sábado, 9 de dezembro de 2023

Livro: "Mitos e Falácias Sobre a América Latina". Autor: Carlos Rangel Guevara. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Mitos e Falácias Sobre a América Latina" do escritor Carlos Rangel Guevara é uma obra escrita sobre a ótica de um assumido liberal, isso a princípio poderia de alguma forma inibir leitores de outras correntes políticas, a interessar-se pela leitura, usando como pretexto, a suposição que a narrativa seria tendenciosa e, manipuladora. Mas alerto, que antes de qualquer coisa, à obra é um excelente documento histórico, podemos ao longo da leitura discorda de algumas colocações do autor, o que é perfeitamente salutar, para que à leitura seja ainda mais interessante, pois uma coisa que o autor a todo o momento enaltece no seu texto é, o direito ao contraditório, não só enaltece, como incentiva a todos defenderem os seus pontos de vista. No entanto, defender uma posição, não significa fechar os olhos aos fatos, ou tentá-los manipular para que fique à sua feição. Pois, quando isso acontece, voluntária ou involuntariamente, impedimos que falhas e, mazelas de governos inescrupolosos sejam detectadas e, combatidas. O livro deve ser encarado como material histórico relevante, escrito por um competente escritor, que presenciou muitos dos fatos narrados e, que se dedicou a uma pesquisa profunda sobre as questões da América Latina e, de forma profissional, elaborou uma análise, para ajudar a quem se propuser a ler o livro, a entender o porquê os problemas da América Latina parecem perpetuarem-se. Não é um livro de fácil leitura, por conter muitas informações históricas, requer do leitor muita atenção, o obrigando as vezes, a retroceder na sua leitura, para o melhor entendimento das questões narradas. Depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões, se possível balizada em fatos e, não em paixões. Tenham uma boa leitura.

Descrição da Editora:

Esclarecedora e polêmica, esta obra foi lançada há mais de 40 anos e desde então tornou-se um guia para entender a américa latina. Neste livro, o escritor e liberal venezuelano Carlos Rangel expõe as mazelas de um sistema falido, que é reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel acusou as universidades, em sua maioria, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito, mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas. O autor ainda oferece a resolução para o problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto-opressão marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização que atribui aos países capitalistas a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”. Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com liberdade de imprensa. Da culpa externa pelos nossos fracassos, exploração imperialista e outros clichés que produzem lideranças populistas.

Sobre o autor:

CARLOS RANGEL GUEVARA (1929-1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista, escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard College, em Nova York e ganhou o Certificat d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e apresentador de programas de tv. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma das figuras mais proeminentes da história do país. 

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