sexta-feira, 5 de abril de 2024

Livro: " Vamos Ao Que Interessa". Autor: João Pereira Coutinho. Análise (opinião) literária. Incentivo a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.



O livro "Vamos ao que interessa" do Autor João Pereira Coutinho é, do começo ao fim, totalmente fiel ao título. De forma leve e, utilizando-se de um toque de humor cítrico, o autor não foge de se posicionar sobre questões que se impulsaram a sociedade à época que as crônicas foram escritas. De forma brilhante, coloca o seu ponto de vista, amarrando as suas posições com exemplos e, análises alicerçadas na sua bagagem intelectual, que é, facilmente percebida ao longo da leitura das suas crônicas.
As suas posições, podem até eventualmente não serem compartilhadas por todos que se propuseram a ler essa obra, mas certamente fará, com que observemos outras perspetivas sobre fatos, que a princípio tínhamos opiniões formadas.
A radicalização de posições, é uma constante na nossa atual sociedade. Está cada vez mais difícil darmos a nossa opinião, sem corrermos o risco de sermos crucificados por tal entendimento. Grupos que se arvoram como detentores do direito de determinar o que é certo é, o que é errado, muitas vezes, ou quase sempre, nos julgam utilizando como parâmetros as suas teorias rasas do "politicamente correto". O autor consegue livrar-se dessas amarras, desarmando os espíritos, valendo-se de uma narrativa leve e, inteligente. O leitor deve também encarar a leitura do livro, com o espírito desarmado, certamente isso fará com que a leitura fique extremamente agradável e, agregadora.

Descrição da Editora:

"Este não é um livro de crônicas. É um livro de obsessões." Assim o escritor e cientista político português João Pereira Coutinho define Vamos ao que interessa, reunião dos cem melhores textos que ele escreveu para a Folha de S.Paulo entre 2008 e 2015. As obsessões de Coutinho são variadas: vão desde o irracionalismo dos profetas socialistas até a pregação sanguinária dos fundamentalistas, desde as asneiras dos politicamente corretos até as sandices dos relativistas da cultura. Para o escritor, todos esses, cada qual em seu quintal, conspiram em conjunto para um propósito: fazer de nosso tempo uma era de brutalidade e loucura. Para eles, Coutinho tem apenas uma resposta, indo diretamente ao que interessa: a defesa incondicional da liberdade individual e da tradição democrática do Ocidente. Como afirma o autor, na introdução inédita escrita para o livro, é preciso "cultivar o que merece ser preservado e cultivado", como a "beleza possível" e "a fruição dos domésticos prazeres: lugares, memórias, histórias". Entre a análise política e o comentário social, entre a crítica da cultura e a crônica de costumes, os textos conduzem o leitor com inteligência por temas essenciais de nossa época, convidando-o a recuperar a reflexão, a serenidade e o humor.

Sobre o autor:
João Pereira Coutinho nasceu no Porto em 1976. É colunista da Sábado, do Correio da Manhã e do diário brasileiro Folha de S. Paulo. Escreveu nos semanários Expresso (2004 - 2008) e O Independente (1998 - 2003). Doutorou-se em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, onde também é professor. Pelas Publicações Dom Quixote, é autor de Conservadorismo (ensaio, 2014) e Vamos ao que Interessa (crónicas, 2015).

 

sexta-feira, 22 de março de 2024

Livro "Um verão na Itália". Autora Carrie Elks. Análise (opinião) literária. Incentivo a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Um verão na Itália" da autora Carrie Elks é, um romance bem escrito, que entrega o que se espera de tal gênero literário. Confesso que, não é, o meu estilo preferido, mas confesso também, que simplesmente não consigo ignorar um livro quando o mesmo cai em minhas mãos. As vezes por curiosidade, outras por ter que formar opinião  sobre o que foi escrito, ou simplesmente porque o livro me foi dado e, acho uma imperdoável deselegância não ler um livro que nós foi gentilmente ofertertado. O romance em pauta tem como principal virtude, a dinâmica e, a fluida narrativa, com diálogos intensos e personagens muito bem descritos quanto as suas características, a leitura, torna-se por vezes muito agradável, mas por ser uma trama que tem também uma característica de previsibilidade, por momentos torna-se monótona. Quando nos propomos a comer uma banana, temos que ter em mente, que a mesma vai ter gosto de banana. Agora quando comemos uma banana, na esperança que a mesma tenha gosto de maçã, certamente nos decepcionaremos. Recomendo que leiam o livro, mas assegure-se de que é, esse sabor que realmente procura.

Descrição da Editora:

Férias de verão gratuitas em uma bela villa na Itália. A condição? Dividir a casa com seu maior inimigo... Um verão na Itália é o primeiro volume da série As irmãs Shakespeare.

Cesca Shakespeare chegou ao fundo do poço. Depois de escrever uma peça de teatro premiada que acabou em desastre, o bloqueio criativo se instalou, sem previsão de ir embora. Seis anos mais tarde, ela acabou de perder mais um emprego pavoroso e está prestes a ser despejada de seu apartamento. Pior ainda, suas irmãs não fazem ideia de como sua vida vai mal.

Assim, quando seu padrinho lhe arruma uma temporada de verão em uma bela villa italiana, sem ter de pagar nada por isso, Cesca concorda, meio a contragosto, em ir para lá e tentar escrever uma nova peça. Isto é, antes de descobrir que a casa pertence a seu arqui-inimigo, Sam Carlton.

Tendo acabado de ver seu nome em todas as manchetes pelas razões erradas - mais uma vez -, o galã de Hollywood Sam Carlton precisa de um lugar para se esconder. Que opção melhor do que a linda villa desocupada de sua família à beira do lago Como? Só que, quando ele chega, descobre que a casa não está tão desocupada quanto ele esperava.

Ao longo do quente verão italiano, Cesca e Sam terão de confrontar o passado. E o que começa como uma hesitante amizade rapidamente se torna uma atração intensa - e depois uma aventura ardente. Uma coisa é certa: este será um verão abrasador...

Em Um verão na Itália e no outros volumes da deliciosa série da autora best-seller Carrie Elks, você vai conhecer a família Shakespeare: quatro irmãs, quatro histórias... quatro maneiras de encontrar o amor verdadeiro.

Sobre a autora: 

Carrie Elks vive perto de Londres, e escreve romances com umas pitadas de intriga, gosta de viajar e também viveu nos Estados Unidos e na Suíça. Aos 21 anos obteve a licenciatura em Ciências Políticas. Quando não está lendo ou escrevendo, pode ser encontrada a cozinhar, a beber vinho ou as duas coisas.

terça-feira, 5 de março de 2024

Livro: "A saga dos intelectuais franceses 1944-1989". Autor: François Dosse. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "A saga dos intelectuais franceses 1944–1989" volume I, do autor François Dosse é uma obra impressionante. Não se iludam aqueles, que por ventura se disponham a ler o livro, o mesmo é, sim, de difícil leitura. O autor usa de forma habilidosa todo o seu conhecimento sobre a história dos intelectuais, para fazer uma análise da atuação da classe, no pós-Segunda Guerra Mundial. Todo o embrolio político e, ideológico da época, fica ainda mais complexo com a atuação dos intelectuais filósofos, que muitas vezes, guiados por suas vaidades e interesses pessoais, travam entre si, uma outra guerra, para tentar analisar os efeitos na sociedade do grande conflito. Nessa tentativa, posições político-filosóficas, têm como catalisadora inúmeras publicações, que fiéis, as convicções de quem as criava e, abrindo espaço para intelectuais que compartilhavam dessas convicções, provocavam uma enorme ebulição. Intelectuais degladiavam-se para que as suas teses, fossem aceites pela maioria. A análise das várias correntes filosóficas, que através dos seus defensores, ganhavam feitio de verdades absolutas, contribuem para tornar a leitura ainda mais difícil. No entanto, isso não quer dizer que a leitura seja enfadonha, pelo contrário, isso na realidade a torna desafiadora e, a melhor coisa que pode acontecer para um leitor atrevido é, ser desafiado, nem que para isso ele tenha que ler várias vezes o mesmo capítulo, até o ter, minimamente entendido. 

Um excelente livro para quem gosta de desafios.

Descrição da Editora:

O projeto empreendido por François Dosse em A saga dos intelectuais franceses 1944-1989 nos traz uma historiografia comentada da intelligentsia francesa na segunda metade do século XX, face aos acontecimentos do pós-Segunda Guerra Mundial aos eventos de 1989. A obra é mais do que uma “história” reconstruída por meio das principais figuras da época, e sim uma “narração” em que não se excluem mitologias sociais, sonhos e esperanças dos protagonistas, ilusões, decepções e proclamações. A obra aborda a evolução das ideias que dominaram cada momento, da história intelectual da França e, em grande parte, da Europa e do mundo. Ninguém estava mais bem equipado do que François Dosse para enfrentar este desafio: narrar de forma panorâmica e sistemática a aventura histórica e criativa dos intelectuais franceses, que vai da Libertação e do fim da Segunda Guerra Mundial ao bicentenário da Revolução Francesa e à defenestração do muro de Berlim. Este primeiro volume, 1944-1968, abarca os anos de Camus, Sartre e Beauvoir e as suas controvérsias, as relações contrastantes com o comunismo, o choque de 1956, as revoluções chinesa e cubana, a Guerra da Argélia, a consolidação do terceiro-mundismo, a irrupção do momento gaulliano e a sua contestação: é um período dominado pelo teste da história, a influência do comunismo e a progressiva desilusão subsequente. O segundo volume, 1968-1989, vai das utopias esquerdistas e do combate contra o totalitarismo, à “nova filosofia”, ao advento de uma consciência emancipadora e ecológica e à desorientação da década de 1980: um tempo marcado pela crise do futuro e que vê se instalar a hegemonia das ciências humanas. Eis apenas alguns dos pontos de referência desta saga que engloba um dos períodos mais efervescentes e criativos da intelligentsia francesa, de Sartre a Lévi-Strauss e Foucault e de Lacan a Barthes e Derrida. O tema já suscitou uma vasta bibliografia, mas um afresco de tal amplitude destina-se a fazer época

Sobre o autor:

François Dosse (Paris, 22 de setembro de 1950) é  um historiador e sociólogo francês especialista em História dos Intelectuais. Professor de História Contemporânea na Universitaire de Formation des Maîtres at Créteil, é formado em História e Sociologia pela Université de Vincennes – Paris, tendo desenvolvido seu doutorado na área de Teoria da História e Historiografia, com foco na Escola dos Annales. Ainda na carreira docente, François Dosse foi também professor de nível escolar nos liceus de Pontoise e Boulogne-Billancourt, além de Maître de conférences no Instituts universitaires de formation des maîtres (Versailles e Nanterre).

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Livro: "A Estrada Lincoln". Autor: Amor Towles. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "A Estrada Lincoln" do autor Amor Towles é, um romance muito bem elaborado. Quando cheguei à metade do livro, eu já estava encantado com a forma que o autor escolheu para nos contar a história. Quanto a trama em si, confesso que não me impressionou muito. É sem dúvida uma história bem contada, que por isso acaba por valorizar o enredo, mas nada que surpreenda o leitor a ponto de torna-la muito diferente de outras histórias que também foram bem contadas. O que realmente me surpreendeu foi a narrativa e, a forma de elaboração da trama. Quando o autor opta por narrar os mesmos fatos, várias vezes, sobre óticas diferentes, ou seja, sobre a ótica de cada personagem, obriga o leitor a Fazer uma leitura analítica. Todos os pontos de vista sobre o que está acontecendo são expostos, obrigando o leitor a chegar às suas próprias conclusões sobre cada personagem e, suas atitudes. Isso evidência de forma cabal, como um único acontecimento pode ser interpretado de várias maneiras, dependendo de que ângulo analisamos a questão. Mas, ao mesmo tempo, percebesse também, que mesmo que cada um tome atitudes diferentes diante de situações semelhantes, existem parâmetros que a vida em sociedade nos impõe, e quem ultrapassar esses limites, corre o risco de sofrer com consequências indesejáveis. Portanto, chega-se a conclusão, que várias maneiras diferentes nos são oferecidas para lidar com um problema, mas as possíveis consequências da nossa escolha, são determinadas por fatores que não levam em conta nossas motivações e, convicções. Essa é a minha opinião e, é somente isso, nada mais. 

É um bom livro e, nada mais.

Descrição da Editora:

Amor Towles cria um romance encantador ao combinar juventude, autodescoberta e amizade ao cenário dos Estados Unidos dos anos 1950

Em junho de 1954, Emmett Watson, um jovem de dezoito anos, é levado para casa, em Nebraska, Estados Unidos, pelo tutor da instituição juvenil onde ficou internado por quinze meses após ter cometido um homicídio culposo. Sem a mãe, que foi embora de sua vida anos antes, o pai, que morreu recentemente, e a propriedade da família, tomada pelo banco, Emmett só quer pegar o irmão mais novo, Billy, e partir para a Califórnia, onde poderão começar uma nova vida.

Mas quando o tutor Williams vai embora, Emmett se depara com dois amigos da instituição ― o astuto e carismático Duchess e o zeloso e nada convencional Woolly ―, que fugiram escondidos no porta-malas do carro que o trouxera. Agora, juntos, os quatro pegarão a estrada e terão que conciliar os diferentes planos para o futuro ― um dos quais os levará a uma fatídica jornada a Nova York, direção oposta ao destino final de Emmett.

O novo livro de Amor Towles, que se passa em dez dias corridos e é contado a partir de vários pontos de vista, é uma história de múltiplas camadas sobre infortúnios e autodescoberta, composta por uma gama de personagens muito ecléticos. É uma empolgante aventura sobre rodas, um romance tão intenso, arrebatador e tocante quanto os leitores de Towles esperam.

Sobre o autor:

Nascido e educado em Boston, Amor Towles formou-se na Universidade de Yale e tirou um mestrado em Inglês na Universidade de Stanford.

O primeiro romance do autor, As Regras da Cortesia foi publicado em 2011. Bestseller do New York Times, foi nomeado um dos melhores livros do ano pelo Wall Street Journal. Traduzido em mais de 15 línguas, viu os seus direitos de adaptação ao cinema serem comprados pela Lionsgate.

Um Gentleman em Moscovo, o seu segundo romance, foi publicado em 2016 e durante 40 semanas permaneceu na lista dos livros mais vendidos do New York Times. Foi considerado o melhor livro do ano pelos jornais Chicago Tribune, Washington Post, Philadelphia Inquirer, San Francisco Chronicle, e pela NPR, a principal estação de rádio norte-americana. Foi traduzido para mais de 20 línguas. No verão de 2017, os seus direitos de adaptação à televisão foram comprados pela produtora EOne.

Tendo trabalhado como investidor cerca de 20 anos, atualmente Amor Towles dedica-se apenas à escrita. Vive em Manhattan, com a mulher e os dois filhos.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Livro: "Diários intermitentes".Autor: Celso Furtado. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


 O livro "Diários intermitentes" de Celso Furtado é um livro para se ler com tempo. As reflexões do professor e economista, são de elaboração refinada, concordemos ou não com as suas posições, elas são posições elaboradas de forma extremamente técnica e, alicerçadas na sua vivência e convivência com vários governos e, com os bastidores da política nacional e internacional. 

Mesmo não sendo um "animal" político, ele sempre deixou bem claro a importância de um povo politizado para a consolidação da democracia em um país. Sabia como ninguém circular no meio político, sem se deixar contaminar pelos males que acometem a maioria dos que resolvem aventurar-se nesse território inóspito e, muitas vezes traiçoeiro que é a política de modo geral.

Na obra em questão, temos um rico relato de fatos e, opiniões sobre os mesmos, que jogam luz em questões, que muitos de nós só tínhamos uma visão externa e superficial. Os bastidores dos fatos políticos, são essenciais para que entendamos de forma mais ampla as questões que afligem ou afligiram a vida de um povo e, com isso, separarmos os vilões dos "heróis".

Considerado o pai da economia brasileira, Celso Furtado, com as suas teorias desenvolvimentistas, certificava “Como o subdesenvolvimento é uma condição estrutural, para rompê-lo são necessárias transformações muito significativas na sociedade. Para Furtado, não era um problema apenas de planejamento econômico ou de técnicas económicas, mas um problema fundamentalmente político. Enfrentá-lo requer uma postura, uma vontade política nacional de empreender transformações estruturais na realidade brasileira”.

Um excelente livro. 

Descrição da Editora:

Esta edição integral é ilustrada por fotos, documentos e outros registros inéditos dos diários do acervo do economista Celso Furtado, autor de Formação económica do Brasil e um dos grandes intérpretes da nossa história.

Os Diários intermitentes de Celso Furtado, resgatados integralmente dos seus arquivos pessoais, reúnem anotações deixadas por ele ao longo de seis decênios e meio da sua vida, entre 1937 a 2002. Ele não foi um praticante assíduo da arte dos diários, e podia se passar algum tempo sem que fixasse num caderno, numa agenda, numa folha avulsa, o presente mais intensamente vivido. Mas essas notas, embora nem sempre diárias, foram para ele a oportunidade de registrar momentos marcantes e decisivos da sua vida, impressões de viagens a países distantes, a participação na Segunda Guerra Mundial, combates políticos no Nordeste, diálogos com intelectuais e políticos com quem conviveu no Brasil e no exterior, e, por vezes, frustrações e desabafos. Tem-se, aqui, um precioso material inédito que completa as memórias que Celso Furtado deixou e que, sobretudo, mostra uma face desconhecida de um economista e professor que foi, também, protagonista privilegiado da história do Brasil, da América Latina e da Europa na segunda metade do século XX.

Sobre o autor:

Celso Monteiro Furtado foi um economista brasileiro e um dos mais destacados intelectuais do país ao longo do século XX. As suas ideias sobre o desenvolvimento econômico e o subdesenvolvimento enfatizavam o papel do Estado na economia, com a adoção de um modelo de desenvolvimento econômico de corte pré-keynesiano.

Nascimento: 26 de julho de 1920, Pombal, Paraíba.

Falecimento: 20 de novembro de 2004, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Livro: "Mitos e Falácias Sobre a América Latina". Autor: Carlos Rangel Guevara. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Mitos e Falácias Sobre a América Latina" do escritor Carlos Rangel Guevara é uma obra escrita sobre a ótica de um assumido liberal, isso a princípio poderia de alguma forma inibir leitores de outras correntes políticas, a interessar-se pela leitura, usando como pretexto, a suposição que a narrativa seria tendenciosa e, manipuladora. Mas alerto, que antes de qualquer coisa, à obra é um excelente documento histórico, podemos ao longo da leitura discorda de algumas colocações do autor, o que é perfeitamente salutar, para que à leitura seja ainda mais interessante, pois uma coisa que o autor a todo o momento enaltece no seu texto é, o direito ao contraditório, não só enaltece, como incentiva a todos defenderem os seus pontos de vista. No entanto, defender uma posição, não significa fechar os olhos aos fatos, ou tentá-los manipular para que fique à sua feição. Pois, quando isso acontece, voluntária ou involuntariamente, impedimos que falhas e, mazelas de governos inescrupolosos sejam detectadas e, combatidas. O livro deve ser encarado como material histórico relevante, escrito por um competente escritor, que presenciou muitos dos fatos narrados e, que se dedicou a uma pesquisa profunda sobre as questões da América Latina e, de forma profissional, elaborou uma análise, para ajudar a quem se propuser a ler o livro, a entender o porquê os problemas da América Latina parecem perpetuarem-se. Não é um livro de fácil leitura, por conter muitas informações históricas, requer do leitor muita atenção, o obrigando as vezes, a retroceder na sua leitura, para o melhor entendimento das questões narradas. Depois, cabe a cada um tirar as suas conclusões, se possível balizada em fatos e, não em paixões. Tenham uma boa leitura.

Descrição da Editora:

Esclarecedora e polêmica, esta obra foi lançada há mais de 40 anos e desde então tornou-se um guia para entender a américa latina. Neste livro, o escritor e liberal venezuelano Carlos Rangel expõe as mazelas de um sistema falido, que é reproduzido não apenas nos países sul-americanos, mas em diversas regiões do mundo. O resultado desse sistema são gerações fracassadas devido às mesmas ideologias, incapacidades e ilusões. Rangel acusou as universidades, em sua maioria, de não fazer bem seu trabalho de educar profissionais de maneira eficiente e argumentou que a América Latina tem todas as condições para o êxito, mas que seu pecado está em não enfrentar as falhas. O autor ainda oferece a resolução para o problema: precisamos nos livrar das sombras mentais que nos desviam de um futuro potencial e dissipar os mitos que perpetuam uma fatídica auto-opressão marcada pela perversão do estado de direito e pela racionalização que atribui aos países capitalistas a culpa pelo atraso dos países de “terceiro-mundo”. Rangel foi um profeta que ninguém ouviu e hoje o florescimento limitado do liberalismo no Brasil tem uma grande dívida com o pensamento dele. A luta contínua para fortalecer a democracia é nutrida por suas ideias. Para o autor, a cura para todos os males é a verdadeira democracia: desordenada, pluralista, independente de manipulações e com liberdade de imprensa. Da culpa externa pelos nossos fracassos, exploração imperialista e outros clichés que produzem lideranças populistas.

Sobre o autor:

CARLOS RANGEL GUEVARA (1929-1988) nasceu em Caracas, na Venezuela, e foi um jornalista, escritor e diplomata liberal. Graduou-se como Bacharel em Artes no Bard College, em Nova York e ganhou o Certificat d’études na Sorbonne Université em Paris. Fez um mestrado na New York University, onde serviu como instrutor e entre 1961 e 1963, assumiu a Cátedra de Jornalismo de Opinião na Universidade Central da Venezuela (ucv). Serviu como Primeiro Secretário da Embaixada da Venezuela em Bruxelas e Embaixador Chefe da missão da Venezuela na República Dominicana para a posse do Presidente Joaquín Balaguer. Como jornalista, foi diretor da revista “Momento” e apresentador de programas de tv. Seu legado na Venezuela é significativo, fazendo dele uma das figuras mais proeminentes da história do país. 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Livro: "Froi, um Exilado". Autora: Melina Marchetta. Análise (opinião) literaria. Incentivar a leitura. Desenvolver o prazer pela leitura.


O livro "Froi, um exilado", da autora Melina Marchetta, é uma história para adultos jovens, o que já não é o meu caso, mas como sempre digo nesse espaço, nenhuma leitura, seja qual for o estilo, pode ser simplesmente desprezada e, muito menos ignorada. E claro que existem livros ruins, mas depois de inicia-los você deve lê-los até o fim, muitos podem afirmar que quando o início de uma leitura não os agrada, eles simplesmente abandonam o livro. Isso feito, o leitor jamais conseguirá formar uma opinião sobre o mesmo e, ficará a mercê das opiniões que certamente virão de outros leitores que levaram a empreitada até o seu final, isso não é muito salutar. É importante ressaltar, que todos temos estilos preferidos de leitura, mas até para termos parâmetros para comparação, na minha opinião devemos ler de tudo um pouco. No entanto, sobre o livro em questão "Froi, um exilado", devo confessar que a leitura foi melhor do que as minhas expectativas, apesar de o título ser o segundo livro da trilogia"Crônicas de Lumatere" e, o primeiro volume" Finnikin, o Guerreiro" eu ainda não tive a oportunidade de ler, confesso que a primeira leitura deixou-me curioso o suficiente para ler a história completa. De narrativa dinâmica e, detalhista, a autora consegue nos prender à história. De contexto não muito complexo é, de fácil compreensão, apesar de um números de personagens, elevado, o modo como a autora conduz a narrativa, facilita com que o leitor acompanhe sem maiores dificuldades à história. Do ponto de vista da mensagem que a autora pretende passar, confesso que não percebi nada muito elaborado, apenas as já muito exploradas relações humanas, em que pessoas que têm suas vidas interligadas por um passado que não conheciam, tentam conviver com uma nova realidade, depois que segredos foram revelados e, paralelamente a isso, à já tradicional guerra pelo poder e, consequentemente a riqueza. Um livro prazeroso de se ler, recomendo.

Visão geral do livro

Três anos depois do fim da maldição sobre Lumatere, o explosivo Froi aprende a controlar seu temperamento difícil e passa a integrar a guarda que protege a família real, tornando-se extremamente leal à rainha Isaboe e a Finnikin. Por isso, é enviado em uma missão especial à Charyn, um reino misterioso, com uma princesa louca e onde há dezoito anos não nascem crianças. Porém, lá ele descobrirá que existe uma canção adormecida em seu sangue... E Froi não poderá deixar de escutá-la!

Sobre a autora:

Melina Marchetta (Sydney, 25 de março de 1965) é uma escritora australiana e professora. Melina é mais conhecida como autora da série de livros: As Crônicas de Lumatere. Ganhou o Prêmio Michael L. Printz, em 2009, da American Library Association, reconhecendo-o como o melhor livro do ano para adolescentes. Marchetta é considerada uma das autoras australianas mais proeminentes da ficção