obras, portanto não sabia o que esperar. 

Confesso que no inicio a leitura do livro não foi uma tarefa fácil, por ser uma obra com narrativa filosófica, exige do leitor que não tem formação na área, uma atenção redobrada para não se perder, e consequentemente desistir da leitura.

Passado esse primeiro obstáculo, e ao decorrer da leitura, uma satisfação vai tomando conta de nós, quando percebemos a genialidade do autor. 

Com uma proposta a princípio nada fácil de cumprir, que é desvendar o enigma da religião, a narrativa muito bem embasada e elaborada nos faz colocar em segundo plano a preocupação em chegarmos a uma conclusão sobre o tema proposto.    

Mesmo o título nos sugerindo que ao final da leitura chegaríamos a uma conclusão, visto que se existe um enigma, esse pode sim ser elucidado, o autor nos mostra entre outras coisas, que a índole do ser humano diferentemente de outros seres vivos, faz com que esse enigma se transforme em um mistério, e como tal, quase impossível de elucidação, ou pelo menos que cheguemos a uma só conclusão.  

O que ficou claro para mim, e que para se sentir minimamente feliz o ser humano precisa da sensação de amparo de previsibilidade e proteção, mesmo que para isso tenha que trocar o real pelo abstrato. Um excelente livro. 

Descrição da editora 

Como sobreviver com esperança em situações muito adversas? Religião: a teimosa obstinação que continua a ter esperança a despeito de tudo. "O Enigma da Religião" é um ensaio precisamente sobre essa questão: nós diferentemente dos animais recusamo-nos a aceitar o veredicto dos fatos. E acrescentamos algo a eles sejam os jardins as bandeiras os poemas as sinfonias os altares as utopias... Por que se nada disso é retrato das coisas que estão aí? Por que se nada disso é ciência? E é inútil dizer que os deuses morreram. Se morreram outros nascerão de dentro de nós. Nós os geraremos porque não podemos viver num mundo em que os bancos a política os cascos e as prisões têm a última palavra.

Sobre o autor:

Rubem Alves (1933-2014) foi teólogo, educador, tradutor, psicanalista e escritor brasileiro. Autor de livros de filosofia, teologia, psicologia e de histórias infantis.

Rubem Alves nasceu na cidade de Boa Esperança, em Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933. Em 1945 muda-se com a família para o Rio de Janeiro. Criado em uma família protestante, tornou-se pastor.

Formação

Entre 1953 e 1957 cursou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas, São Paulo. Em 1958 mudou-se para a cidade de Lavras, Minas Gerais, onde exerceu a função de pastor até 1963.

Ainda em 1963, Rubem Alves foi estudar em Nova York, retornando em 1964, com o título de Mestre em Teologia, pela Union Theological Seminary.

Rubem Alves faleceu em Campinas, São Paulo, no dia 19 de julho de 2014.

"O enigma da religião"

Editora‎ Papirus; 7ª edição (12 dezembro 2006) Idioma‎ Português Capa comum‎ 175 páginas.

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Livro: "Morte na Praia". Autora: Agatha Christie. Análise (opinião) literária. Incentivo à leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


Uma história policial de suspense, essa é a narrativa do livro "Morte na Praia" da autora Agatha Christie, para quem conhece a trajetória da escritora nada de novo nessa informação. No entanto cada vez que se lê uma obra da autora, ou até mesmo quando se relê, é impressionante como o termo suspense ganha um novo significado, a habilidade com que Agatha Christie estrutura suas histórias faz com que o leitor se sinta parte dela, e a cada vez que retorna a mesma em uma releitura, encontra detalhes que lhe dá a impressão que está lendo a narrativa pela primeira vez.

De leitura fácil, as histórias fluem com uma leveza fascinante, deixando o ato de ler muito prazeroso. No caso de "Morte na Praia", o leitor é a todo momento convidado a desvendar o enigma da morte ocorrida, no entanto as "pegadas" deixadas pela escritora durante a narrativa, conduzem o leitor a diversos caminhos, prendendo-o pela curiosidade até o fim da história. 

Descrição da editora:

o que Hercule Poirot queria naquele verão era ter alguns dias de paz no luxuoso hotel Jolly Roger, longe de crimes e de investigações. Mas quando Arlena Stuart passa por ele na praia, atraindo o olhar de todos os homens (bem como o ódio de todas as mulheres), ele desconfia que talvez suas férias não sejam tão tranquilas como esperava. De fato, no dia seguinte, um assassinato acontece. Enquanto tenta descobrir quem é o responsável, Poirot percebe que não são poucas as pessoas naquele hotel que teriam um motivo para matar... Neste livro, o leitor é convidado a analisar junto com Poirot os motivos e os álibis de todos os hóspedes do Jolly Roger. Morte na praia é um quebra-cabeça complexo, ao melhor estilo de Agatha Christie.

Sobre a autora:

Agatha Christie (1890-1976) foi uma escritora inglesa que criou "Hercule Poirot", um detetive belga que aparece em 33 de suas obras e tornou-se um dos mais célebres da ficção policial. Agatha foi a maior escritora policial de todos os tempos. Escreveu 93 livros e 17 peças teatrais.

Agatha Mary Clarissa Miller, conhecida como Agatha Christie, nasceu em Torquay, condado de Devonshiri, Inglaterra, no dia 15 de setembro de 1890. Era filha do americano FredericK Miller e da inglesa Clara.

Agatha Christie faleceu em Wallingford, Inglaterra, de pneumonia, no dia 12 de janeiro de 1976.