sexta-feira, 29 de abril de 2016
sábado, 26 de setembro de 2015
Até para ter direto a indignação, devemos ser éticos.
A ética da indignação
As palavra ética e moral nunca foram tão ditas, escritas e interpretadas como agora. A constatação de que moramos em um país assolado pela corrupção, pela ladroagem e falcatruas, nos acordou de um sono de alienação conveniente. Dizer que estamos estarrecidos e surpresos com as ultimas revelações que todos os dias nos são apresentadas, é no mínimo hipocrisia.
Não estou dizendo que somos hipócritas na análise literal da palavra de que estamos fingindo um sentimento, a indignação, mas sim que a nossa indignação é na maioria das vezes balizada pela nossa conveniência.
Os fatos que hoje nos estarrecem já á muito tempo são ditos, escritos e interpretados pela nossa sociedade, podemos alegar em nossa defesa, que o aumento da indignação se deu porque hoje as falcatruas e a ladroagem foram comprovadas de maneira irrefutável, mas em outras ocasiões provas cabais também foram apresentadas a sociedade, sobre malfeitos cometidos pelos nossos governantes, mas o que se percebia era uma indignação moderada e permissiva por parcela considerável da sociedade em relação aos fatos.
É incontestável que parte significativa da sociedade brasileira, de forma velada e até inconsciente, nutria certa admiração por indivíduos que de alguma maneira conseguiam ascensão social e financeira, mesmo que para isso relegassem há segundo plano, preceitos éticos. Esses indivíduos conseguiam tal façanha porque de alguma maneira suas atitudes iam ao encontro do que boa parte da sociedade brasileira pensa, ou pelo menos pensava, "os fins justificam os meios". Os fins em questão podem ser entendidos como dar uma vida melhor para si e sua família, ou mesmo alcançarmos de forma definitiva o status de país desenvolvido, que possua uma distribuição de renda eficiente e igualitária.
O problema é que os meios utilizados pelos indivíduos em questão foram tão devastadores do ponto de vista da moralidade, que até os mais céticos contestadores da honestidade da nossa classe política se surpreenderam.
A indignação do povo brasileiro agora aparenta ser plena e completa, e não mais parcial e tolerante. E o que provocou tal mudança?
É que as palavras que mais são ditas hoje além de ética e moral são, crise económica, recessão, perda de renda, desemprego e aumento de impostos. Ou seja, os fins não justificaram os meios.
Até para nos indignarmos devemos ser éticos.
Autor:: Mário Rui Baptista
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
HISTÓRIA OU MENTIRA?
Como se conta uma história?
Para os incautos é a narrativa de fatos. Mas fatos não necessariamente precisam
ter ocorrido para se tornarem histórias de fato. Existe o fato inventado,
manipulado, redesenhado. Não, não estou me referindo à mentira, até porque a
mentira não é um fato, e sim uma história inventada para enganar de fato. Mas
se uma história é feita de fatos, mesmo que inventados, então porque cargas D,
água uma mentira não é um fato de fato e sim uma história inventada?
Porque de fato para uma
história existir precisa de fatos, não necessariamente verídicos.
Agora para uma mentira
existir precisa-se de uma história, mas necessariamente desprovida de fatos de
fato.
Qual é então a diferença entre
uma história e uma mentira? Além da diferença na grafia da palavra história ou estória, é a intenção com que ela é contada.
Autor: Mário Rui Baptista
www.analistaata.blogspot.com.br
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Eu protesto!
Sou jovem, impaciente, critico. Conto o tempo com o ímpeto
da juventude, portanto não tenho tempo a perder. Cobro tudo que me é devido, repudio
quem ousa me cobrar. A juventude me concede por vezes a prerrogativa à
incoerência a impulsividade, isso me da à sensação de que tudo que defendo se
torna irremediavelmente legitimo. No entanto, mesmo não tendo tempo a perder, e
me recusando á contabilizar o tempo, ele é implacável, e queira ou não queira
ele vai passar. Mas mesmo assim vou resistir, continuo a protestar e a
contestar, mas agora alguma coisa nova me incomoda, ás vezes o que o outro diz
me soa como algo novo a ser levado em conta, mas mesmo assim resisto, ainda
fico com o meu ponto de vista, pois já vivo há bastante tempo na juventude e
essa experiência me permiti essa autossuficiência. Mas o tempo miseravelmente
insiste em continuar passando, e agora outra coisa começa a me incomodar.
Certezas antes irrefutáveis, agora me deixam na boca um gosto de ranço quando
por mim são proferidas, situações que antes me davam a sensação de estar no controle,
hoje me incomodam por sentir que estou sendo controlado, manipulado. O tempo
continua a passar, ainda me sinto jovem, mas por algum motivo me incomodam
algumas incoerências e impulsividades cometidas pelos mais jovens que eu. Mas
algo me trás grande paz de espirito, de todas as certezas irrefutáveis que
tinha, algumas ainda se mantêm intocáveis, e se elas resistiram ao tempo, é
porque são coerentes, portanto minha época de jovem contestador de alguma
maneira contribuiu para o crescimento da minha geração. Conteste, proteste,
reivindique, questione, cobre. Mas também ouça, reflita, se questione.
PS: Talvez isso hoje para você seja impossível, mas não se
esqueça, o tempo passa.
Autor: Mário Rui Baptista
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
A existência
A existência nos é oferecida, melhor ela nos é imposta. Mas
a consciência de seus benefícios e malefícios nos chega como tratamento homeopático,
em doses diminutas por tempo prolongado. Como lidar com esses benefícios e malefícios
de maneira equilibrada e coerente?
Quando somos
colocados por nossa existência frente a frente com uma situação que nos trás
imensa satisfação e alegria temos a impressão, ou melhor, temos a certeza de
que aquilo nos é devido, mas quando ao contrário, o enfrentamento é com
situação de sofrimento e dor, questionamos o porquê de tanto sofrimento se para
a nossa compreensão somos pessoas de boa conduta, portanto desmerecedores de
tal infortúnio. Sempre nos foi colocado que se fossemos pessoas justas seriamos
tratados com justiça, e em nossas entranhas, consciente ou inconscientemente
cremos imensamente nisso, e é essa crença em uma possível injustiça que nos
amargura e nos desestabiliza diante de coisas ruins que a existência nos impõe.
Como a nós foi imposta a própria existência.
Por toda a minha existência passada e provavelmente por toda
a que ainda me resta, ouvi e vou ouvir dizer que a mesma só foi possível porque
um ser superior e divino me deu esse privilégio, e que tal ser era por essência
justo para quem em suas palavras cresce e nelas alicerçasse a existência
recebida, e quando em nossa ingênua percepção nos achamos merecedores de tal benesse,
somos surpreendidos com fatos que para nós nos parece injustos e excessivamente
penosos.
Diante de tamanho dilema, nos sentimos enfraquecidos em
nossas convicções e certezas, e por algum tempo tentamos novamente encontrar o
equilíbrio entre o que sentimos, e o que realmente estamos vivenciando.
Muitos com certeza com o passar do tempo conseguirão de
alguma forma retomar tal equilíbrio, convencendo-se de que não sofrera uma
injustiça, mas que tudo o que ocorreu foi de alguma maneira para o seu bem. Outros, no entanto continuarão a questionar o porquê
do ocorrido. Não existe, em ambos os casos, a convicção da certeza.
O que nos resta é entender que ás vezes para alcançarmos a
justiça, em algum momento do processo temos de sofrer com a injustiça.
Autor: Mário Rui Baptista
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